Sweet dreams are made of these Who am I to disagree? Travel the world and the seven seas. Everybody's looking for something. Some of them want to use you. Some of them wanna get used by you. Some of them want to abuse you. Some of them want to be abused

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Poison

Sinopse

-Então, vão querer que eu tire a roupa ou não? Ele disse sem paciência bebendo do copo que Kai o havia entregado. Ele não bebia em trabalho, mas aquelas rizadas o irritava e o fato do dia ter sido complicado e ainda por cima dele já ter sido dispensado por um cliente no dia o deixava estressado, o que o fazia desejar mais do que tudo beber aquele sakê.
-Tirar a roupa? Como assim? Kai disse estranhando.
-Ele não é meu amigo Kai, ele é a streeper. Aoi disse se sentando de volta no chão onde estava anteriormente.
-Desculpa, não vi que era uma garota. Kai disse corado.
-Não sou garota. O streeper disse fazendo Kai cuspir todo o sakê que havia colocado na boca.

(Cap. 1) O panfleto


.Some of them want to use you
Some of them wanna get used by you
Some of them want to abuse you
Some of them want to be abused
(...)
I'm gonna use you and abuse you
I've gotta know what's inside
I'm gonna use you and abuse you
I've gotta know what's inside
Aquele não era um dia qualquer Shiroyama estava de casamento marcado e aquela seria seu ultimo dia de solteiro, não havia planejado nada em especial seus padrinhos de sua parte logo chegariam a seu apartamento e eles fariam uma pequena comemoração.
–Tenho que comprar o Sakê. –Dizia Shiroyama afobado olhando o relógio e procurando as chaves do carro. – Se aquele tampinha chegar aqui e não ter nada pra beber eu estou ferrado. –Disse ele consigo mesmo ao achar as chaves e sair apressadamente de seu apartamento. Enquanto ia para o supermercado o transito estava estranhamente tranquilo, como se tudo estivesse contribuindo pra ele, o supermercado também estava vazio ele pode olhar as bebidas com cuidado sem ser percebido. Meditativo com relação ao dia seguinte ele caminhou pelos corredores procurando a marca de sakê que sempre comprava, também comprou algumas garrafas de vodca, absinto e tequila, pretendia ter um porre colossal já que sua noiva parecia não gostar de beber o que tornava obvio que depois do casamento ele passasse a beber menos. Ao pegar tudo que precisava inclusive os analgésicos pro dia seguinte Shiroyama abaixou a cabeça e passou pelos corredores até chegar até o caixa. Ao colocar as garrafas para serem pagar a moça do caixa o olhou espantada e sorriu de forma estranha.
–Vai dar uma festa ou planeja um coma alcoólico? – A moça sorriu e passou as garrafas e os analgésicos.
–Festa. –Shiroyama disse sem delongas e logo pagou a moça do caixa e voltou para o corro. Sua pressa não lhe dava tempo pra ter paciência de responder a perguntas desnecessárias. Enquanto voltava para casa o transito tinha ficado totalmente diferente, de uma hora pra outra parecia que todos resolveram pegar seus carros e ir pra rua só pra atrasa-lo. Shiroyama logo saiu da rodovia e pegou uma estrada tranquila que dava em sua casa, no entanto quando pegava esse caminho de 10 minutos uma das garrafas rolou pelo chão do carro. Shiroyama diminuiu a velocidade e se abaixou pra pegar a garrafa despreocupado, já que aquela estrada era deserta e era um caminho em linha reta. Quando voltou a se levantar se deparou com um carro a sua frente, andando ainda mais de vagar que o carro dele mesmo, Shiroyama freou, mas não pode deixar de dar um solavanco no carro da frente que logo parou. Shiroyama saiu do carro e foi em direção do outro carro disposto a pedir desculpas e pagar pelo estrago que foi mínimo. Do carro saiu um senhor que aparentava seus 70 anos, ele era paciente e falava com muita calma.
–Me desculpa meu jovem, eu diminui a velocidade pra olhar no mapa onde eu estava e então não o vi passando. –O velho dizia lentamente.
–Tudo bem, foi um descuido meu. Deixei algo cair dentro do carro e então fui pegar e me distrai. Peço desculpas, aqui meu numero. –Shiroyama tirou um cartão do bolço e entregou ao senhor que ajeitou os óculos tentando enxergar as letras. Enquanto conversava com o velho um folheto voou despercebidamente como se tivesse vida própria e grudou junto ao casaco de Shiroyama que nem mesmo o percebeu. –Faço questão de pagar o estrago.
–Não tem necessidade meu jovem.
–Mesmo assim, me ligue e eu pagarei pelo que fiz. – Shiroyama sorriu paciente e olhou o relógio, faltavam menos de 5 minutos pra que seus amigos chegassem a seu apartamento. –Agora tenho que ir, estou atrasado pra um compromisso. Me desculpa de verdade. – Ele se curvou em pedido de desculpas e logo voltou para o carro, pisando o pé no acelerador pra logo chegar em casa.
Ao chegar percebeu a porta aberta e então entrou sorrateiramente disposto a encarar o invasor de sua casa. Quando entrou foi surpreendido.
–Isso são horas Aoi? – um baixinho o olhava de forma atrevida sentado com as pernas cruzadas com outros dois caras a seu lado.
–Como entraram? –Aoi disse fechando a porta aliviado.
–Achamos a chave reserva. –O mesmo baixinho disse rodando a chave no dedo.
–Maravilha, e eu preocupado em deixar vocês na minha porta me esperando. –Aoi pegou a chave e colocou as sacolas na mesa de centro da sala.
–Ruki é bom em descobrir coisas escondidas Aoi. Agente não ia ficar do lado de fora. – Disse o loiro de nariz enfaixado.
–Sou bom mesmo Reita. –Ruki disse convencido.
–Esses dois invadirem minha casa até que entendo, mas você compactuando com essa invasão Kai?- Aoi disse fingindo estar pasmo.
–Eu não ia ficar lá fora depois que eles abriram. –Kai se justificou.
–Okey, Desculpem pela minha demora. Fui comprar bebidas e na volta ainda me esbarrei num velhinho que nem quis que eu pagasse o arranhão que fiz no carro dele.
–Ando bebendo antes da gente. –Ruki sorriu debochado e então continuou. –Bom, também trouxe algumas coisas pra gente beber.
–Quanto mais, melhor. –Aoi disse de forma nervosa.
–Tem certeza que quer esse casamento arranjado? –Kai disse percebendo o nervosismo do outro.
–Certeza não tenho, mas minha mãe ficou tão feliz com isso. E já é tarde pra me arrepender.
–Não tem que pensar em sua mãe, é sua vida que está em jogo. –Reita disse sério.
–É verdade, vai que ela no fundo é a psicopata do facão? –Ruki disse tirando a seriedade do assunto fazendo os outros rirem . – Hey! Eu falo sério, você não conhece ela direito. E sua mãe só continuou com isso por que não se opôs a ela.
–É que ela é tão bonita. –Aoi disse. –No entanto tão sem graça.
–Eu acho que não devia se casar sem sentir algo forte pela pessoa. – Reita disse pensativo olhando o nada.
–Hum, então tem alguém apaixonado aqui ein! – Aoi disse erguendo uma das sobrancelhas. –Quem é ela?
–Bom... –Reita fez uma pausa e se levantou, caminhou de forma dramática até o ponto que olhava e se virou pegando uma garrafa de vodca que estava encima da mesa. –Ela se chama Vodca. Vamos beber? Tem a noite inteira pra pensar nisso Aoi.
–E pra encher a cara. –Ruki completou e foi até o amigo lhe dando um tapa nas costas. –O que é isso Aoi. –Ruki disse pegando um papel que estava nas costas de Aoi.
–Não sei o que é. –Aoi disse tentando olhar o papel, mas Ruki se esquivou.
–Parece que vai ser a atração pra essa noite. Olha isso. –Disse levando o papel até Reita que abraçava a garrafa de vodca e fingia fazer carinho nela.
–Desculpa minha amada, mas essas são belas coxas. –Disse Reita para a garrafa.
–Coxas, que coxas? –Aoi disse indo pra junto deles e Kai foi junto também. No papel tinha a foto de um par de coxas com meias 7/8 e uma liga. No panfleto dizia “Serviço de streeper” e embaixo da foto em letras pequenas. “Poison, serviço especial”.
–Então a dona das coxas chama Poison ein? –Ruki disse em tom malicioso e pegou o celular. –Eu vou ligar.
–Não faz isso! –Aoi exclamou tentando pegar o celular do baixinho que logo se esquivou. Aoi foi então segurado por Kai e Reita enquanto Ruki discava o numero.
–Oi, eu queria contratar o serviço de streeper. –Ruki dizia ao telefone.
–Me fale o endereço e logo uma de nossas streepers estará ai. –A voz do outro lado dizia.
–Claro, mas eu gostaria de... ei.. tá me ouvindo? –Ruki disse tentando encontrar sinal, a voz do outro lado estava picotada, mas continuou falando. – Eu queria saber se Poison está disponível essa noite?
–Claro senhor... El...está sim, hoje é seu dia de sorte, acabaram de desmarcar uma apresentação de.... noite. Pode me informar o endereço?
–Sem duvidas. –Ruki disse empolgado e informou o endereço. Em seguida desligou o telefone. –Prontinho, vamos ver essas coxas pessoalmente. Disseram que em uma hora ela vai estar aqui... pelo menos acho que foi isso que disseram.
–Você vai acabar com minha reputação aqui nesse prédio. –Aoi disse abrindo uma garrafa de sakê e bebendo direto do bico.
–Calma, é só uma streeper, e sabe como é essas coisas. Geralmente agente não pode nem encostas nelas.
–É verdade. –Reita concordou. E foi pra cozinha.
–O que vai fazer ai? –Aoi disse o olhando.
–Pegar copos. –Reita disse e logo volto com um bando de copo.
–Obrigado! –Aoi disse o ajudando e logo se sentando no chão junto a mesa com as bebidas.
Eles beberam bastante, o suficiente pra falarem arrastado e fazerem comentários idiotas sobre coisas irrelevantes, afinal quem não faz esse tipo de coisa quando bebe? No entanto ainda não era o suficiente pra Aoi, ele queria pelo menos por algum tempo esquecer o fato de que casaria com uma pessoa que viu no máximo umas 4 vezes em encontros formais.
-Nem mesmo sei se ela é boa de cama? –Aoi disse embolando as palavras irrompendo o assunto sobre o cão de Ruki. Ele não queria falar daquilo, mas aquilo lhe passou pela cabeça e escapou de seus lábios sem dar-lhe a chance de tentar segurar o comentário.
–Isso é algo importante. Afinal, um casamento sem sexo poderia causar muitos problemas. – Ruki disse e deu um típico soluço de bêbado.
–Ainda acho que tem que casar com quem tem certeza que é a pessoa certa, se é que me entende. – Reita disse estreitando os olhos ainda mais, os fazendo ficar como dois riscos.
–Não vou casa! –Aoi disse decidido. - Eu vou desmarcar esse casamento. –Aoi completou e foi interrompido por uma rizada rompante de Ruki.
–Ahahaha! Lembra aquela vez que o Kai... –Ruki começou a falar sendo interrompido pela campainha. – É ela!
–Ela? Não eu não quero casar! –Aoi disse se arrastando pelo chão e então Reita o puxou pela calça.
–Não é essa “ela” e a outra. A streeper.
–Bebi tanto que esqueci que o Ruki tinha chamado uma. –Kai disse de forma bisonha deitado no sofá de forma desengonçada. Ruki se levantou correndo tropeçando na mesa de centro e catando cavaco até dar de cara com a porta.
–Ittaiii! –Disse ele esfregando a testa e abrindo a porta. Ao abrir ficou em silencio por um minuto e totalmente paralisado, como se tivesse visto uma assombração.
–O que foi Ruki não vai a chamar pra entrar não seu imbecil. –Reita disse se juntando a ele e ficando também da mesma forma.
–O que foi gente? Por acaso mandaram um zumbi no lugar? – Ruki deu mais um soluço típico de bêbado e então Aoi se levantou indo até eles. – Seria interessante, como naquele filme que... –Aoi disse e parou ao chegar na porta, ficando também imóvel.
–Caramba! Você é um cara? –Ruki disse interrompendo o silencio e dando um soluço em seguida, fazendo o estranho na porta rir. Aoi se sentiu tonto com aquele sorriso, talvez fosse a bebida falando mais alto, mas realmente sentiu algo estranho. O estranho era realmente lindo, trajava um sobretudo de tecido pesado, coturnos que o deixava ainda mais alto, e por entre a abertura do sobretudo era possível ver a meia 7/8 e a liga o que indicava que aquela pessoa era realmente a pessoa responsável pelas coxas do panfleto.
–Sim, claro que sou um cara. Pediram por mim, não achei que iam esperar por uma garota. –O estranho suspirou de forma cansada. –Não acredito que vou ser dispensado pela segunda vez no dia, eles vão acabar me demitindo.
–Coxas... –Ruki disse soluçando.
–Seu lerdo! –Aoi deu um tapa na cabeça de Ruki.
–Não faz isso, vai deixar ele ainda menor. –Reita disse passando a mão na cabeça de Ruki.
–Hey, vão me deixar aqui falando sozinho? – O estranho disse quando Aoi abriu a boca pra falar alguma coisa foi surpreendido por Kai que se juntou a eles.
–Sonhei com patos, ai um deles... –Kai disse esfregando os olhos de forma infantil e bocejando. – Quem é seu amigo Aoi? –Antes que ele pudesse responder Kai continuou. –Ele é bonito.
–Finalmente alguém com inteligente nesse lugar. –O estranho disse e logo foi arrastado pra dentro por Kai e jogado no sofá. Os outros apenas o olharam.
–Espera ai que vou buscar um copo pra você. –Kai disse e correu cambaleante até a cozinha. Reita voltou para a sala e se sentou de frente ao estranho o encarando com expressão um tanto quanto lunática.
–Então... –O estranho disse sem jeito. –Quem me chamou aqui.
–Eu! –Ruki disse se sentando ao lado de Reita dando um soluço.
–Ruki, esse seu soluço tá me irritando. –Aoi disse fechando a porta e indo pra dentro.
–Calma ai... To falando aqui com o coxas... – Ruki deu uma rizada e então Reita começou a rir junto e ambos ficaram rindo juntos por um bom tempo, fazendo o estranho erguer uma das sobrancelhas bem feitas e olha-los de forma estranha.
–Liga não, eles são doidos. Parece que fugiram do mesmo manicômio. –Kai disse voltando se sentando ao lado do streeper e o entregando um copo de sakê.
–Então, vão querer que eu tire a roupa ou não? – Ele disse sem paciência bebendo do copo que Kai o havia entregado. Ele não bebia em trabalho, mas aquelas rizadas o irritava e o fato do dia ter sido complicado e ainda por cima dele já ter sido dispensado por um cliente no dia o deixava estressado, o que o fazia desejar mais do que tudo beber aquele sakê.
–Tirar a roupa? Como assim? –Kai disse estranhando.
–Ele não é meu amigo Kai, ele é a streeper. –Aoi disse se sentando de volta no chão onde estava anteriormente.
–Desculpa, não vi que era uma garota. –Kai disse corado.
–Não sou garota. – O streeper disse fazendo Kai cuspir todo o sakê que havia colocado na boca.
–Caramba Kai. Molhou-me todo. –Aoi disse se enxugando.
–Desculpa! Então o Ruki contratou um Streeper homem? –Kai disse pensativo.
–Exatamente. –O streeper disse.
–Foi por acidente, sabe como é né? Aquelas coxas. –Ruki se justificou.
–Aquelas coxas. –Reita repetiu de forma pensativa.
–Sendo acidente ou não eu perdi um dia de trabalho, se eu voltar posso ser demitido e ainda por cima é tarde pra eu pegar outro cliente.
–Foi mal. –Ruki disse em tom de culpa.
–Tudo bem, podem pelo menos pagar meu taxi de volta. Vim sem dinheiro pra voltar, sem contar que aqui é um fim de mundo.
–É que só um lugar como esse, aceita um pessoa que tem estes dois ai como amigo. –Kai disse apontando Reita e Ruki fazendo o estranho dar uma rizada discreta.
–Tudo bem. –Aoi disse.
–Mas vai ter que mostrar as coxas Sr. Coxas. –Reita disse em um rompante.
–Isso ai! Coxas. –Ruki concordou.
– Me chamem de Poison, ou se preferirem de Uruha. –Uruha disse se levantando e colocando as mão no cinto de seu sobretudo. –Tem certeza?
–Por mim tudo bem. –Kai disse enquanto Ruki e Reita balançaram a cabeça afirmando.
–Tudo bem. –Aoi disse o olhando.
Uruha abriu o sobretudo de vagar o jogando sobre o sofá, por baixo dele estava usando um corpete que marcava perfeitamente a curva de sua cintura e um short extremamente curto onde a cinta estava presa. Ele soltou de vagar as sintas enquanto caminhava em direção a Reita e Ruki, ele apoiou uma das pernas no sofá ao lado de Ruki encarnando completamente seu personagem “Poison”, o olhando de forma provocante.
–Goshujin-sama... –Ele disse praticamente ronronando chegando ainda mais perto de Ruki que engolia em seco. – É despedida de solteiro?
–Eeeettoooo.... É sim. –Ele disse gaguejando.
–E quem vai casar? – Uruha continuou mantendo seus olhos aos olhos do baixinho que estava agora completamente corado.
–E-Ele... –Ruki disse e apontou Aoi que o olhava e olhos arregalados. Uruha sorriu de forma maliciosa o olhando e então se afastou de Ruki indo em direção de Aoi enquanto passava a língua sobre os lábios bem desenhados. “E que boca” Aoi pensou o olhando prendendo a respiração por motivos que não compreendia.
–Então... –Uruha disse chegando mais perto sentando na mesa de centro de frente pra Aoi que também o olhava. –Por que não toca nelas? Esse é o meu servicinho especial, pode tocar minhas coxas se quiser, também pode aperta-las. Só não pode bater ou subir as mãos de mais. – Uruha sorriu dessa vez não tão provocante, mas da mesma forma que deixou Aoi tonto, deixando agora Aoi completamente sem folego o fazendo soltar a respiração.
–Pega nelas Aoi. –Ruki o encorajou.
–É pega, pega. –Reita reforçou a ideia. Kai não disse nada, já tinha pegado no sono novamente.
–Pode? –Aoi disse com a voz baixa olhando Uruha nos olhos se perdendo por alguns segundos naqueles olhos profundos que escondiam algum segredo.
–Pode. –Uruha disse baixinho como se falasse com uma criança prestes a dormir. Aoi então voltou sua atenção para as coxas do loiro levando de vagar as mãos até cada uma delas, lentamente deslizou as mãos pelos joelhos de Uruha subindo lentamente até o ponto que começava seu short, sentindo sua pele morna e macia. Uruha fechou os olhos ao sentir o toque carinhoso das mãos de Aoi, suas mão eram quentes e acolhedoras embora fossem calejadas, mas isso agradava Uruha que reconhecia muito bem aquele tipo de calos, ele tinha iguais por que também era musico.
–Então... AOI... –Uruha disse praticamente ronronando abrindo seus olhos de vagar voltando a olhar para o dono das mãos que o tocava. – Que instrumento de corda você toca?
–Que? O que? Como você sabe?
–Suas mãos me disseram. – Uruha disse o olhando de uma forma diferente e intima.
–Caramba! Essa coisa me excitou. – Ruki disse do nada.
–A mim também. – Reita concordou e então Ruki e ele se entreolharam. Reita pegou o baixinho pela cintura o puxando para seu colo, o mesmo passou os braços pelo pescoço dele o beijando vorazmente, como se a vida no mundo dependesse daquilo movendo seu corpo sobre o colo dele lentamente o fazendo ofegar.
–Kyaah!! –Aoi os olhou pasmo de boca aberta.
–Não me respondeu. – Uruha disse com calma tocando o rosto de Aoi, o fazendo voltar a olha-lo.
–Qual era a pergunta?
–O que você toca? – Uruha disse acariciando de leve o rosto de Aoi o soltando aos poucos.
–Ah. Guitarra. Mas sério, como sabia?
–Olha. –Uruha disse o mostrando as mãos. –São as mesmas marcas de sua mão.
–E o que toca?
–Guitarra também. –Uruha disse sorrindo meigamente, Aoi não conseguia para de olha-lo mesmo com os barulhos e gemidos vindo de Reita e Ruki no sofá.
–Seus amigos parecem estar se divertindo. –Uruha disse olhando para ele e então voltando a olhar para Aoi percebendo que ele não tinha deixado de olha-lo e consequentemente ficando corado. Uruha tirava a roupas para as pessoas, geralmente não sentia vergonha por que encarnava totalmente seu personagem, mas Aoi o trazia de volta de alguma forma, mesmo ele tentando ser Poison. Era como se Aoi enxergasse Uruha como Uruha e não como Poison, ele não o encarava só da cintura pra baixo, por algum motivo ele o olhava nos olhos como se preferisse assim. “Talvez seja por que ele é hetero” Uruha pensou. “mas ele olha pra mim de um jeito diferente.” Uruha concluiu seu pensamento.
–Parece que sim, eles sempre se divertem muito juntos, estava demorando pra isso acontecer.
–Eles não são... Namorados não? –Uruha disse franzindo o cenho.
–Não, pelo menos até então não eram não. Reita é um cara sério quando se trata de relacionamentos, hoje mesmo disse umas 3 vezes que eu não devia casar sem estar apaixonado. Acho que se o baixinho der uma brecha eles acabam entrando em um relacionamento sério.
–Reita é o de... –Uruha disse tampando o nariz.
–É sim.
–E o que aconteceu com o nariz dele? –Uruha disse tombando a cabeça de lado.
–Nada, ele usa a faixa como um acessório. –Aoi disse e sorriu, sentia como se conhecesse Uruha a muito tempo.
–E aquele dorminhoco é o Kai? –Uruha disse apontando Kai que dormia aninhado no sofá.
–É sim, na verdade o dorminhoco entre nós é o Reita, mas o Kai bebeu bastante e deve estar muito cansado.
–Ele deve ser muito legal.
–Ele é. É como um tipo de irmão mais velho. – Aoi disse e ficou completamente vermelho ao ouvir o gemido alto de Ruki. Aoi não se atreveu a olhar e então se levantou. –Vamos conversar na cozinha?
– Claro! –Uruha se levantou também e então ambos seguiram até a cozinha. Aoi puxou uma das cadeiras da mesa convidando Uruha a se sentar, e então se sentou também de frente pra ele.
–O que costuma tocar? –Aoi disse pegando a garrafa de vodca encima da mesa e servindo dois copos entregando um deles a Uruha.
–Obrigado! Toco coisas como Luna Sea. Coisas mais pro visual kei. E você?
–Também. –Aoi disse e tomou um gole da vodca.
–Seu casamento...
–O que tem ele? –Aoi disse antes que Uruha terminasse.
–Vai ser uma cerimônia oriental ou ocidental?
–Oriental. –Aoi disse sem animo. –Eu não estou muito certo com isso tudo, eu não conheço ela muito bem. Foi arranjado.
–Coisa de família?
–Na verdade coisa da minha mãe querendo me desencalhar.
–Sua mãe devia pensar na sua felicidade. Obvio que ela pensa que tá feliz com isso por ter chegado tão longe. Desculpa a intromissão, mas acho que devia dizer a sua mãe o que sente.
–Eu sei... –Aoi disse batendo a testa na mesa. –Eu não quero casar.
–Calma, ainda não é tarde. Pior se descobrisse depois do segundo filho. Uruha se levantou e foi se sentar ao lado de Aoi.
–O que eu faço? – Ele disse com voz tremula quase chorando.
–Calma Aoi. –Uruha disse acariciando as costas de Aoi. –Você vai sair dessa. Primeiro pensa, como você pode cancelar o casamento?
–Minha mãe! Vou ligar pra ela. –Aoi disse e caminhou decidido pela cozinha pegando o telefone na parede da cozinha, discando o numero.
–Hey, Sr. Coxas ... –Reita disse baixo da porta da cozinha percebendo que Aoi estava no telefone. –O que ele tá fazendo?
–Ligando pra mãe. –Uruha disse ignorando o apelido.
–O que!? –Ruki disse se juntando a Reita. –Ele vai falar que não quer casar?
–Parece que sim. –Uruha disse paciente enquanto Reita e Ruki entravam na cozinha e se sentavam.
–Nós vamos ver isso! Como que ele tomou coragem? Uma epifania?
–Eu o encorajei, disse que não era tão tarde pra desistir.
–O poder das coxas! –Reita disse rindo baixinho junto de Ruki que o acompanhou.
–Só não digo nada por que essas coxas que pagam minhas contas.
–Isso ai Sr. Coxas.
–É Uruha!
–Tá tá, eu sou Reita e o tampinha é Ruki. Mas sabe disso né? –Reita disse sendo chutado por Ruki ao dizer “baixinho”.
–Sim, eu estava conversando com ele. É um prazer conhece-los.
–O prazer é nosso. –Ruki e Reita disseram juntos.
–Mãe! Te acordei? –Aoi disse ao telefone. –Pois é, desculpa... Não, não. Eu estou bem. Na verdade queria falar sobre o casamento... É eu sei, mas eu não amo ela mãe, não quero ter que me divorciar... Entendo, mas se não der? Eu só quero poder me casar com alguém que eu tenha certeza que vou passar o resto da minha vida com ela. Obrigado mãe, obrigado! Tá bom, eu não vou mais incomodar a senhora. Tá bom, eu também. –Aoi disse e desligou o telefone, todos o olharam sérios e então ele caminhou até a mesa e se sentou.
–E ai? –Ruki disse não podendo se conter.
–Ela disse que... –Aoi disse fazendo suspense. –Que vai ao templo logo pela manhã, e vai falar ainda hoje com meu futuro ex-futuro sogro.
–Isso ai! As coxas lhe deram coragem. –Ruki disse antes que Reita pudesse dizer.
–E você? Achei que o Reita tinha te engolido.
–Que nada, eu que vou engolir ele daqui a pouco.
–É verdade, agente já ia levar o Kai para o apartamento dele e Ir pro do Ruki. –Reita disse corado embora não fosse muito visível.
–Querem ajuda? –Aoi disse e logo Kai entrou na cozinha, foi até a geladeira pegou agua e bebeu.
–Também posso ajudar? – Kai disse, olhando eles parecendo até bastante sóbrio.
–Já tá ajudando. –Ruki disse.
–Sério? Como? –Kai disse olhando o copo.
–Acordando, agente ia te arrastar pro seu apartamento. –Reita disse explicando.
–Eu vou andando. –Kai disse. – Inclusive já vou indo, antes que eu tenha mais sonhos estranhos. Sonhei que tinha um hobbit engolindo uma cacatua. –Kai disse e Aoi deu uma rizada baixa.
–Tá bem, vai lá. E amanhã não vai ter casamento. –Aoi disse esperando a cara de surpresa de Kai.
–Eu sei, nesse sonho o pato do sonho de antes apareceu e me conto. – Kai disse de forma natural lavando o copo e o colocando no escorredor. – Bom, foi divertido mais já vou indo, estou muito cansado.
–Percebe-se pelos seus sonhos premonitivos. –Ruki disse se levantando. –Nós também já vamos. –Ruki pegou a mão de Reita. –Temos assuntos pendentes. –Ruki disse e logo Reita e Kai se despediram de Aoi e Uruha.
–Todo mundo já foi, acho que é minha hora também. Eu não ia cobrar, mas estou sem dinheiro pra voltar mesmo.
–Tudo bem, afinal eu peguei em suas coxas. –Aoi disse corado olhando o relógio na parede. – Caramba! Já é tarde assim? Você não vai conseguir Taxi nesse horário não, acho que devia ficar aqui, amanhã te levo e te pago.
–Se vai me levar não precisa me pagar, afinal gostei do carinho nas coxas. –Uruha sorriu virando o resto da vodca do copo.
–Se diz? Eu já vou ter que pagar as despesas do casamento mesmo.
–Pelo menos não vai ter que passar a vida com uma pessoa que não ama.
–Então vamos beber por isso! –Aoi disse pegando uma garrafa de absinto enchendo o copo dele e o de Uruha. Logo eles acabaram com a garrafa.
–Acho que não vai ser confiável dormir naquele sofá não, vai saber o que aqueles dois fizeram ali. –Aoi disse passando pela sala com Uruha.
–Também acho, por isso resolvi que vou dormir na sua cama e você vai dormir comigo.
–Minha cama não é muito grande.
–Isso me dá um bom motivo pra poder me agarrar a você quando formos dormir.
–Vamos ver. –Aoi disse parando. –Aqui é o banheiro, tem uma escova de dente reserva na gaveta.
–Tá bem. –Uruha disse e entrou no banheiro, Aoi encostou-se a parede ao lado da porta e usou o banheiro logo em seguida. Aoi não levou a sério o que Uruha havia dito então conduziu o loiro naturalmente até seu quarto, Aoi acendeu a luz e foi até o armário pegar alguns travesseiros e cobertores. Uruha caminhou pelo quarto analisando tudo se aproximando do som sobre o rack.
–Legal, você tem um som no lugar de uma televisão.
–Musica é mais importante pra mim. –Aoi disse e então ouviu o som do radio ligar.
–Essa é a musica da minha apresentação. –Uruha disse colocando o pen drive no som e dando play na musica. Aoi se virou para olha-lo colocando as coisas encima da cama. Uruha se movia lentamente ao som de Sweet dream aos poucos desafivelando as fivelas de seu corpete. Aoi o olhava como se fosse hipnotizado pelos movimentos serpenteantes do corpo de Uruha que se aproximava dele enquanto se livrava do corpete deixando sua pele branca e delicada a mostra. Uruha empurrou Aoi para a cama e então desceu devagar o zíper de seu short.
–Pode me ajudar com ele Aoi? –Uruha disse pondo as mão de Aoi em seu short. – Você pode me tocar.
-Qualquer um pode te tocar assim? –Aoi disse puxando o short de Uruha.
–Não sou puto Aoi, como eu já disse antes, as pessoas só podem tocar minhas coxas. Mas você eu quero que me toque além desse ponto. –Uruha disse se livrando do short ficando só de cueca. Em seguida colocou um dos pés na beirada da cama e então tirou um dos coturnos e em seguida fez o mesmo com o outro pé.
–Por que eu? –Aoi disse o olhando e então Uruha colocou as mãos de Aoi em uma de suas coxas o fazendo tirar uma de suas meias, em seguida Aoi levou automaticamente a mão na outra coxa de Uruha assim que ele apoiou o pé novamente na beirada da cama, Aoi deslizou carinhosamente a mão pela coxa de Uruha tirando lentamente sua outra meia, deixando seus dedos tocarem a pele macia do outro.
–Por que gostei de você, gostei de sentir seu carinho em minhas coxas, por que me sinto Uruha com você e não Poison. –Uruha disse tirando o pé da cama caminhando em direção ao rack, ele apoiou as mãos sobre o móvel dançando junto ao ritmo a musica, em seguida se abaixou de costas para Aoi tirando aos poucos a cueca mantendo a bunda empinada em direção a ele.
–O que já fez de mais intimo com algum cliente? –Aoi engoliu em seco tendo uma boa visão do traseiro de Uruha, que assim como as coxas parecia ser macio e de textura delicada.
–Isso. –Uruha disse afastando as bandas de sua bunda deixando a mostra seu orifício anal.
–Já tentaram fazer mais alguma coisa com você? – Aoi disse com a voz tremula tentando esconder o nervosismo.
–Já, mas todos de onde trabalho é obrigado a treinar métodos de defesa pessoal. Então quando tentam acabam apanhando. –Uruha disse e então se virou para Aoi indo até ele, sentando em seu colo e colocando as mãos de Aoi em sua cintura.
–Você é bravo? –Aoi disse o segurando pela cintura com firmeza, o olhando nos olhos.
–Só com quem merece. –Uruha disse baixinho aproximando os lábios aos lábios de Aoi. – Me faça sentir suas mãos em meu corpo.
–O que posso fazer com você? – Aoi roçou de vagar as pontas dos dedos pela cintura de Uruha deixando sua pele arrepiada.
–O que quiser, já não é trabalho e sim assuntos pessoais. –Uruha disse mordiscando os lábios de Aoi que deslizou as mãos até o bumbum de Uruha o alisando e acariciando enquanto aos poucos iniciava um beijo lento e calmo, sentindo o gosto de menta de vodca nos lábios macios de Uruha. –Mas primeiro por que não nos livramos de suas roupas? –Uruha disse roçando os lábios aos de Aoi após encerrar o beijo. Aos poucos Uruha tirou a camisa de Aoi descendo seus lábios por seu pescoço deslizando até seu tórax, Aoi o acompanhou com os olhos, o vendo deslizar a língua por seu abdômen enquanto descia de seu colo e se ajeitava entre suas pernas.
–O que vai fazer? –Aoi disse o olhando, passando as mãos pelos cabelos de Uruha.
–Xii. –Uruha respondeu pedindo silencio com um dos dedos contra os lábios. Em seguida levou os lábios até o zíper da calça de Aoi o puxando lentamente enquanto o olhava.
–Como consegue seduzir alguém com tanta eficácia? –Aoi sussurrou enquanto tinha as calças puxadas.
–Acho que sou bem aplicado. –Uruha respondeu mesmo que fosse uma pergunta retórica enquanto levava uma das mãos ao volume já rígido na cueca de Aoi o massageando lentamente ali. –E pelo jeito estou fazendo do jeito certo. –Concluiu levando os lábios ao volume na cueca, contornando a marca do pênis de Aoi o fazendo dar um leve gemido. Aoi acariciou seus cabelos o olhando fixamente, Uruha puxou sua cueca aos poucos fazendo o membro rígido de Aoi saltar para fora, Uruha o olhava enquanto deslizava de vagar a língua pelo membro de Aoi que abria mais as pernas, como se o desse permissão pra que ele prosseguisse. Uruha segurou o corpo do membro mais forte, passando a ponta da língua pela abertura da uretra abocanhando a glande em seguida, a chupando com força.
–Isso... É bom. –Aoi disse ofegando enquanto Uruha deslizava o resto de seu falo pra dentro da boca, o pressionando com a língua e arrancando de Aoi mais alguns gemidos. –Assim não vou aguentar. –Aoi gemeu e Uruha o olhou soltando seu membro fazendo um alto estalo com a boca.
–Não é justo. –Uruha o olhou fazendo bico. –Não pode gozar sem mim.
–É que sua boca é tão gostosa. Vem pro meu colo e goza comigo? –Aoi disse acariciando o rosto de Uruha que ainda estava abaixado entre suas pernas.
–Claro. Tem camisinha?
–Olha na minha calça, dentro da minha carteira. –Aoi disse e Uruha obedeceu pegando a carteira de Aoi no bolço da calça.
–Prevenido ein? –Uruha disse pegando a camisinha a abrindo, voltando a se ajeitar entre as pernas de Aoi o colocando a camisinha.
–Nem tanto, me deram isso ai por causa da despedida de solteiro.
–Não é mais uma despedida. –Uruha sorriu e se levantou voltando a subir no colo de Aoi. –Espero que seja cuidadoso, não faço isso a muito tempo. –Uruha disse roçando os lábios aos dele aos poucos fazendo seu membro penetra-lo. Aoi o segurou pela cintura movendo de vagar o quadril afundando seu membro no interior apertado e quente que Uruha que deixava um gemido manhoso escapar de seus lábios. Aos poucos Uruha passou a mover seu corpo mais rápido sobre o colo de Aoi, fazendo seu membro ir ainda mais fundo em seu interior.
–Tão apertado... –Aoi gemeu o segurando com mais firmeza acompanhando seus movimentos com o quadril, o penetrando com mais força, colocando seu membro mais fundo que podia enquanto levava as mãos ao bumbum macio de Uruha e sentia o membro rígido do mesmo roçar contra seu abdômen. Era a primeira vez que Aoi sentia tanto prazer assim, e também a primeira vez que fazia aquilo com um homem. Por um breve momento pensou no quanto tudo aquilo era uma loucura, era um homem e além disso um estranho. Não sabia nada ele além de seu possível nome e de seu gosto por musica. Logo esse momento foi interrompido por uma mordida de Uruha em seu lábios, seus gemidos tomavam proporções maiores e ecoavam no interior do apartamento, eram gemidos que nunca esqueceria, alias, duvidava muito que fosse esquecer qualquer coisa relacionado a ele, coisas como aquelas coxas macias, o gosto de sua boca, o cheiro de sua pele, e a forma tão profunda que ele o olhava, estas sem duvidas seriam coisas que o perseguiria pro resto da vida.
–Aoi... –Uruha gemeu rente ao seu ouvido enquanto segurava em seu ombros e pegava impulso, cavalgando em seu colo com mais força. Força que ele mesmo tinha medo de impor contra aquele bumbum tão delicado.
–Uruha... –Aoi gemeu em resposta, o segurando com mais força acompanhando seus movimentos fortes com o quadril, fazendo barulhos bem altos. Logo Aoi chegou a seu ápice, mas não deixou de dar prazer a Uruha, levando uma das mãos a seu membro o tocando, até que Uruha chegasse a seu limite tambem.



(Cap. 2) O teste


Logo o dia amanheceu, o sol entrava pela fresta da cortina, mas Aoi se recusava a levantar. Estava muito cansado, seu quadril doía e também “aquilo” doía. Nunca tinha feito com tanta força, mas tinha que ser feito assim. Aoi se ajeitou na cama voltando a dormir pesadamente quando seu sono foi invadido por um voz, não era a voz suave de Uruha nem mesmo era uma voz masculina, mas era uma voz tão familiar. Aoi abriu seus olhos ao ter o quarto invadido.
–Aoi meu filho, tá passando bem? –Era sua mãe, ela estava abrindo a porta de seu quarto. Aoi deu um pulo da cama assustado, caindo de cara no chão esquecendo completamente o fato de estar nu.
–Mãe? O que faz aqui. –Ele a olhava assustado e logo voltou seu olhos para a cama, Uruha já não estava lá.
–Não atendeu o telefone, liguei milhares de vezes. Eu fiquei preocupada. – A mãe dele dizia cobrindo o rosto. –E cobre logo suas vergonhas filho, sua mãe não é obrigada a ver isso, já é bem grandinho.
–E as coisas sobre o casamento? –Aoi se levantou pegando a calça a vestindo e se sentando na cama, sentindo ainda o calor de Uruha sobre ela.
–Sobre isso que queria falar com você.
–E o que quer falar mãe? –Aoi disse meio melancólico pela falta que o outro fazia ali.
–Sua noiva já era noiva, acredita nisso? De um velho milionário. Ontem ele descobriu tudo e veio pra cá impedir o casamento. Parece que ele até se atrasou por que um apressadinho bateu nele e ele ficou perdido na estrada. –Aoi a olhava boquiaberto. –Enfin, hoje quando fui na casa dos pais dela, ela já tinha ido embora com o tal velho. Acredita nisso?
–Eu...Eu acho que sim. –Aoi não sabia se ficava mais impressionado com o folego da mãe falando todas aquelas coisas ou se ficava impressionado com o fato da sua ex-noiva ser a noiva de um velho, o velho que ele suspeitava ser o velho do dia anterior.
–Bom, pelo tanto de garrafas vazias que recolhi na sua sala deve tá com uma ressaca terrível.
–Estou.. –Aoi disse desanimado e então sua mãe o afagou os cabelos.
–Não fique assim, ainda vai ter noiva melhor. Volte a dormir, vou voltar pra casa. Ainda é cedo e eu já arrumei toda sua casa. Menos essa sua bagunça aqui. E todas essas roupas jogadas. –Ela disse olhando o chão do quarto fazendo Aoi olhar o chão também torcendo pra camisinha não estar por lá.
–Aqui pode deixar que eu arrumo mais tarde, pode voltar mãe. Não se preocupe... –Aoi fez uma pausa vendo as roupas de Uruha no chão franzindo o cenho. –Não se preocupe comigo, vou ficar bem depois de mais algumas horas de sono.
–Tá bem, te amo filhote. –Ela disse beijando a testa de Aoi.
–Te amo mãe. –Aoi se despediu da mãe que logo saiu do quarto, e então esperou até ouvir o som da porta da sala se fechando. Era um som rangido já que o prédio era antigo e ele havia deixada a porta original na entrada.
–Achei que ela não fosse ir mais. – uma voz vinha do armário.
–Fiquei com medo de ter ido embora. –Aoi disse olhando Uruha sair do armário.
–Eu fiquei com medo da sua mãe pegar agente, mas ouvi quando ela entro e começou a arrumação. Ela parece ser legal.
–Ela é sim. –Aoi disse se deitando de volta na cama. Uruha caminhou até ele e se deitou sobre ele.
–Tem muita sorte, sua mãe vive perto de você. –Uruha disse melancólico se aninhando junto ao corpo de Aoi que o acolheu com carinho.
–A sua não?
–Não, ela vive longe. Ela é doente me mudei pra seguir a carreira musical e poder pagar os remédios dela. Mas acabei tendo que tirar minhas roupas pra sobreviver.
–Mas ainda continua tentando? – Aoi disse o acariciando os cabelos.
–O que? – Uruha o olhou nos olhos, embora sua maquiagem estivesse borrada ele ainda estava irresistível.
–Seguir a carreira musical.
–Não posso me dar ao luxo, minha mãe depende de mim. Não posso deixar a mulher que cuidou de mim a vida inteira na mão por conta de um sonho bobo.
–E ela sabe o que faz?
–Não, e nem pode. Ela morreria de desgosto.
–Então não devia desistir, não tem que parar de trabalhar, mas tem que tentar fazer o possível pra mudar isso. Tenho certeza que sua mãe ficaria orgulhosa se souber que o filho não desiste de conseguir o que quer.
–Tem razão. –Uruha disse pensativo fechando os olhos ao sentir o carinho de Aoi em sua nuca. Aoi o deu um breve beijo carinhoso.
–Sabe aqueles meus amigos que estavam aqui ontem?
–Sei sim. –Uruha disse ainda de olhos fechado enquanto Aoi o olhava.
–Nós temos uma banda, se quiser agente pode marcar um teste com você.
–Sério? –Uruha disse empolgado se sentando sobre o corpo de Aoi.
–Com certeza, isso seria ótimo. Assim eu poderia te ver mais vezes.
–Então você quer me ver mais vezes? –Uruha sorriu roçando de vagar o corpo ao corpo de Aoi que ficou intensamente corado.
–Eu...Eu quero sim. Você não quer me ver mais não?
–É o que eu mais quero. –Uruha sorriu e voltou a se deitar colocando a cabeça sobre o tórax de Aoi, podendo ouvir seu coração acelerado batendo quase no mesmo ritmo que o seu. Aoi lhe aconchegou e afagou seus cabelos e então ele fechou os olhos.
–Quando quer que eu te leve? –Aoi disse baixinho.
–Quando quiser me levar. –Uruha disse de olhos fechados, sentindo o carinho de Aoi em sua nuca. Aoi riu baixinho deslizando as pontas dos dedos pela pele macia de Uruha.
–Cuidado com o que diz se depender de mim ainda vai ficar aqui por um longo tempo. –Aoi disse e Uruha sorriu, não sabia o que dizer, pelo menos sabia que desejava a companhia de Aoi e Aoi desejava a sua. Aoi percorreu a espinha dorsal de Uruha que ainda estava despido com as pontas dos dedos até alcançar seu bumbum o alisando calmamente.
–Me quer mais uma vez? –Uruha disse se apoiando a seu peito o olhando.
–Quantas vezes eu posso te ter? –Aoi perguntou o olhando, ficando violentamente corado. Não era seu costume agir assim, sempre foi tímido e nunca se imaginaria dizendo algo assim pra uma garota e quem dirá a um garoto.
–Quantas vezes desejar. –Uruha sorriu com malicia deslizando as mãos pelo abdômen de Aoi até alcançar sua calça, lhe abrindo o zíper lentamente enquanto deslizava uma das mãos pra dentro da calça, o masturbando.
–Então... vai ter que ter bastante energia. –Aoi sorriu corado deixando um gemido baixo escapar ao sentir a mão de Uruha lhe acariciar por dentro da calça. Uruha tirou a mão de dentro da calça o olhando.
–Isso eu tenho bastante, mas por que não terminamos isso no banho? – Uruha disse saindo de cima do corpo de Aoi, o esperando levantar.
–Tem razão, vamos? –Aoi se levantou caminhando até a porta do quarto a abrindo. Uruha o acompanhou até o banheiro. Aoi tirou sua calça que já estava aberta e caminhou até o chuveiro o abrindo, Uruha estava distraído com o espelho quando foi puxado pela cintura por Aoi que o arrastou até o box.
–Não se preocupe você continua lindo. –Aoi o segurou contra a parede enquanto deixava a agua escorrer por seus corpos.
–E você fica muito bem molhado. –Uruha disse acariciando o rosto de Aoi, o beijando em seguida. Aoi pressionou seu corpo contra o dele, sentindo sua pele molhada e escorregadia roçar contra a dele enquanto segurava uma das coxas de Uruha, a levantando até sua cintura, podendo assim roçar seu quadril ao dele com mais força. Uruha gemeu baixinho contra os lábios de Aoi forçando o membro já rígido contra o dele lhe arrancando também alguns gemidos.
–Você é muito gostoso. –Uruha ofegou baixinho se virando de costas para Aoi e se apoiando na parede enquanto empinava o bumbum, o roçando contra o membro rígido de Aoi.
–Você é mais. – Aoi disse segurando o bumbum de Uruha com ambas as mãos o apertando com vontade, enquanto roçava o membro rígido entre suas nádegas.
–Então me come. – Aoi não pensou duas vezes, não via a hora de estar completamente no interior de Uruha então o penetrou de uma só vez, colocando seu membro por inteiro fazendo Uruha gemer mais forte e se segurar a parede lisa e fria. – Mais... –Uruha se moveu com força contra o corpo de Aoi, fazendo seu membro penetra-lo com mais força, enquanto Aoi passava a mover-se mais rápido e mais forte tendo que segurar Uruha com firmeza pela cintura para ele não dar de cara com a parede.
–E a... –Aoi disse movendo seu quadril fortemente contra o bumbum de Uruha, lhe dando estocadas mais fundas o fazendo gemer ainda mais alto. – Camisinha?
–Esquece ela. –Uruha levou as mãos para traz do corpo, passando as unhas sobre as coxas de Aoi. – Não tenho nada contagioso.
–Também não. –Aoi disse logo chegando a seu limite e o preenchendo com seu gozo. Uruha chegou a seu limite logo em seguida, encostando se cansado contra a parede.
–Agora o banho de verdade? –Uruha sorriu o olhando, Aoi não sabia por que e nem como uma pessoa que havia acabado de conhecer o fazia sentir tantas coisas diferentes, ele sentia coisas que nunca havia sentido antes, tanto que se o mandasse explicar ele não conseguiria.
–Claro. –Aoi logo pegou a esponja, esfregando-a nas costas de Uruha, que logo em seguida lhe tomou a esponja e fez o mesmo. Eles não demoraram muito no banho e foram comer.
–Tem certeza que não quer uma roupa minha emprestada?- Aoi disse enquanto comia um pedaço de bolo e tomava seu café. –Deve tá sentindo frio só com o meu roupão.
–Eu estou bem assim.
–Então... –Antes de começar o que ia dizer Aoi ficou completamente corado, fazendo Uruha dar uma rizada baixa e discreta. Uma rizada da qual Aoi já havia se acostumado.
–Então?
–Não tem mesmo nada pra fazer hoje? Quer dizer, é que podia passar a tarde aqui e como não vou bebe hoje posso te levar de noite.
–Não tenho, é minha folga. Mas só fico se realmente não for incomodar.
–Não vai, e você pode tocar pra mim.
–O que? –Uruha disse surpreso, colocando maldade no que Aoi havia dito.
–Tocar guitarra. – Aoi disse sentindo como se seu rosto estivesse em chamas. Uruha se levantou da cadeira onde estava e se sentou no colo de Aoi, o olhando fixamente nos olhos.
-Claro que toco. – Ele disse e então deu um breve beijo nos lábios de Aoi.
–Vamos voltar pra cama? Quero dormir mais um pouquinho.
–Vamos, ainda é cedo. –Uruha se levantou estendendo a mão pra Aoi que a segurou e não a largou até que ambos estivessem no quarto. Aoi se deitou trazendo Uruha pra sobre seu corpo, o acolhendo carinhosamente enquanto ele se aninhava em seus braços. Eles dormiram e o tempo passou voando.
–Y UUUU!! –Aoi foi acordado com a porta de seu quarto se abrindo e algo pulando sobre ele.
–Ittai!! –Aoi disse assustado acordando. –O que faz aqui Ruki?
–Sua chave ficou comigo, vim devolver e ver como rola as coisas do casamento. Vejo que já deu um jeito de não ficar sozinho ein. –Ruki sorriu com malicia apontando Uruha que por incrível que pareça ainda não havia acordado.
–Você é um atrevido sabia? Minha mãe veio aqui hoje e me contou que minha noiva tinha preferido casar com um velho rico do que comigo. De qualquer forma esse casamento não era pra acontecer. –Aoi disse baixinho tentando não acordar Uruha.
–Aah! Então foi isso. Então já vou, antes que eu atrapalhe alguma coisa. –Ruki disse se levantando de cima de Aoi.
–Não, espera.
–O que? – Ruki chegou mais perto, pois Aoi ainda sussurrava.
–Ele, sabe tocar. Você podia ficar aqui pra ouvi-lo tocar?
–Posso sim, mas o Reita também tá aqui.
–Melhor ainda, poupa trabalho de marcar um teste. Podiam chamar o Kai também. –Aoi disse e então Uruha se virou para o lado dele voltando a se aninhar junto ao corpo dele deixando um suspiro lhe escapar dos lábios enquanto ameaçava abrir os olhos.
–Quem... –Uruha resmungou e antes que pudesse dizer qualquer coisa Ruki chegou meu perto.
–Bom dia senhor coxas! –Ruki disse alto dando um bom susto em Uruha.
–Caramba! –Uruha disse dando um pulo da cama. – Sua casa não tem porta não?
–Até tem, mas esse gnomo estava com uma das chaves. –Aoi disse levando um tapa em seguida.
–Seu cabeção. –Ruki disse beliscando Aoi. –E ai, dormiu bem senhor coxas? Tá tão acostumado a ficar pelado que não se preocupa em se cobrir ou não percebeu que estava sem roupas?
–Um pouco dos dois. –Uruha disse colocando a camisa de Aoi que estava jogada no chão.
–Bom, enquanto vocês dão um jeito nas coisas aqui vou lá chamar o Kai com o Reita. –Ruki disse saindo do quarto esquecendo-se novamente de entregar as chaves a Aoi.
–Ele é birutinha. –Uruha disse voltando a se sentar na cama.
–E folgado. Eles vão chamar o Kai pra te ouvir tocar, vai ser como se fosse seu teste pra banda.
–Que bom, então não é melhor agente arrumar isso aqui?
–Eu arrumo, você pode tocar só pra mim enquanto isso?
–Posso, mas cadê sua guitarra?
–Vou buscar.
–Vou colocar minhas roupas. –Uruha disse e então Aoi saiu do quarto, logo em seguida Aoi estava de volta com a guitarra semi acústica.
–Essa é uma das minhas filhas. –Aoi disse levando a guitarra até Uruha que terminava de colocar suas meias.
–Ela é linda, se eu não tivesse interessado no pai eu pediria a mão dela em casamento. –Uruha riu estendendo as mãos pra pegar a guitarra.
–Você tá? –Aoi disse corado colocando a guitarra nas mãos de Uruha.
–Claro que estou, eu não transo com as pessoas só por prazer. – Uruha disse pegando a guitarra a colocando junto a seu corpo, passando os dedos por suas cordas. –A que tenho também é dessa marca.
–Eu gosto, gosto também da K-Yairi. Bom, agora que a conheceu melhor pode começar enquanto eu arrumo isso aqui. –Aoi disse pegando suas roupas que estavam no chão. Uruha subiu encima da cama e então começou a tocar. Aoi parou o que estava fazendo o olhando, como se não bastasse ser apenas bom de cama Uruha também tocava bem, Aoi se sentia hipnotizado observando enquanto Uruha fazia de sua cama um palco improvisado.
–O que foi, tem alguma coisa errada? –Uruha disse sem jeito percebendo Aoi ali parado o olhando.
–Não, só acho que já estou sentindo ciúmes, acho que vai me trocar por ela. – Aoi disse chegando mais perto, sorrindo alegremente.
–Eu não vou, você tem atributos que guitarra nenhuma tem. –Uruha disse colocando a guitarra na cama chegando mais perto dele.
–Tenho é? –Aoi disse o pegando no colo enquanto Uruha envolvia sua cintura com as pernas. – É estranho, mas sinto como se já o conhecesse.
–Eu também. –Uruha disse encostando sua testa junto a dele, o olhando nos olhos.
–Então já tá assim? –Ruki disse da porta do quarto assustando os dois, fazendo Aoi se desequilibrar e cair junto com Uruha no chão.
–Você de novo baixinho? – Uruha disse em meio a uma rizada.
–Eu de novo, tá todo mundo esperando na sala. Inclusive sua mãe Aoi. Ela veio ver se se alimentou direito. –Ruki disse cobrindo os lábios dando uma risadinha.
–Até minha mãe. –Aoi disse surpreso enquanto se levantava com a ajuda de Uruha.
–Estranho, ela esteve aqui... e como fez com ele? –Ruki disse pensativo apontando Uruha.
–Eu a ouvi entrando... –Uruha fez uma pausa ficando corado. –Já tinha acordado e estava olhando ele dormir. E então eu escondi.
–Tá explicado! Então vamos. –Ruki disse logo saindo do quarto, Aoi foi em seguida levando a guitarra e Uruha foi atrás dele.
Na sala, Kai estava conversando com a mãe de Aoi sobre comida, Reita estava sentado em um dos sofás sozinho até Ruki ir se sentar ao lado dele.
– Takashima Kouyou, como você cresceu! –A mãe de Aoi disse se levantando do sofá, indo até Uruha que ergueu uma das sobrancelhas a olhando sem entender.
–Quê? Como?
–Que bom que fizeram as pazes, lembro que quando eram pequenos Aoi chegou em casa chorando por que tinha brigado com você, nunca fiquei sabendo o que aconteceu. Só sei que depois disso não se falaram mais e logo em seguida nós mudamos.
–Eu não me lembro disso mãe. –Aoi disse olhando Uruha. –E ele chama Uruha, deve tá confundindo.
–Não, esse é meu nome mesmo. Uruha é só apelido. –Uruha o olhou por um longo tempo como se tentasse lembrar. – Também não me lembro. Como consegue se lembrar de mim? –Uruha disse olhando a mãe de Aoi tentando se lembrar dela também.
–Seus olhos e boca continuam os mesmos. – Ela disse e voltou a se sentar.
–Que emocionante, parece coisa de dorama. –Ruki disse fingindo enxugar lagrimas.
–Ai você coloca o pato dormir no tempero. –Kai disse do nada e todos o olharam.
–O que foi? É receita de ensopado de pato... Eu chamo de “ensopato”.
–Tá, maluquices a parte acho melhor agente ouvi-lo tocar logo. –Ruki disse se deitando no sofá colocando a cabeça no colo de Reita.
–E eu também já vou indo. Foi bom te ver de novo Kouyou, dê lembranças a sua mãe por mim. –A mãe de Aoi disse. –Vê se come Yuu, tá muito magro. E não deixa seus amigos com fome não. –Ela apertou as bochechas de Aoi e então foi embora.
–Ela é legal. – Kai disse rindo.
–Você tá muito magro Yuu. –Ruki disse imitando a mãe de Aoi.
–Não deixa seus amigos com fome também não. –Reita disse fazendo o mesmo que Ruki.
–Tá! Já podem parar! –Aoi disse bravo embora nem estivesse bravo de verdade. –Agora vamos ouvir o Uruha tocar.
–Vai lá coxas. –Ruki disse o incentivando, recebendo um cutucão de Reita.
–Para de olhar as coxas dele.
–Você também tá olhando, seu ciumento. –Ruki disse se defendendo.
–Taaa! Espera até estarem a sós pra brigar. Agora começa Uruha. –Aoi disse, ainda não conseguia ter lembrança alguma sobre Uruha em sua infância, por mais que o olhasse a única coisa que sentia era que o conhecia, não tinha lembranças dos dois brincando muito menos da briga que tiveram quando criança.
–Eu vou tocar uma que compus, então vai ser só melodia por que sou péssimo com letras e não sei cantar. – Uruha disse e então todos prestaram atenção nele, como se analisassem cada nota, riff, hammer on, pull off, deixando a melodia tomar conta de seus pensamentos.
–Então, o que acharam? –Aoi disse após Uruha terminar de tocar.

Logo o dia amanheceu, o sol entrava pela fresta da cortina, mas Aoi se recusava a levantar. Estava muito cansado, seu quadril doía e também “aquilo” doía. Nunca tinha feito com tanta força, mas tinha que ser feito assim. Aoi se ajeitou na cama voltando a dormir pesadamente quando seu sono foi invadido por um voz, não era a voz suave de Uruha nem mesmo era uma voz masculina, mas era uma voz tão familiar. Aoi abriu seus olhos ao ter o quarto invadido.
–Aoi meu filho, tá passando bem? –Era sua mãe, ela estava abrindo a porta de seu quarto. Aoi deu um pulo da cama assustado, caindo de cara no chão esquecendo completamente o fato de estar nu.
–Mãe? O que faz aqui. –Ele a olhava assustado e logo voltou seu olhos para a cama, Uruha já não estava lá.
–Não atendeu o telefone, liguei milhares de vezes. Eu fiquei preocupada. – A mãe dele dizia cobrindo o rosto. –E cobre logo suas vergonhas filho, sua mãe não é obrigada a ver isso, já é bem grandinho.
–E as coisas sobre o casamento? –Aoi se levantou pegando a calça a vestindo e se sentando na cama, sentindo ainda o calor de Uruha sobre ela.
–Sobre isso que queria falar com você.
–E o que quer falar mãe? –Aoi disse meio melancólico pela falta que o outro fazia ali.
–Sua noiva já era noiva, acredita nisso? De um velho milionário. Ontem ele descobriu tudo e veio pra cá impedir o casamento. Parece que ele até se atrasou por que um apressadinho bateu nele e ele ficou perdido na estrada. –Aoi a olhava boquiaberto. –Enfin, hoje quando fui na casa dos pais dela, ela já tinha ido embora com o tal velho. Acredita nisso?
–Eu...Eu acho que sim. –Aoi não sabia se ficava mais impressionado com o folego da mãe falando todas aquelas coisas ou se ficava impressionado com o fato da sua ex-noiva ser a noiva de um velho, o velho que ele suspeitava ser o velho do dia anterior.
–Bom, pelo tanto de garrafas vazias que recolhi na sua sala deve tá com uma ressaca terrível.
–Estou.. –Aoi disse desanimado e então sua mãe o afagou os cabelos.
–Não fique assim, ainda vai ter noiva melhor. Volte a dormir, vou voltar pra casa. Ainda é cedo e eu já arrumei toda sua casa. Menos essa sua bagunça aqui. E todas essas roupas jogadas. –Ela disse olhando o chão do quarto fazendo Aoi olhar o chão também torcendo pra camisinha não estar por lá.
–Aqui pode deixar que eu arrumo mais tarde, pode voltar mãe. Não se preocupe... –Aoi fez uma pausa vendo as roupas de Uruha no chão franzindo o cenho. –Não se preocupe comigo, vou ficar bem depois de mais algumas horas de sono.
–Tá bem, te amo filhote. –Ela disse beijando a testa de Aoi.
–Te amo mãe. –Aoi se despediu da mãe que logo saiu do quarto, e então esperou até ouvir o som da porta da sala se fechando. Era um som rangido já que o prédio era antigo e ele havia deixada a porta original na entrada.
–Achei que ela não fosse ir mais. – uma voz vinha do armário.
–Fiquei com medo de ter ido embora. –Aoi disse olhando Uruha sair do armário.
–Eu fiquei com medo da sua mãe pegar agente, mas ouvi quando ela entro e começou a arrumação. Ela parece ser legal.
–Ela é sim. –Aoi disse se deitando de volta na cama. Uruha caminhou até ele e se deitou sobre ele.
–Tem muita sorte, sua mãe vive perto de você. –Uruha disse melancólico se aninhando junto ao corpo de Aoi que o acolheu com carinho.
–A sua não?
–Não, ela vive longe. Ela é doente me mudei pra seguir a carreira musical e poder pagar os remédios dela. Mas acabei tendo que tirar minhas roupas pra sobreviver.
–Mas ainda continua tentando? – Aoi disse o acariciando os cabelos.
–O que? – Uruha o olhou nos olhos, embora sua maquiagem estivesse borrada ele ainda estava irresistível.
–Seguir a carreira musical.
–Não posso me dar ao luxo, minha mãe depende de mim. Não posso deixar a mulher que cuidou de mim a vida inteira na mão por conta de um sonho bobo.
–E ela sabe o que faz?
–Não, e nem pode. Ela morreria de desgosto.
–Então não devia desistir, não tem que parar de trabalhar, mas tem que tentar fazer o possível pra mudar isso. Tenho certeza que sua mãe ficaria orgulhosa se souber que o filho não desiste de conseguir o que quer.
–Tem razão. –Uruha disse pensativo fechando os olhos ao sentir o carinho de Aoi em sua nuca. Aoi o deu um breve beijo carinhoso.
–Sabe aqueles meus amigos que estavam aqui ontem?
–Sei sim. –Uruha disse ainda de olhos fechado enquanto Aoi o olhava.
–Nós temos uma banda, se quiser agente pode marcar um teste com você.
–Sério? –Uruha disse empolgado se sentando sobre o corpo de Aoi.
–Com certeza, isso seria ótimo. Assim eu poderia te ver mais vezes.
–Então você quer me ver mais vezes? –Uruha sorriu roçando de vagar o corpo ao corpo de Aoi que ficou intensamente corado.
–Eu...Eu quero sim. Você não quer me ver mais não?
–É o que eu mais quero. –Uruha sorriu e voltou a se deitar colocando a cabeça sobre o tórax de Aoi, podendo ouvir seu coração acelerado batendo quase no mesmo ritmo que o seu. Aoi lhe aconchegou e afagou seus cabelos e então ele fechou os olhos.
–Quando quer que eu te leve? –Aoi disse baixinho.
–Quando quiser me levar. –Uruha disse de olhos fechados, sentindo o carinho de Aoi em sua nuca. Aoi riu baixinho deslizando as pontas dos dedos pela pele macia de Uruha.
–Cuidado com o que diz se depender de mim ainda vai ficar aqui por um longo tempo. –Aoi disse e Uruha sorriu, não sabia o que dizer, pelo menos sabia que desejava a companhia de Aoi e Aoi desejava a sua. Aoi percorreu a espinha dorsal de Uruha que ainda estava despido com as pontas dos dedos até alcançar seu bumbum o alisando calmamente.
–Me quer mais uma vez? –Uruha disse se apoiando a seu peito o olhando.
–Quantas vezes eu posso te ter? –Aoi perguntou o olhando, ficando violentamente corado. Não era seu costume agir assim, sempre foi tímido e nunca se imaginaria dizendo algo assim pra uma garota e quem dirá a um garoto.
–Quantas vezes desejar. –Uruha sorriu com malicia deslizando as mãos pelo abdômen de Aoi até alcançar sua calça, lhe abrindo o zíper lentamente enquanto deslizava uma das mãos pra dentro da calça, o masturbando.
–Então... vai ter que ter bastante energia. –Aoi sorriu corado deixando um gemido baixo escapar ao sentir a mão de Uruha lhe acariciar por dentro da calça. Uruha tirou a mão de dentro da calça o olhando.
–Isso eu tenho bastante, mas por que não terminamos isso no banho? – Uruha disse saindo de cima do corpo de Aoi, o esperando levantar.
–Tem razão, vamos? –Aoi se levantou caminhando até a porta do quarto a abrindo. Uruha o acompanhou até o banheiro. Aoi tirou sua calça que já estava aberta e caminhou até o chuveiro o abrindo, Uruha estava distraído com o espelho quando foi puxado pela cintura por Aoi que o arrastou até o box.
–Não se preocupe você continua lindo. –Aoi o segurou contra a parede enquanto deixava a agua escorrer por seus corpos.
–E você fica muito bem molhado. –Uruha disse acariciando o rosto de Aoi, o beijando em seguida. Aoi pressionou seu corpo contra o dele, sentindo sua pele molhada e escorregadia roçar contra a dele enquanto segurava uma das coxas de Uruha, a levantando até sua cintura, podendo assim roçar seu quadril ao dele com mais força. Uruha gemeu baixinho contra os lábios de Aoi forçando o membro já rígido contra o dele lhe arrancando também alguns gemidos.
–Você é muito gostoso. –Uruha ofegou baixinho se virando de costas para Aoi e se apoiando na parede enquanto empinava o bumbum, o roçando contra o membro rígido de Aoi.
–Você é mais. – Aoi disse segurando o bumbum de Uruha com ambas as mãos o apertando com vontade, enquanto roçava o membro rígido entre suas nádegas.
–Então me come. – Aoi não pensou duas vezes, não via a hora de estar completamente no interior de Uruha então o penetrou de uma só vez, colocando seu membro por inteiro fazendo Uruha gemer mais forte e se segurar a parede lisa e fria. – Mais... –Uruha se moveu com força contra o corpo de Aoi, fazendo seu membro penetra-lo com mais força, enquanto Aoi passava a mover-se mais rápido e mais forte tendo que segurar Uruha com firmeza pela cintura para ele não dar de cara com a parede.
–E a... –Aoi disse movendo seu quadril fortemente contra o bumbum de Uruha, lhe dando estocadas mais fundas o fazendo gemer ainda mais alto. – Camisinha?
–Esquece ela. –Uruha levou as mãos para traz do corpo, passando as unhas sobre as coxas de Aoi. – Não tenho nada contagioso.
–Também não. –Aoi disse logo chegando a seu limite e o preenchendo com seu gozo. Uruha chegou a seu limite logo em seguida, encostando se cansado contra a parede.
–Agora o banho de verdade? –Uruha sorriu o olhando, Aoi não sabia por que e nem como uma pessoa que havia acabado de conhecer o fazia sentir tantas coisas diferentes, ele sentia coisas que nunca havia sentido antes, tanto que se o mandasse explicar ele não conseguiria.
–Claro. –Aoi logo pegou a esponja, esfregando-a nas costas de Uruha, que logo em seguida lhe tomou a esponja e fez o mesmo. Eles não demoraram muito no banho e foram comer.
–Tem certeza que não quer uma roupa minha emprestada?- Aoi disse enquanto comia um pedaço de bolo e tomava seu café. –Deve tá sentindo frio só com o meu roupão.
–Eu estou bem assim.
–Então... –Antes de começar o que ia dizer Aoi ficou completamente corado, fazendo Uruha dar uma rizada baixa e discreta. Uma rizada da qual Aoi já havia se acostumado.
–Então?
–Não tem mesmo nada pra fazer hoje? Quer dizer, é que podia passar a tarde aqui e como não vou bebe hoje posso te levar de noite.
–Não tenho, é minha folga. Mas só fico se realmente não for incomodar.
–Não vai, e você pode tocar pra mim.
–O que? –Uruha disse surpreso, colocando maldade no que Aoi havia dito.
–Tocar guitarra. – Aoi disse sentindo como se seu rosto estivesse em chamas. Uruha se levantou da cadeira onde estava e se sentou no colo de Aoi, o olhando fixamente nos olhos.
-Claro que toco. – Ele disse e então deu um breve beijo nos lábios de Aoi.
–Vamos voltar pra cama? Quero dormir mais um pouquinho.
–Vamos, ainda é cedo. –Uruha se levantou estendendo a mão pra Aoi que a segurou e não a largou até que ambos estivessem no quarto. Aoi se deitou trazendo Uruha pra sobre seu corpo, o acolhendo carinhosamente enquanto ele se aninhava em seus braços. Eles dormiram e o tempo passou voando.
–Y UUUU!! –Aoi foi acordado com a porta de seu quarto se abrindo e algo pulando sobre ele.
–Ittai!! –Aoi disse assustado acordando. –O que faz aqui Ruki?
–Sua chave ficou comigo, vim devolver e ver como rola as coisas do casamento. Vejo que já deu um jeito de não ficar sozinho ein. –Ruki sorriu com malicia apontando Uruha que por incrível que pareça ainda não havia acordado.
–Você é um atrevido sabia? Minha mãe veio aqui hoje e me contou que minha noiva tinha preferido casar com um velho rico do que comigo. De qualquer forma esse casamento não era pra acontecer. –Aoi disse baixinho tentando não acordar Uruha.
–Aah! Então foi isso. Então já vou, antes que eu atrapalhe alguma coisa. –Ruki disse se levantando de cima de Aoi.
–Não, espera.
–O que? – Ruki chegou mais perto, pois Aoi ainda sussurrava.
–Ele, sabe tocar. Você podia ficar aqui pra ouvi-lo tocar?
–Posso sim, mas o Reita também tá aqui.
–Melhor ainda, poupa trabalho de marcar um teste. Podiam chamar o Kai também. –Aoi disse e então Uruha se virou para o lado dele voltando a se aninhar junto ao corpo dele deixando um suspiro lhe escapar dos lábios enquanto ameaçava abrir os olhos.
–Quem... –Uruha resmungou e antes que pudesse dizer qualquer coisa Ruki chegou meu perto.
–Bom dia senhor coxas! –Ruki disse alto dando um bom susto em Uruha.
–Caramba! –Uruha disse dando um pulo da cama. – Sua casa não tem porta não?
–Até tem, mas esse gnomo estava com uma das chaves. –Aoi disse levando um tapa em seguida.
–Seu cabeção. –Ruki disse beliscando Aoi. –E ai, dormiu bem senhor coxas? Tá tão acostumado a ficar pelado que não se preocupa em se cobrir ou não percebeu que estava sem roupas?
–Um pouco dos dois. –Uruha disse colocando a camisa de Aoi que estava jogada no chão.
–Bom, enquanto vocês dão um jeito nas coisas aqui vou lá chamar o Kai com o Reita. –Ruki disse saindo do quarto esquecendo-se novamente de entregar as chaves a Aoi.
–Ele é birutinha. –Uruha disse voltando a se sentar na cama.
–E folgado. Eles vão chamar o Kai pra te ouvir tocar, vai ser como se fosse seu teste pra banda.
–Que bom, então não é melhor agente arrumar isso aqui?
–Eu arrumo, você pode tocar só pra mim enquanto isso?
–Posso, mas cadê sua guitarra?
–Vou buscar.
–Vou colocar minhas roupas. –Uruha disse e então Aoi saiu do quarto, logo em seguida Aoi estava de volta com a guitarra semi acústica.
–Essa é uma das minhas filhas. –Aoi disse levando a guitarra até Uruha que terminava de colocar suas meias.
–Ela é linda, se eu não tivesse interessado no pai eu pediria a mão dela em casamento. –Uruha riu estendendo as mãos pra pegar a guitarra.
–Você tá? –Aoi disse corado colocando a guitarra nas mãos de Uruha.
–Claro que estou, eu não transo com as pessoas só por prazer. – Uruha disse pegando a guitarra a colocando junto a seu corpo, passando os dedos por suas cordas. –A que tenho também é dessa marca.
–Eu gosto, gosto também da K-Yairi. Bom, agora que a conheceu melhor pode começar enquanto eu arrumo isso aqui. –Aoi disse pegando suas roupas que estavam no chão. Uruha subiu encima da cama e então começou a tocar. Aoi parou o que estava fazendo o olhando, como se não bastasse ser apenas bom de cama Uruha também tocava bem, Aoi se sentia hipnotizado observando enquanto Uruha fazia de sua cama um palco improvisado.
–O que foi, tem alguma coisa errada? –Uruha disse sem jeito percebendo Aoi ali parado o olhando.
–Não, só acho que já estou sentindo ciúmes, acho que vai me trocar por ela. – Aoi disse chegando mais perto, sorrindo alegremente.
–Eu não vou, você tem atributos que guitarra nenhuma tem. –Uruha disse colocando a guitarra na cama chegando mais perto dele.
–Tenho é? –Aoi disse o pegando no colo enquanto Uruha envolvia sua cintura com as pernas. – É estranho, mas sinto como se já o conhecesse.
–Eu também. –Uruha disse encostando sua testa junto a dele, o olhando nos olhos.
–Então já tá assim? –Ruki disse da porta do quarto assustando os dois, fazendo Aoi se desequilibrar e cair junto com Uruha no chão.
–Você de novo baixinho? – Uruha disse em meio a uma rizada.
–Eu de novo, tá todo mundo esperando na sala. Inclusive sua mãe Aoi. Ela veio ver se se alimentou direito. –Ruki disse cobrindo os lábios dando uma risadinha.
–Até minha mãe. –Aoi disse surpreso enquanto se levantava com a ajuda de Uruha.
–Estranho, ela esteve aqui... e como fez com ele? –Ruki disse pensativo apontando Uruha.
–Eu a ouvi entrando... –Uruha fez uma pausa ficando corado. –Já tinha acordado e estava olhando ele dormir. E então eu escondi.
–Tá explicado! Então vamos. –Ruki disse logo saindo do quarto, Aoi foi em seguida levando a guitarra e Uruha foi atrás dele.
Na sala, Kai estava conversando com a mãe de Aoi sobre comida, Reita estava sentado em um dos sofás sozinho até Ruki ir se sentar ao lado dele.
– Takashima Kouyou, como você cresceu! –A mãe de Aoi disse se levantando do sofá, indo até Uruha que ergueu uma das sobrancelhas a olhando sem entender.
–Quê? Como?
–Que bom que fizeram as pazes, lembro que quando eram pequenos Aoi chegou em casa chorando por que tinha brigado com você, nunca fiquei sabendo o que aconteceu. Só sei que depois disso não se falaram mais e logo em seguida nós mudamos.
–Eu não me lembro disso mãe. –Aoi disse olhando Uruha. –E ele chama Uruha, deve tá confundindo.
–Não, esse é meu nome mesmo. Uruha é só apelido. –Uruha o olhou por um longo tempo como se tentasse lembrar. – Também não me lembro. Como consegue se lembrar de mim? –Uruha disse olhando a mãe de Aoi tentando se lembrar dela também.
–Seus olhos e boca continuam os mesmos. – Ela disse e voltou a se sentar.
–Que emocionante, parece coisa de dorama. –Ruki disse fingindo enxugar lagrimas.
–Ai você coloca o pato dormir no tempero. –Kai disse do nada e todos o olharam.
–O que foi? É receita de ensopado de pato... Eu chamo de “ensopato”.
–Tá, maluquices a parte acho melhor agente ouvi-lo tocar logo. –Ruki disse se deitando no sofá colocando a cabeça no colo de Reita.
–E eu também já vou indo. Foi bom te ver de novo Kouyou, dê lembranças a sua mãe por mim. –A mãe de Aoi disse. –Vê se come Yuu, tá muito magro. E não deixa seus amigos com fome não. –Ela apertou as bochechas de Aoi e então foi embora.
–Ela é legal. – Kai disse rindo.
–Você tá muito magro Yuu. –Ruki disse imitando a mãe de Aoi.
–Não deixa seus amigos com fome também não. –Reita disse fazendo o mesmo que Ruki.
–Tá! Já podem parar! –Aoi disse bravo embora nem estivesse bravo de verdade. –Agora vamos ouvir o Uruha tocar.
–Vai lá coxas. –Ruki disse o incentivando, recebendo um cutucão de Reita.
–Para de olhar as coxas dele.
–Você também tá olhando, seu ciumento. –Ruki disse se defendendo.
–Taaa! Espera até estarem a sós pra brigar. Agora começa Uruha. –Aoi disse, ainda não conseguia ter lembrança alguma sobre Uruha em sua infância, por mais que o olhasse a única coisa que sentia era que o conhecia, não tinha lembranças dos dois brincando muito menos da briga que tiveram quando criança.
–Eu vou tocar uma que compus, então vai ser só melodia por que sou péssimo com letras e não sei cantar. – Uruha disse e então todos prestaram atenção nele, como se analisassem cada nota, riff, hammer on, pull off, deixando a melodia tomar conta de seus pensamentos.
–Então, o que acharam? –Aoi disse após Uruha terminar de tocar.Logo o dia amanheceu, o sol entrava pela fresta da cortina, mas Aoi se recusava a levantar. Estava muito cansado, seu quadril doía e também “aquilo” doía. Nunca tinha feito com tanta força, mas tinha que ser feito assim. Aoi se ajeitou na cama voltando a dormir pesadamente quando seu sono foi invadido por um voz, não era a voz suave de Uruha nem mesmo era uma voz masculina, mas era uma voz tão familiar. Aoi abriu seus olhos ao ter o quarto invadido.
–Aoi meu filho, tá passando bem? –Era sua mãe, ela estava abrindo a porta de seu quarto. Aoi deu um pulo da cama assustado, caindo de cara no chão esquecendo completamente o fato de estar nu.
–Mãe? O que faz aqui. –Ele a olhava assustado e logo voltou seu olhos para a cama, Uruha já não estava lá.
–Não atendeu o telefone, liguei milhares de vezes. Eu fiquei preocupada. – A mãe dele dizia cobrindo o rosto. –E cobre logo suas vergonhas filho, sua mãe não é obrigada a ver isso, já é bem grandinho.
–E as coisas sobre o casamento? –Aoi se levantou pegando a calça a vestindo e se sentando na cama, sentindo ainda o calor de Uruha sobre ela.
–Sobre isso que queria falar com você.
–E o que quer falar mãe? –Aoi disse meio melancólico pela falta que o outro fazia ali.
–Sua noiva já era noiva, acredita nisso? De um velho milionário. Ontem ele descobriu tudo e veio pra cá impedir o casamento. Parece que ele até se atrasou por que um apressadinho bateu nele e ele ficou perdido na estrada. –Aoi a olhava boquiaberto. –Enfin, hoje quando fui na casa dos pais dela, ela já tinha ido embora com o tal velho. Acredita nisso?
–Eu...Eu acho que sim. –Aoi não sabia se ficava mais impressionado com o folego da mãe falando todas aquelas coisas ou se ficava impressionado com o fato da sua ex-noiva ser a noiva de um velho, o velho que ele suspeitava ser o velho do dia anterior.
–Bom, pelo tanto de garrafas vazias que recolhi na sua sala deve tá com uma ressaca terrível.
–Estou.. –Aoi disse desanimado e então sua mãe o afagou os cabelos.
–Não fique assim, ainda vai ter noiva melhor. Volte a dormir, vou voltar pra casa. Ainda é cedo e eu já arrumei toda sua casa. Menos essa sua bagunça aqui. E todas essas roupas jogadas. –Ela disse olhando o chão do quarto fazendo Aoi olhar o chão também torcendo pra camisinha não estar por lá.
–Aqui pode deixar que eu arrumo mais tarde, pode voltar mãe. Não se preocupe... –Aoi fez uma pausa vendo as roupas de Uruha no chão franzindo o cenho. –Não se preocupe comigo, vou ficar bem depois de mais algumas horas de sono.
–Tá bem, te amo filhote. –Ela disse beijando a testa de Aoi.
–Te amo mãe. –Aoi se despediu da mãe que logo saiu do quarto, e então esperou até ouvir o som da porta da sala se fechando. Era um som rangido já que o prédio era antigo e ele havia deixada a porta original na entrada.
–Achei que ela não fosse ir mais. – uma voz vinha do armário.
–Fiquei com medo de ter ido embora. –Aoi disse olhando Uruha sair do armário.
–Eu fiquei com medo da sua mãe pegar agente, mas ouvi quando ela entro e começou a arrumação. Ela parece ser legal.
–Ela é sim. –Aoi disse se deitando de volta na cama. Uruha caminhou até ele e se deitou sobre ele.
–Tem muita sorte, sua mãe vive perto de você. –Uruha disse melancólico se aninhando junto ao corpo de Aoi que o acolheu com carinho.
–A sua não?
–Não, ela vive longe. Ela é doente me mudei pra seguir a carreira musical e poder pagar os remédios dela. Mas acabei tendo que tirar minhas roupas pra sobreviver.
–Mas ainda continua tentando? – Aoi disse o acariciando os cabelos.
–O que? – Uruha o olhou nos olhos, embora sua maquiagem estivesse borrada ele ainda estava irresistível.
–Seguir a carreira musical.
–Não posso me dar ao luxo, minha mãe depende de mim. Não posso deixar a mulher que cuidou de mim a vida inteira na mão por conta de um sonho bobo.
–E ela sabe o que faz?
–Não, e nem pode. Ela morreria de desgosto.
–Então não devia desistir, não tem que parar de trabalhar, mas tem que tentar fazer o possível pra mudar isso. Tenho certeza que sua mãe ficaria orgulhosa se souber que o filho não desiste de conseguir o que quer.
–Tem razão. –Uruha disse pensativo fechando os olhos ao sentir o carinho de Aoi em sua nuca. Aoi o deu um breve beijo carinhoso.
–Sabe aqueles meus amigos que estavam aqui ontem?
–Sei sim. –Uruha disse ainda de olhos fechado enquanto Aoi o olhava.
–Nós temos uma banda, se quiser agente pode marcar um teste com você.
–Sério? –Uruha disse empolgado se sentando sobre o corpo de Aoi.
–Com certeza, isso seria ótimo. Assim eu poderia te ver mais vezes.
–Então você quer me ver mais vezes? –Uruha sorriu roçando de vagar o corpo ao corpo de Aoi que ficou intensamente corado.
–Eu...Eu quero sim. Você não quer me ver mais não?
–É o que eu mais quero. –Uruha sorriu e voltou a se deitar colocando a cabeça sobre o tórax de Aoi, podendo ouvir seu coração acelerado batendo quase no mesmo ritmo que o seu. Aoi lhe aconchegou e afagou seus cabelos e então ele fechou os olhos.
–Quando quer que eu te leve? –Aoi disse baixinho.
–Quando quiser me levar. –Uruha disse de olhos fechados, sentindo o carinho de Aoi em sua nuca. Aoi riu baixinho deslizando as pontas dos dedos pela pele macia de Uruha.
–Cuidado com o que diz se depender de mim ainda vai ficar aqui por um longo tempo. –Aoi disse e Uruha sorriu, não sabia o que dizer, pelo menos sabia que desejava a companhia de Aoi e Aoi desejava a sua. Aoi percorreu a espinha dorsal de Uruha que ainda estava despido com as pontas dos dedos até alcançar seu bumbum o alisando calmamente.
–Me quer mais uma vez? –Uruha disse se apoiando a seu peito o olhando.
–Quantas vezes eu posso te ter? –Aoi perguntou o olhando, ficando violentamente corado. Não era seu costume agir assim, sempre foi tímido e nunca se imaginaria dizendo algo assim pra uma garota e quem dirá a um garoto.
–Quantas vezes desejar. –Uruha sorriu com malicia deslizando as mãos pelo abdômen de Aoi até alcançar sua calça, lhe abrindo o zíper lentamente enquanto deslizava uma das mãos pra dentro da calça, o masturbando.
–Então... vai ter que ter bastante energia. –Aoi sorriu corado deixando um gemido baixo escapar ao sentir a mão de Uruha lhe acariciar por dentro da calça. Uruha tirou a mão de dentro da calça o olhando.
–Isso eu tenho bastante, mas por que não terminamos isso no banho? – Uruha disse saindo de cima do corpo de Aoi, o esperando levantar.
–Tem razão, vamos? –Aoi se levantou caminhando até a porta do quarto a abrindo. Uruha o acompanhou até o banheiro. Aoi tirou sua calça que já estava aberta e caminhou até o chuveiro o abrindo, Uruha estava distraído com o espelho quando foi puxado pela cintura por Aoi que o arrastou até o box.
–Não se preocupe você continua lindo. –Aoi o segurou contra a parede enquanto deixava a agua escorrer por seus corpos.
–E você fica muito bem molhado. –Uruha disse acariciando o rosto de Aoi, o beijando em seguida. Aoi pressionou seu corpo contra o dele, sentindo sua pele molhada e escorregadia roçar contra a dele enquanto segurava uma das coxas de Uruha, a levantando até sua cintura, podendo assim roçar seu quadril ao dele com mais força. Uruha gemeu baixinho contra os lábios de Aoi forçando o membro já rígido contra o dele lhe arrancando também alguns gemidos.
–Você é muito gostoso. –Uruha ofegou baixinho se virando de costas para Aoi e se apoiando na parede enquanto empinava o bumbum, o roçando contra o membro rígido de Aoi.
–Você é mais. – Aoi disse segurando o bumbum de Uruha com ambas as mãos o apertando com vontade, enquanto roçava o membro rígido entre suas nádegas.
–Então me come. – Aoi não pensou duas vezes, não via a hora de estar completamente no interior de Uruha então o penetrou de uma só vez, colocando seu membro por inteiro fazendo Uruha gemer mais forte e se segurar a parede lisa e fria. – Mais... –Uruha se moveu com força contra o corpo de Aoi, fazendo seu membro penetra-lo com mais força, enquanto Aoi passava a mover-se mais rápido e mais forte tendo que segurar Uruha com firmeza pela cintura para ele não dar de cara com a parede.
–E a... –Aoi disse movendo seu quadril fortemente contra o bumbum de Uruha, lhe dando estocadas mais fundas o fazendo gemer ainda mais alto. – Camisinha?
–Esquece ela. –Uruha levou as mãos para traz do corpo, passando as unhas sobre as coxas de Aoi. – Não tenho nada contagioso.
–Também não. –Aoi disse logo chegando a seu limite e o preenchendo com seu gozo. Uruha chegou a seu limite logo em seguida, encostando se cansado contra a parede.
–Agora o banho de verdade? –Uruha sorriu o olhando, Aoi não sabia por que e nem como uma pessoa que havia acabado de conhecer o fazia sentir tantas coisas diferentes, ele sentia coisas que nunca havia sentido antes, tanto que se o mandasse explicar ele não conseguiria.
–Claro. –Aoi logo pegou a esponja, esfregando-a nas costas de Uruha, que logo em seguida lhe tomou a esponja e fez o mesmo. Eles não demoraram muito no banho e foram comer.
–Tem certeza que não quer uma roupa minha emprestada?- Aoi disse enquanto comia um pedaço de bolo e tomava seu café. –Deve tá sentindo frio só com o meu roupão.
–Eu estou bem assim.
–Então... –Antes de começar o que ia dizer Aoi ficou completamente corado, fazendo Uruha dar uma rizada baixa e discreta. Uma rizada da qual Aoi já havia se acostumado.
–Então?
–Não tem mesmo nada pra fazer hoje? Quer dizer, é que podia passar a tarde aqui e como não vou bebe hoje posso te levar de noite.
–Não tenho, é minha folga. Mas só fico se realmente não for incomodar.
–Não vai, e você pode tocar pra mim.
–O que? –Uruha disse surpreso, colocando maldade no que Aoi havia dito.
–Tocar guitarra. – Aoi disse sentindo como se seu rosto estivesse em chamas. Uruha se levantou da cadeira onde estava e se sentou no colo de Aoi, o olhando fixamente nos olhos.
-Claro que toco. – Ele disse e então deu um breve beijo nos lábios de Aoi.
–Vamos voltar pra cama? Quero dormir mais um pouquinho.
–Vamos, ainda é cedo. –Uruha se levantou estendendo a mão pra Aoi que a segurou e não a largou até que ambos estivessem no quarto. Aoi se deitou trazendo Uruha pra sobre seu corpo, o acolhendo carinhosamente enquanto ele se aninhava em seus braços. Eles dormiram e o tempo passou voando.
–Y UUUU!! –Aoi foi acordado com a porta de seu quarto se abrindo e algo pulando sobre ele.
–Ittai!! –Aoi disse assustado acordando. –O que faz aqui Ruki?
–Sua chave ficou comigo, vim devolver e ver como rola as coisas do casamento. Vejo que já deu um jeito de não ficar sozinho ein. –Ruki sorriu com malicia apontando Uruha que por incrível que pareça ainda não havia acordado.
–Você é um atrevido sabia? Minha mãe veio aqui hoje e me contou que minha noiva tinha preferido casar com um velho rico do que comigo. De qualquer forma esse casamento não era pra acontecer. –Aoi disse baixinho tentando não acordar Uruha.
–Aah! Então foi isso. Então já vou, antes que eu atrapalhe alguma coisa. –Ruki disse se levantando de cima de Aoi.
–Não, espera.
–O que? – Ruki chegou mais perto, pois Aoi ainda sussurrava.
–Ele, sabe tocar. Você podia ficar aqui pra ouvi-lo tocar?
–Posso sim, mas o Reita também tá aqui.
–Melhor ainda, poupa trabalho de marcar um teste. Podiam chamar o Kai também. –Aoi disse e então Uruha se virou para o lado dele voltando a se aninhar junto ao corpo dele deixando um suspiro lhe escapar dos lábios enquanto ameaçava abrir os olhos.
–Quem... –Uruha resmungou e antes que pudesse dizer qualquer coisa Ruki chegou meu perto.
–Bom dia senhor coxas! –Ruki disse alto dando um bom susto em Uruha.
–Caramba! –Uruha disse dando um pulo da cama. – Sua casa não tem porta não?
–Até tem, mas esse gnomo estava com uma das chaves. –Aoi disse levando um tapa em seguida.
–Seu cabeção. –Ruki disse beliscando Aoi. –E ai, dormiu bem senhor coxas? Tá tão acostumado a ficar pelado que não se preocupa em se cobrir ou não percebeu que estava sem roupas?
–Um pouco dos dois. –Uruha disse colocando a camisa de Aoi que estava jogada no chão.
–Bom, enquanto vocês dão um jeito nas coisas aqui vou lá chamar o Kai com o Reita. –Ruki disse saindo do quarto esquecendo-se novamente de entregar as chaves a Aoi.
–Ele é birutinha. –Uruha disse voltando a se sentar na cama.
–E folgado. Eles vão chamar o Kai pra te ouvir tocar, vai ser como se fosse seu teste pra banda.
–Que bom, então não é melhor agente arrumar isso aqui?
–Eu arrumo, você pode tocar só pra mim enquanto isso?
–Posso, mas cadê sua guitarra?
–Vou buscar.
–Vou colocar minhas roupas. –Uruha disse e então Aoi saiu do quarto, logo em seguida Aoi estava de volta com a guitarra semi acústica.
–Essa é uma das minhas filhas. –Aoi disse levando a guitarra até Uruha que terminava de colocar suas meias.
–Ela é linda, se eu não tivesse interessado no pai eu pediria a mão dela em casamento. –Uruha riu estendendo as mãos pra pegar a guitarra.
–Você tá? –Aoi disse corado colocando a guitarra nas mãos de Uruha.
–Claro que estou, eu não transo com as pessoas só por prazer. – Uruha disse pegando a guitarra a colocando junto a seu corpo, passando os dedos por suas cordas. –A que tenho também é dessa marca.
–Eu gosto, gosto também da K-Yairi. Bom, agora que a conheceu melhor pode começar enquanto eu arrumo isso aqui. –Aoi disse pegando suas roupas que estavam no chão. Uruha subiu encima da cama e então começou a tocar. Aoi parou o que estava fazendo o olhando, como se não bastasse ser apenas bom de cama Uruha também tocava bem, Aoi se sentia hipnotizado observando enquanto Uruha fazia de sua cama um palco improvisado.
–O que foi, tem alguma coisa errada? –Uruha disse sem jeito percebendo Aoi ali parado o olhando.
–Não, só acho que já estou sentindo ciúmes, acho que vai me trocar por ela. – Aoi disse chegando mais perto, sorrindo alegremente.
–Eu não vou, você tem atributos que guitarra nenhuma tem. –Uruha disse colocando a guitarra na cama chegando mais perto dele.
–Tenho é? –Aoi disse o pegando no colo enquanto Uruha envolvia sua cintura com as pernas. – É estranho, mas sinto como se já o conhecesse.
–Eu também. –Uruha disse encostando sua testa junto a dele, o olhando nos olhos.
–Então já tá assim? –Ruki disse da porta do quarto assustando os dois, fazendo Aoi se desequilibrar e cair junto com Uruha no chão.
–Você de novo baixinho? – Uruha disse em meio a uma rizada.
–Eu de novo, tá todo mundo esperando na sala. Inclusive sua mãe Aoi. Ela veio ver se se alimentou direito. –Ruki disse cobrindo os lábios dando uma risadinha.
–Até minha mãe. –Aoi disse surpreso enquanto se levantava com a ajuda de Uruha.
–Estranho, ela esteve aqui... e como fez com ele? –Ruki disse pensativo apontando Uruha.
–Eu a ouvi entrando... –Uruha fez uma pausa ficando corado. –Já tinha acordado e estava olhando ele dormir. E então eu escondi.
–Tá explicado! Então vamos. –Ruki disse logo saindo do quarto, Aoi foi em seguida levando a guitarra e Uruha foi atrás dele.
Na sala, Kai estava conversando com a mãe de Aoi sobre comida, Reita estava sentado em um dos sofás sozinho até Ruki ir se sentar ao lado dele.
– Takashima Kouyou, como você cresceu! –A mãe de Aoi disse se levantando do sofá, indo até Uruha que ergueu uma das sobrancelhas a olhando sem entender.
–Quê? Como?
–Que bom que fizeram as pazes, lembro que quando eram pequenos Aoi chegou em casa chorando por que tinha brigado com você, nunca fiquei sabendo o que aconteceu. Só sei que depois disso não se falaram mais e logo em seguida nós mudamos.
–Eu não me lembro disso mãe. –Aoi disse olhando Uruha. –E ele chama Uruha, deve tá confundindo.
–Não, esse é meu nome mesmo. Uruha é só apelido. –Uruha o olhou por um longo tempo como se tentasse lembrar. – Também não me lembro. Como consegue se lembrar de mim? –Uruha disse olhando a mãe de Aoi tentando se lembrar dela também.
–Seus olhos e boca continuam os mesmos. – Ela disse e voltou a se sentar.
–Que emocionante, parece coisa de dorama. –Ruki disse fingindo enxugar lagrimas.
–Ai você coloca o pato dormir no tempero. –Kai disse do nada e todos o olharam.
–O que foi? É receita de ensopado de pato... Eu chamo de “ensopato”.
–Tá, maluquices a parte acho melhor agente ouvi-lo tocar logo. –Ruki disse se deitando no sofá colocando a cabeça no colo de Reita.
–E eu também já vou indo. Foi bom te ver de novo Kouyou, dê lembranças a sua mãe por mim. –A mãe de Aoi disse. –Vê se come Yuu, tá muito magro. E não deixa seus amigos com fome não. –Ela apertou as bochechas de Aoi e então foi embora.
–Ela é legal. – Kai disse rindo.
–Você tá muito magro Yuu. –Ruki disse imitando a mãe de Aoi.
–Não deixa seus amigos com fome também não. –Reita disse fazendo o mesmo que Ruki.
–Tá! Já podem parar! –Aoi disse bravo embora nem estivesse bravo de verdade. –Agora vamos ouvir o Uruha tocar.
–Vai lá coxas. –Ruki disse o incentivando, recebendo um cutucão de Reita.
–Para de olhar as coxas dele.
–Você também tá olhando, seu ciumento. –Ruki disse se defendendo.
–Taaa! Espera até estarem a sós pra brigar. Agora começa Uruha. –Aoi disse, ainda não conseguia ter lembrança alguma sobre Uruha em sua infância, por mais que o olhasse a única coisa que sentia era que o conhecia, não tinha lembranças dos dois brincando muito menos da briga que tiveram quando criança.
–Eu vou tocar uma que compus, então vai ser só melodia por que sou péssimo com letras e não sei cantar. – Uruha disse e então todos prestaram atenção nele, como se analisassem cada nota, riff, hammer on, pull off, deixando a melodia tomar conta de seus pensamentos.
–Então, o que acharam? –Aoi disse após Uruha terminar de tocar.


(Cap. 3) GazettE





–Então, o que acharam? –Aoi disse após Uruha terminar de tocar.
–Bom, acho que falta alguma coisa ai. –Ruki disse de forma pensativa.
–Também acho, não que algo esteja errado. Mas algo que falta. –Kai disse olhando pra Ruki como se o mesmo fosse ajuda-lo a descobrir o que faltava. Uruha estava sem jeito olhando de um para o outro enquanto eles falavam.
–E o que falta? –Aoi disse olhando pra Kai e Ruki, mas foi Reita que respondeu.
–Acho que só tem um jeito de descobrir isso. –Ele disse com convicção.
–Como? –Uruha finalmente disse alguma coisa. Reita olhou pra Ruki e Kai, como se estivessem planejando alguma coisa por telepatia.
–Agente tocando junto. –Reita disse. – Agente termina a musica, e Ruki pode fazer a letra.
–É isso ai! É isso que falta. – Ruki disse se levantando. –Falta agente.
–Os animais são mais legais quando comem durante o dia. – Kai disse enquanto mexia no celular.
–O que? –Os outros disseram juntos, o olhando.
–Hã? Eu concordo agente marca um dia, e então nós alugamos o estúdio. Mas tem que avisar antes, sabe como são essas coisas né?
–Claro! É só me avisar que peço dispensa do trabalho. –Uruha disse se sentando sobre a mesa de centro, ficando de frente pra Aoi.
–Trabalha em que? –Kai disse parecendo curioso.
–Kai, ele é streeper, inclusive é ele que estava aqui ontem na despedida de solteiro. –Aoi disse paciente.
–Ah é mesmo. Coxas. –Ele disse passando uma das mãos nos cabelos, corando sem jeito. –É o que se ganha por beber de mais e divagar.
–Tudo bem, esse ai só não se esqueceu de mim por que transou comigo. –Uruha disse em um rompante e logo em seguida cobriu os lábios com as mãos, ficando corado junto de Aoi que se encolheu no sofá quando todos o olharam. Reita e Ruki se pegarem no sofá tudo bem, eles sempre faziam o que tinha vontade e não escondia isso de ninguém, e tudo bem Ruki ter o visto dormindo com Uruha, mas podia dizer que só dormiram. No entanto agora todos sabiam que haviam transado. –Me desculpa? –Uruha disse baixinho.
–Como eu suspeitava. –Reita disse.
–Só um cego não perceberia, você tinha que ver eles no quarto. –Ruki disse ignorando os dois que estavam envergonhados.
–Como assim, eles estavam fazendo alguma coisa? –Kai disse surpreso, também deixando de lado a presença dos dois.
–Não, o senhor coxas estava no colo dele. E mais cedo quando fui chamar ele o senhor coxas estava só de cueca na cama dele.
–Com ele? –Kai disse curioso como se a resposta não fosse obvia.
–Claro né!
–Quem diria Aoi, transando com um CARA que conheceu na mesma noite. –Reita disse dando ênfase ao dizer cara.
–Não é bem assim. –Aoi se defendeu. –Eu já o conhecia, só não lembrava e... –Ele fez uma pausa e completou baixinho. –Ainda não lembro.
–Como se nunca tivesse feito algo do gênero né, Reita? –Ruki disse cruzando os braços.
–Com relação a UM CARA ou em ter dormido com alguém que conheceu no mesmo disse. –Reita disse parecendo confuso.
–Com relação a dormir com uma pessoa que conheceu no mesmo dia seu bobo, todo mundo sabe que já dormiu comigo.
–Até eu sei. –Uruha disse aliviado por não ser mais o alvo dos comentários. –Ontem se pegaram legal ai no sofá, e pelo jeito que saíram daqui eu não fui o único que me diverti durante a noite.
–Se incomodaria de me responder uma coisa Uruha? –Kai disse sério.
–Pode perguntar. –Uruha respondeu, preocupado com que pergunta seria.
–Você faz programa? –Kai disse sem delongas ainda em seu tom sério.
–Não, nem pensar. O único lugar que podem me tocar são nas coxas. –Ele disse e então corou. –E eu fiz com o Aoi por que gostei dele, e quando eu bebo faço o que tenho vontade.
–Que bom, por que não quero que um puto parta o coração do meu amigo.
–Pode deixar, não sou do tipo que parte corações, e também não sou um puto. Pode confiar em mim. –Uruha disse olhando para Aoi, como se dissesse para ele e não para Kai. Todos ficaram em silencio por um curto período, até que Ruki quebrasse o silencio.
–Isso tem cheiro de compromisso.
–Em falar nisso. –Reita disse. –E nós?
–Nós o que? –Ruki o olhou franzindo o cenho.
–Isso tem cheiro de compromisso. –Aoi disse imitando Ruki.
–Deus! Vocês ai se comprometendo e eu aqui sozinho. –Kai disse rindo. –Tenho que arrumar alguém antes que eu fique pra titio.
–Titio? Como? –Aoi disse sem entender.
–Tarde de mais. –Reita disse antes que Kai respondesse a pergunta de Aoi chamando a atenção de todos pra si. –Acho que engravidei o Ruki.
–Para com isso seu bobo. –Ruki deu uma cotovelada em Reita. –Quem deve estar gravido é o Uruha, ou será que é o Aoi? –Ruki sorriu com malicia dando uma rizada junto com Reita.
–Eu...eu não fui passivo. – Aoi disse corado e então Uruha se virou olhando para Reita e Ruki de forma ameaçadora.
–Que mal tem em ser passivo? Como se um de vocês não tivesse sido um ontem. –Reita olhou para Ruki que abaixou a cabeça se condenando.
–Ele foi mais rápido que eu, mal pude ver seus movimentos. –Ruki disse de cabeça baixa.
–E foi pior por isso? –Uruha disse em tom repressivo.
–Não mamãe, melhor que isso só dois Reita. –Ruki disse fazendo Reita sorrir convencido. Eles já haviam “se pegado” antes, mas não passavam de carinhos sinuosos, coisa boba só por brincadeira. Mas Reita não podia negar que sentiu atração por Ruki em todas as vezes que teve contato físico com ele, e agora a coisa tinha ficado mais séria e ele esperava que Ruki pensasse da mesma forma.
–Eu não sou sua mãe. –Uruha disse cruzando os braços.
–Que seja. Agora vamos deixar as coisas importantes esclarecidas. Você vem mesmo pra banda né? Tipo, a coisa com agente é séria, não tem mordomia não. Vai ter que ser responsável. –Ruki disse parecendo mais adulto do que havia agido ultimamente.
–Eu sei bem disso, vou fazer por merecer.
–Então feito! –Kai disse interrompendo os dois e então cada um na sala repetiu o “feito”.
–E qual o nome da banda de vocês? –Uruha perguntou curioso.
–Cassette. –Kai disse sem delongas.
– Esse nome me lembra de outra coisa. –Uruha disse e todos riram menos Kai que pareceu confuso.
–Lembra o que? – Kai disse confuso, sem entender e então Aoi sussurrou em seu ouvido.
–Nossa! Por que eu não tinha pensado nisso. –Kai disse surpreso rindo também.
–O nome é uma coisa importante, tem que ser o melhor nome possível pra não ter que mudar depois, e tem que causar boa impressão. –Ruki disse pensativo, fazendo todos o olharem, Uruha também ficou pensativo e então todos ficaram em silencio por um bom tempo.
–Por que não coloca Gazette? A pronuncia é quase a mesma.
–É mesmo, assim é melhor. –Ruki concordou.
–Então é isso mesmo. –Kai disse. –Todos concordam?
–Claro! –Aoi disse.
–Sem duvidas. –Reita disse.
–Agora devíamos comemorar o renascimento da banda. Já que agora temos um nome novo e um integrante novo. –Ruki disse animado.
–Ainda tem algumas bebidas de ontem, só que hoje eu não posso beber. –Aoi disse. –Não se importam de eu beber suco né? –Aoi disse se levantando indo em direção da cozinha.
–Claro que não, sobra mais pra gente. –Reita disse.
–Se não se importa vou querer suco também. –Kai deu um grito. –Ontem bebi tanto que quando acordei hoje tinha um dragão rosa vomitando arco íris do lado da minha cama. Quando levantei pra limpar a sujeira que ele fez o bicho tinha sumido. –Kai aos outros na sala.
–Que viajem. –Uruha disse enquanto ria com os outros.
–Nee... –Ruki disse cutucando Uruha. –Podia ir ajudar seu namorado a trazer as coisas, e apressar ele também.
–Meu o que? –Uruha disse franzindo o cenho.
–Sem perguntas... vai, se não ele vai fazer bagunça, ele é um desastrado.
–Tá, eu vou. –Uruha se levantou indo também para a cozinha.
–Eu acho isso muito estranho. –Aoi disse enquanto segurava vários copos e abraçava uma garrafa de vodca.
–O que? Eu na banda? –Uruha caminhou até ele pegando a garrafa e dois dos copos.
–Não, eu esperava que isso fosse acontecer. Estranho é eu não me lembrar de você.
–Eu também não me lembro, mas isso é normal. Deve fazer muito tempo.
–Tem razão, só pode ser isso. –Aoi disse saindo da cozinha. – Mas pelo menos senti que já te conhecia, então no fundo não tinha realmente me esquecido de você.
–Olha, isso foi uma declaração? – Ruki disse interrompendo os dois.
–O que foi tampinha? –Uruha disse o olhando.
– Vim ajudar, estava demorando.
–Se quer ajudar vai pegar o suco na geladeira. –Aoi disse apontando a cozinha com a cabeça.
–Tá! Já volto. –Ruki disse indo para a cozinha enquanto Aoi e Uruha iam para a sala.
–Então, pra quando podemos marcar um ensaio no estúdio. –Kai disse enquanto ajudava eles com os copos colocando tudo sobre a mesa de centro.
–Pra quando conseguir disponibilizar o estúdio. –Uruha disse. – Vou deixar meu numero com vocês ai é só me ligar.
–Toma, salva seu numero. –Aoi disse entregando o celular a Uruha, que se sentou ao lado de Kai e fez o que Aoi havia pedido.
–Peguei o suco do Kai pra ele não ter alucinação. –Ruki disse entrando na sala sacodindo a caixa de suco. –Por que não vai beber Aoi? Nem vai precisar trabalhar amanhã como nós.
–Eu não casei então vou ter que trabalhar sim, mas não é por isso. Posso até mesmo ir bêbado para o trabalho que não vão se importar. Hoje não vou beber por que mais tarde vou levar o Uruha em casa.
–Que gracinha, vai levar o namorado em casa. –Ruki disse colocando o suco sobre a mesa e se servindo com a vodca.
–Vai à merda Ruki.
–Hoje não, amanhã quem sabe. –Ruki disse servindo Reita com a vodca e se sentando ao lado dele.
–Tá bom! Não vou tentar argumentar com você. – Aoi serviu Uruha com a vodca e Kai com o suco em seguida se sentou tomando suco também.
Aoi estava muito feliz por tudo que estava acontecendo, no entanto não parava de pensar no que a mãe havia dito. De alguma forma sentia que lembrar-se do que aconteceu fosse algo importante. Logo estava ficando tarde e todos foram embora, menos Aoi que morava lá e Uruha.
-Então, tem hora pra chegar em casa. – Aoi disse puxando Uruha pela cintura o abraçando.
–A hora que o meu motorista puder me levar.
–O que acha do seu motorista aproveitar que agora está sozinho com você e te levar depois. –Aoi disse roçando os lábios aos de Uruha.
–Eu acho isso ótimo. –Uruha passou uma das mãos entre as pernas de Aoi, massageando o volume em sua calça.
–Quem vê você serio e dando sermão no Ruki não pensa que é tão pervertido. – Aoi disse entre um gemido que deixou escapar, mordiscando os lábios de Uruha, movendo o quadril contra a mão dele que ainda o segurava lá.
–E eu não sou, você que me deixa assim. E quem te vê agora não acreditaria que é o mesmo cara que ontem me contratou achando que eu fosse uma garota. –Uruha abriu lentamente a calça de Aoi colocando sua mão por dentro dela tocando levemente com as pontas dos dedos o membro rígido.
–As coisas mudam. –Aoi ofegou o olhando enquanto Uruha se abaixava de vagar tirando suas calças. –E por algum motivo que não sei qual, você em menos de um dia conseguiu me deixar... – Enquanto dizia Aoi foi interrompido pelo bipe do celular, avisando a chegada de uma mensagem.
–É seu celular. –Uruha disse o olhando.
–É, eu sei. Pode ler a mensagem pra mim?
–Claro! –Uruha disse pegando o celular do bolço da calça que havia acabado de tirar. – O poder das coxas. Kai. –Uruha disse ficando vermelho ao ler a mensagem, Aoi não conseguiu segurar e deu um riso também.
-Me deixa ver? –Aoi pegou o celular lendo também a mensagem e iniciando uma crise de riso.
–Como ele sabia o que estava falando? –Uruha se levantou desconfiado, caminhou até a janela olhando o lado de fora. –Estranho, tem algo sobrenatural nesse seu amigo ou ele tá espionando agente.
–O Kai não faria isso, deve ser coincidência. Tipo quando você fala uma coisa e um personagem de um filme que você tá vendo pela primeira vez diz a mesma coisa logo em seguida.
–Tanto faz. – Uruha disse se sentando, cruzando os braços e fazendo bico. –Ele estragou o clima.
–Não fica assim, ele não fez por mal. –Aoi disse se recuperando da crise de riso, se sentando ao lado de Uruha, passando o braço envolta de sua cintura.
–Eu sei, mas depois que você ficar sozinho e pensar no que aconteceu vai acabar não me querendo mais. –Uruha o olhou como um cão que caiu da mudança e quando Aoi abriu o celular tocou novamente.
–Outra mensagem. –Aoi disse e então leu a mensagem. –Salsicha. Hã? Salsicha? Vou ligar pra casa dele. –Aoi disse se levantando indo pra cozinha. Uruha se levantou também indo até a porta a abrindo, indo para o lado de fora do apartamento e andando pelo corredor.
–Kai, você tá em casa? –Aoi disse após o telefone ser atendido do outro lado da linha.
–Claro, como eu ia andar com meu telefone de casa por ai?
–O que é salsicha? –Aoi disse confuso.
–É aquelas coisas de comer, que as pessoas fazem cachorro quente. –Kai disse bocejando.
–Isso eu sei, mas por que me mando uma mensagem dizendo salsicha?
–Vi uma propaganda e lembrei de você. Já levou o namorado em casa? –Kai bocejou outra vez.
–Não, ele está aqui ainda, desculpa te incomodar. Boa noite.
–Boa noite. –Kai disse e então ambos desligaram o telefone. Aoi foi até a sala e Uruha não estava lá, mas enquanto ia caminhava em direção do quarto a campainha tocou.
–Pediu um streeper senhor? –Uruha disse enquanto Aoi abria a porta pra ele.
–Isso parece uma premonição, o que faz ai fora? –Aoi disse surpreso.
–A porta bateu enquanto eu procurava nosso espião. –Uruha entrou envolvendo o pescoço de Aoi com os braços.
–Na verdade o suposto espião estava em casa vendo televisão, e a parte da salsicha é que ele viu uma propaganda e lembrou-se de mim. –Aoi o abraçou pela cintura.
–Ele te chamou de salsicha. –Uruha disse o olhando nos olhos, deixando seu corpo recostar ao dele.
–Na verdade ele mesmo nem deve ter pensado nisso.
–Depois do dragão eu acredito nisso. –Uruha o soltou e então foi até seu casaco que estava na sala e o colocou. –Tá ficando tarde, pode me levar?
–Claro, é uma pena o Kai ter estragado o clima. –Aoi disse enquanto pegava as chaves encima da mesa. –Vamos?
–Vai de cueca?
–Oh! É mesmo, nem reparei. –Aoi pegou a calça que estava no chão e a colocou. –Vamos?
–Com certeza. –Uruha disse abrindo a porta saindo do apartamento.
Enquanto iam Uruha indicava o caminho, sua casa era realmente muito distante, era como se Aoi morasse em uma ponta da cidade e Uruha na outra. Uruha durante o caminho evitou falar nos dois tendo como assunto apenas coisas sobre a banda ou sobre musica. Aoi também preferiu não falar no assunto, não queria parecer carente de mais por estar apaixonado por um quase estranho.
–Chegamos. –Uruha disse e Aoi parou o carro. Uruha não morava em um apartamento e sim em uma casa bem pequena. –Não quer entrar e tomar um café?
–Vai ficar muito tarde, e eu não quero incomodar.
–Não vai incomodar. –Uruha disse e então pegou a chave no painel do carro. –Vem, se ficar tarde pode dormir aqui.
–Amanhã eu trabalho. –Aoi disse saindo do carro acompanhando Uruha até a porta da casa.
–Eu também, na verdade nem sei como vai ficar. Pelo menos uma bronca eu vou levar. –Uruha disse abrindo a porta.
–Por quê? Se for pelo pagamento eu te pago.
–Não é isso. Se me pagar vou me sentir um puto. – Uruha entrou. –Cheguei!
–Você mora com alguém?
–Não, eu faço isso pra não me sentir sozinho. –Uruha disse e então puxou Aoi pra dentro.
–Você mora sozinho?
–Isso mesmo. –Uruha o puxou pra perto o abraçando, o encostando contra a parede.
–Então por que não trouce sua mãe pra morar com você. –Aoi disse o abraçando também, puxando o corpo dele contra o seu.
-Lembra que eu disse que ela era doente?
–Lembro. –Aoi o olhou acariciando seu rosto.
-A doença dela é complicada. Ela tá internada. –Uruha disse dando um suspiro.
–E o que ela tem é grave?
–Ela é louca Aoi, a doença dela é mental. –Uruha disse desviando o olhar enquanto se soltava de Aoi.

(Cap. 4) Eu quero lembrar

–Ela é louca Aoi, a doença dela é mental. –Uruha disse desviando o olhar enquanto se soltava de Aoi.
–Me desculpa por perguntar de mais. –Aoi disse enquanto acompanhava Uruha que caminhava pra dentro de casa.
–Tudo bem, não ia adivinhar essas coisas. –Uruha disse se virando pegando a mão de Aoi o arrastando pela casa. –Parece que tá com medo, minha casa não morde.
-Desculpa. –Aoi acompanhava os passos mais rápidos de Uruha até a cozinha. Não era uma cozinha grande, mas era bem organizada. Uruha pegou um banco o entregando a Aoi.
–Senta, vou fazer o café.
–Vem aqui. –Aoi o puxou pra seu colo antes que ele se afastasse. –Não ficou mesmo magoado com minha intromissão?
–Não fiquei. Tá tudo bem, afinal cada um carrega o fardo que merece. –Uruha o olhou nos olhos e lhe deu um breve beijo.
–Acho seu fardo muito grande pra ser carregado sozinho.
–Pode não parecer, mas tenho mais força que imagina. –Uruha se levantou indo até a cafeteira preparando o café.
–Não duvido disso, mas mesmo assim. –Aoi o abraçou por trás lhe dando um beijo no pescoço. –Eu estou aqui caso precise de força. –Uruha acariciou os braços de Aoi envolta de sua cintura em silencio, sentindo sua respiração fazer cosquinha em seu pescoço e o calor do corpo de Aoi junto ao seu. Com ele ali não se sentia mais tão sozinho, nunca tinha tempo pra fazer amigos ou ter algum tipo de relacionamento, na verdade sempre fugia quando tinha que se relacionar com alguém. Sentia medo, preferia viver sozinho e independente a ser julgado e rejeitado pelas outras pessoas.
–Está mesmo aqui? – Uruha disse baixinho com a voz tremula.
–Sim, eu estou. – Aoi o virou de frente pra si, lhe acariciando o rosto. –E vou estar até quando me permitir estar.
–Se depender de mim vai ser sempre. –Uruha disse se sentando no armário da cozinha puxando Aoi pra junto dele, o envolvendo com as pernas pela cintura e o beijando como se sua vida dependesse daquele beijo. Aoi deslizou suas mãos lentamente pelas coxas de Uruha as tocando como havia feito pela primeira vez enquanto se ajeitava entre as pernas de Uruha, roçando seu corpo com força ao dele.
–Tenho que ir. –Aoi disse se afastando aos poucos ofegante. –Já é tarde, e amanhã trabalho.
–Tudo bem. –Uruha sorriu desanimado. –Também tenho trabalho amanhã, e estou todo marcado. Isso não é muito bom.
–Me desculpa.
–Tudo bem, eu adorei. Só disse por que se fizermos de novo vou ficar com mais marcas.
–É melhor, assim você se recupera das marcas. –Aoi sorriu pegando Uruha pela cintura, o tirando de cima do armário. –Me leva até a porta?
–Claro, tenho que levar pra você voltar. –Uruha disse e então o acompanhou até a porta.
–Você me liga? -Uruha disse escorado ao portão da casa.
–Ligo sim, mas devia pegar meu numero. –Aoi olhava para os pés sem graça. –Caso queira me ligar.
– Depois você me passa, eu estou sem papel agora.
–Não tá com seu celular? – Aoi disse e Uruha balançou a cabeça negativamente antes de voltar a falar.
–Não tenho. Só uso o fixo. E por pouco não fico sem ele... É tanta coisa que as vezes esqueço de pagar a conta. –Uruha sorriu sem jeito. Aoi mordeu os lábios de forma pensativa e então correu até o carro se enfiando pela janela deixando as pernas para o lado de fora, as balançando de forma cômica. Uruha não segurou o riso e foi até ele, o dando um tapa na bunda e o puxando pelas pernas logo em seguida.
–O que tá fazendo seu louco. –Uruha disse ao puxa-lo.
–Fui pegar um papel e uma caneta e fiquei agarrado. –Aoi disse ofegante com um bloco de papel e uma caneta em mãos.
–Não era mais fácil abrir a porta?
–É mesmo, desculpa. –Aoi anotou o numero em uma das folhas e a destacou entregando a Uruha. –Meu numero.
–Obrigado! Liga-me quando chegar a sua casa? Quero saber que chegou bem. – Uruha disse se aproximando ainda mais de Aoi que agora estava encostado ao carro.
–Ligo sim. –Aoi mantinha seus olhos nos deles, e por mais que os olhassem não conseguia se lembrar deles, apenas sentia que eram familiares, e aquilo o deixava seguro de que poderia confiar no dono daqueles olhos.
Aoi logo chegou a sua casa, embora tenha passado só um dia com Uruha sentia como se a casa estivesse vazia sem ele lá, como quando resolveu morar sozinho e o apartamento nem mesmo tinha moveis. Ele se sentou no sofá pegando a guitarra que ainda estava lá a colocando sobre o colo, em seguida pegou o celular e procurou pelo numero de Uruha.
–Oi, já cheguei. –Aoi falava enquanto passava os dedos pelas cordas da guitarra sem tirar som delas.
–Que bom. O que está fazendo?
–Nada de mais, e você?
–Tomei banho, me troquei e estava esperando sua ligação. –Uruha disse caminhando com o telefone até o quarto e se deitando na cama. – Vai dormir agora?
–Vou arrumar umas coisas antes. E você?
–Acho que não, tenho que resolver um assunto antes. Certo cliente e futuro companheiro de banda me deixou com um problemão entre as pernas.
–Me desculpa. – Aoi disse corado.
–Desculpo, mas vai ter que me fazer um favor. –Uruha disse no mesmo tom que havia usado para seduzi-lo no dia anterior.
–Qual favor? – Aoi deixou a guitarra sobre o sofá e se levantou indo também para o quarto, a cama ainda estava desarrumada, quando havia arrumado seu quarto tinha se esquecido da cama, pois Uruha estava sobre ela tocando.
–Geme pra mim? –Uruha disse com voz baixa e calma enquanto sorria com malicia do outro lado da linha, embora não estivesse lá Uruha tinha certeza que Aoi estava agora violentamente corado.
–Ma-mas como? –Aoi gaguejou e respirou fundo.
–Então precisa de ajuda pra gemer? – Mais uma vez Uruha deixou um sorriso malicioso estampar seus lábios e antes que Aoi pudesse dizer alguma coisa continuou. – Então pense em seu corpo junto do meu, sua ereção no meio das minhas pernas indo bem fundo dentro de mim. –Uruha se deixava levar pelas próprias palavras e deslizava de vagar uma das mãos pra dentro da cueca, tocando de vagar seu membro rígido e deixando um gemido manhoso escapar-lhe dos lábios.
–Isso é maldade. –Aoi disse se sentando na cama. –Já penso em trabalhar em Telesex?
–Estou ouvindo perguntas e não estou ouvindo gemidos. –Uruha disse autoritário. –Aoi, eu estou duro. Faz isso comigo? – Uruha pediu de forma manhosa, o que para Aoi era incontestável. Não tinha como negar um pedido daquele.
–O que eu faço? Não consigo gemer assim.
–Primeiro fica em algum lugar confortável e de preferencia tire suas calças.
–Tá bom. –Aoi se levantou tirando as calças e então voltou para cama, dessa vez se deitando nela. – E agora?
–Agora feche seus olhos, ouça minha voz e se concentre nela pra que sinta como se eu estivesse ai. – A voz de Uruha aos poucos ficava ainda mais sensual e Aoi se surpreendia com a forma como ele conseguia convence-lo tão rápido a obedece-lo.
–Pode falar. –Aoi disse fazendo exatamente o que Uruha havia dito.
–Faz o que eu te pedir, quero ouvir um gemido de verdade agora. –Uruha deu uma pausa e respirou fundo. – Agora que pense em mim ai, encima de você. Desliza sua mão de vagar por seu abdômen e lembre-se de como te toquei ontem, minha língua percorrendo seu abdômen. Lembra-se de como ela era molhada? – Uruha deu um riso breve enquanto voltava a se tocar por dentro da cueca, enquanto Aoi o obedecia sem nenhum problema em se lembrar dos fatos, ainda podia sentir a língua quente e húmida de Uruha deslizar por seu corpo – Agora coloca sua mão por dentro da cueca e acaricia seu pau bem de vagar e imagine minha língua o envolvendo o sugando com força enquanto o empurro para o fundo de minha garganta. –Uruha se acariciou de forma mais intensa, se excitando ao lembrar-se de como o membro de Aoi deixava sua boca cheia. Aoi acariciou seu membro de vagar roçando a ponta de seu dedo indicador no orifício de sua glande, se lembrando de como Uruha havia feito aquilo com a língua deixando um gemido baixo lhe escapar.
–Agora vem a parte em que tenho que lembrar-me de como cavalgou em meu colo e como você era tão quente e apertado por dentro? –Aoi disse ofegante passando a se acariciar também de forma mais intensa.
–Sim. –Uruha disse e então gemeu de forma provocante. –E eu me lembrar de como estava tão duro dentro de mim, e de como seu pau deixava meu rabo tão ardido enquanto me comia.
–Gostoso. –Aoi disse enquanto se livrava da cueca podendo assim acariciar seu membro com mais facilidade. –Sua bunda é tão gostosa.
–Seu pau também. –Uruha ofegou pesadamente se masturbando mais rápido. –Geme pra mim Aoi. –Uruha disse gemendo manhosamente da forma que só ele conseguia gemer, Aoi passou a se masturbar mais rápido também, sentindo o pré-gozo escorrer por sua glande o fazendo gemer mais forte que esperava. Uruha não se segurou deixando o liquido quente melar sua mão. –Merda! Sujei-me todo.
–Eu... Também. –Aoi disse após deixar o gozo jorrar por seu membro.
–Vou me lavar e deixar você ir dormir.
–Também vou me lavar, durma bem.
–Você também Aoi. – Uruha disse e ambos desligaram o telefone. Aoi tomou seu banho e se preparou para dormir pensando no que diria quando lhe perguntassem sobre o casamento, afinal era pra ele aparecer no trabalho só na outra semana, mas preferiu voltar ao trabalho já que não estaria casado e em lua de mel. Suas contas não se pagariam sozinho e ele não queria ter que depender da mãe.
Aoi se aninhou junto ao travesseiro repassando mentalmente tudo o que havia acontecido naquele dia e tudo o que falaria no dia seguinte. Por varias vezes tentou se lembrar de Uruha, ou qualquer situação que tenham passado enquanto eram crianças, mas tudo que conseguia lembrar nada além do que sua mãe o contava e nenhuma dessas lembranças incluía Uruha. Não suportando a frustração de não se lembrar de nada Aoi se agarrou firmemente ao travesseiro que carregava ainda o cheiro de Uruha e por um longo tempo tentou não pensar em nada até que caísse no sono.
Logo pela manhã o sol invadia o quarto de Aoi e o despertador o chamava de volta para a realidade.
–Que sonho estranho. –Aoi ofegava enquanto passava as mãos pelos cabelos molhados de suor. Não havia entendido parte alguma do seu sonho, a única certeza que tinha era que aquele sonho lhe causava medo e desespero. Logo Aoi se levantou, não queria pensar naquilo, não por enquanto, o que queria era tomar um bom banho e ir direto para a casa da mãe lhe fazer algumas perguntas. Aoi tomou um banho mais rápido que pode e foi direto para a casa da mãe.
–O que faz aqui há essa hora meu filho? –Sua mãe lhe abriu a porta dando espaço para ele entrar.
–Vim tomar café com a senhora, meu pó de café acabou. –Aoi se justificou ao entrar.
–Mas podia ter deixado sua pobre mãe dormir mais um pouco e vir mais tarde, o sol mal nasceu. –Ela disse fechando a porta acompanhando o filho até a cozinha. Embora morasse do outro lado da Rua, Aoi não costumava fazer isso, exceto quando alguma coisa acontecia, e ele usava sempre a mesma desculpa. – O que aconteceu Yuu? –Ela dizia enquanto tirava um bolo do forno.
–Só quero conversar um pouco. –Aoi disse levando a mão ao bolo que ainda estava quente. –Sua mentirosa, já estava acordada.
–Seu guloso, eu estava brincando com você. – Ela afagou os cabelos de Aoi e então caminhou até o armário pegando um prato e o colocando sobre a mesa onde Aoi já estava sentado. –Usa um prato e espera esfriar.
–Tá bom. –Aoi pegou com cuidado o bolo e o colocou no prato, sua mãe lhe serviu uma xicara de café e então se sentou a seu lado. – Ontem o Uruha comeu o resto do seu bolo que tinha lá em casa.
–Eu sei. Vocês garotos estão sempre comendo muito. Por isso fiz esse e mais tarde ia levar pra você. –Ela fez uma pausa e então o olhou. – Mas nós dois sabemos que não veio aqui por causa de bolo.
–É que desde ontem, tem uma coisa me incomodando. –Aoi a olhou bem nos olhou e se sentiu seguro de novo e o medo que aquele sonho havia lhe causado desapareceu. – Não sei por que, mas não consigo me lembrar do Uruha, e isso me incomoda muito. Não sei por qual razão, mas sinto que isso é importante pra mim.
–E como posso te ajudar meu filho?
–Me diz como ele era?
–Se for mesmo importante pra você. Ele também não se lembra de você não é mesmo? –Ela ficou pensativa por alguns segundos e então voltou a falar. – Ele era uma criança adorável, porem muito quieto e triste. Acho que era por que tinha problemas em casa, pelo menos era o que todos comentavam. Parece que o pai dele tinha falecido e a mãe dele tinha se casado com outro cara. Vocês estavam sempre juntos, mas um dia você chegou em casa sujo e chorando. Depois disso não voltou a sair de casa, mal falava as coisas comigo.
–E o que tinha acontecido?
–Eu não sei o que aconteceu. Nós nos mudamos e você teve um acompanhamento psicológico na época. Depois disso você voltou ao normal, passou a se distrair com musica, fez novos amigos.
–Eu tinha quantos anos?
–Devia ter uns 12 anos. – Ela disse fazendo Aoi se engasgar com o café que tomava.
–Mãe, por que não me lembro de coisas que aconteceu comigo quando eu tinha essa idade? – Ele disse como se estivesse bravo por não saber os motivos, e pela mãe também não saber explicar.
–Eu não sei, sua médica disse ser uma amnésia pós-trauma emocional, parece que você apagou tudo o que ligava a aquele dia. Estranho é que era pra ter voltado. –ela disse pensativa. –Eu voltei onde vivíamos pra tentar descobrir o que havia acontecido, mas eles haviam mudado. Parece que se mudaram poucos dias depois do que aconteceu.
–Por que nunca me disse isso?
–Por que já tinha ficado melhor. Seja o que for que aconteceu, eu não queria que aquilo perturbasse meu filhinho de novo. –Ela disse apertando as bochechas dele. –Yuu, você tá quente.
–Eu estou bem mãe. – Ele disse tentando seu livrar da mão de sua mãe sobre sua testa.
–Eu sei bem quando meu filho está com febre. –Ela insistiu. –E essa é uma dessas situações. Não anda dormindo de cabelo molhado né?
–Não mãe. E eu estou muito bem, já vou indo para o trabalho. –Aoi disse se levantando e limpando os farelos de bolo da boca.
–Não vai mesmo, tem uma semana de folga e está com febre.
–Mãe. Não posso faltar. Deram-me folga por que achavam que eu ia casar. Se souberem eu perco o emprego. –Ele disse se sentindo cansado voltando a se sentar.
–Então nesse caso vou ligar pro seu trabalho e dizer que está doente. –Ela disse já pegando o telefone e discando o numero, Aoi não contestou se sentia agora muito cansado.
Após explicar tudo o que havia acontecido desde o caso do casamento até a parte em que ele estava passando mal, a mãe de Aoi desligou o telefone e o levou até seu antigo quarto. Maior parte das coisas estava do mesmo jeito, como se sua mãe esperasse que ele fosse voltar algum dia.
–Mãe... Obrigado. –Aoi se aninhou na cama enquanto era coberto pela mãe.
–Não agradece, sou sua mãe e ainda posso cuidar de você. – Ela acariciou os cabelos dele e então continuou. –Agora descansa, quero ver você melhor.
–Está bem. – Ele estava com muito sono, mas não queria dormir, tinha medo de ter o mesmo pesadelo. – Sangue. –Ele disse antes de se virar e se entregar ao cansaço dormindo. A mãe não entendeu, mas não fez perguntas apenas o deixou dormir e depois de um tempo o deixou sozinho no quarto.


(Cap. 5) Reituki



Era uma manhã de segunda, Ruki ainda não havia se levantado embora estivesse acordado. Os braços que ainda lhe envolvia a cintura e a respiração quente que lhe roçava a nuca pertenciam a Reita que pela segunda vez havia dormido ali com ele. Embora fosse previsível que mais cedo ou mais tarde ambos acabariam fazendo algo do gênero Ruki ainda não acreditava que havia dormido com Reita e ainda por duas noites seguidas e sem contar as vezes que transaram pela manhã do dia anterior.
Ruki e Reita sempre foram amigos bem próximos, sempre pensavam de forma parecida tinham pontos de vista parecidos e sempre faziam brincadeiras sinuosas um para o outro. Querendo ou não Ruki sempre teve uma atração significativa por Reita e deixava transparecer em suas brincadeiras com ele, mas nunca imaginou que um dia ficaria nu com ele em uma cama logo depois de transar com ele maior parte da noite.
–Já acordou? –Reita sussurrava em seu ouvido como se não quisesse acorda-lo enquanto se aninhava junto ao corpo dele.
–Sim. –Ruki resmungou preguiçosamente enquanto se acostumava com o corpo despido de Reita se encaixando ao seu, afinal era o primeiro homem com quem tinha dormido, não era acostumado a sentir um membro lhe roçar o bumbum logo pela manhã.
–Vai levantar?
–Logo levanto, tenho trabalho hoje. –Ruki disse se virando olhando Reita nos olhos, dando uma rizada. –Caramba, como consegue dormir com isso. –Disse e apontou a faixa no nariz de Reita.
–Ah! Isso? –Reita disse tocando o próprio rosto. – Eu estava tão cansado que dormi sem perceber isso aqui.
–Fica bem em você, mas seria bom poder tocar o seu rosto. – Ruki tocou levemente a faixa o olhando ainda nos olhos. Reita aos poucos soltou a faixa e Ruki se livrou dela tocando carinhosamente o rosto de Reita. Reita o segurou pela cintura o trazendo pra cima de seu corpo. –Reita, nós não podemos. Não vai dar tempo.
–Eu sei, só quero que me abrace. – Reita o apertou contra o seu corpo o abraçando enquanto Ruki se aninhava sobre seu corpo o abraçando.
–E agora?
–Seu bobo, é pra ficar quietinho. –Reita respirou fundo e Ruki ficou em silencio sentindo o corpo quente de Reita contra o seu. Reita deslizava de vagar as mãos sobre as costas de Ruki que se encolhia ao sentir um arrepio percorrer seu corpo.
–Não dá pra ficar quieto, você tá me excitando. –Ruki disse em um tom resmungão se apoiando no peito de Reita para olha-lo.
–Seu pervertido, é só se concentrar.
–Mas como? Se eu respiro meu pau fica roçando em você.
–Você é mesmo muito tarado. –Reita riu e Ruki ficou emburrado saindo de cima dele virando para o lado oposto ao dele. Reita o virou a força e se colocou encima do corpo do dele. –Me desculpa? Eu não sabia que ficava com vontade tão fácil.
–Logico que sabia. Eu te agarrei na despedida de solteiro do Aoi por que ele estava alisando as coxas de outro macho. –Ruki disse ainda emburrado enquanto fazia bico.
–Mas aquilo foi me excitou também. Que coxas. – Ruki franziu o cenho e ficou ainda mais emburrado com o comentário de Reita.
–Ah é? Então vai atrás daquelas coxas. – Ruki disse tentando tirar Reita de cima dele, mas Reita impôs seu peso sobre ele o segurando.
–As coxas dele são do Aoi, além disso, as coxas que quero estão bem aqui. –Reita se ajeitou entre as pernas dele enquanto alisava carinhosamente suas coxas o fazendo corar.
–Reita, não pode ficar ai. Agente não tem tempo.
–Tem tempo que tá falando isso, sem contar que aquela loja que você trabalha não vai ninguém e aquela velhinha que é dona de lá nem vai perceber que chegou no horário. – Reita disse apertando as coxas de Ruki com vontade, deixando as marcas de seus dedos sobre elas. –Além disso, eu também tinha ficado com vontade.
–Tá bom, mas se eu perder meu emprego vai ter que me sustentar. –Ruki sorriu com malicia enquanto puxava Reita contra ele com as pernas, as envolvendo na cintura dele. Reita segurou com força em sua cintura o penetrando de uma só vez.
–Ainda continua apertado como da primeira vez. – Reita sussurrou ofegante enquanto levantava as pernas de Ruki, facilitando a penetração. Ruki gemeu baixinho levando as mãos até a lateral das coxas de Reita cravando suas unhas ali o segurando.
–E ainda dói. – Ruki respirou fundo e então Reita se debruçou sobre ele o beijando brevemente.
–Desculpa. – Reita tirou seu membro de vagar e voltou a penetra-lo também lentamente, como se quisesse que Ruki sentisse cada centímetro dele entrar e sair, até se acostumar novamente com a penetração.
–Mais... Assim vai me matar de vontade. –Ruki respirava pesado e se soltava de Reita, levando as mãos até a cabeceira da cama se preparando para as possíveis estocadas de Reita. –Me come com força Akira. –Ruki gemeu de forma provocativa e então sorriu. Reita sorriu também e então passou a mover o quadril rapidamente passando a penetra-lo mais rápido, impondo mais força arrancando de Ruki gemidos altos. Não demorou muito até que ambos gozassem, nem mesmo seguraram pela falta de tempo.
–Vou tomar banho agora, vem comigo? –Ruki disse se levantando, puxando Reita consigo.
–Claro! –Reita disse enquanto era arrastado para o banheiro por Ruki.
–Que horas vai trabalhar hoje? – Ruki abriu a torneira enchendo a banheira de agua.
–Eu sai do emprego. – Reita disse o abraçando pela cintura.
–Por que saiu?
–Eu fui demitido, me pegaram dormindo. –Reita riu sem graça.
–Dorminhoco. – Ruki envolveu seus braços no pescoço de Reita o beijando carinhosamente até ser interrompido pela banheira que transbordava. –Vem. –Ruki fechou a torneira e conduziu Reita pra dentro da banheira.
–Por que perguntou? –Reita se ajeitou na banheira puxando Ruki pra seu colo.
–Por que ia perguntar que horas sai, pra me dar uma carona de volta pra casa. –Ruki pegou a esponja a molhando e usando-a para molhar o corpo de Reita.
–Ficou sem carro de novo? – Ruki balançou a cabeça positivamente. –Posso ir te buscar.
–Não precisa, posso sair mais cedo. –Ruki disse molhando os cabelos de Reita, o fazendo fechar os olhos. – Mas... Pode me levar?
–Posso, te busco também é só me falar a hora que vai sair. –Reita disse passando o sabonete pelo corpo de Ruki que sorriu e lhe apertou as bochechas.
–Te adoro cara. Ligo-te meia hora antes que eu sair. –Ruki disse e então eles terminaram o banho o mais rápido que puderam, Ruki foi se trocar e após colocar suas roupas Reita foi até seu apartamento buscar as chaves do carro se deparando na volta com Aoi no elevador.
–Já vai trabalhar? –Reita perguntou e então continuou. –Acredita que o idiota do Ruki me apressou atoa? Os relógios da casa dele só podem ter parado.
–Quê?-Aoi disse pensativo sem prestar muita atenção no que Reita dizia.
– Perguntei por que vai trabalhar tão cedo?
–Vou passar na casa da minha mãe, meu pó de café acabou então vou tomar café com ela. –Aoi disse e aporta do elevador se abriu.
–Vou nessa, diz pra sua mãe que depois vou lá comer o bolo dela. – Reita saiu do elevador se preparando pra dar uma bronca em Ruki.
–Demorou! –Ruki disse abrindo a porta se deparando com a cara de bravo de Reita.
–Demorou? Faz ideia de quantas horas são?
–Hum... –Ruki entrou olhando o relógio na parede. – Quase sete? Pera ai! Era quase sete quando acordamos também.
–Nem seis horas são ainda. –Reita entrou fechando a porta.
–Como assim? Então dava pra dormir mais? –Ruki sentou desanimado no sofá.
–Dava tempo de sobra. –Reita o olhou bravo e então Ruki o olhou de volta com expressão de cão que caiu da mudança.
–Desculpa?
–Tudo bem, nós ainda podemos dormir. Que horas sai daqui?
–oito e meia.
–Ainda temos duas horas, depois comemos e saímos.
–Hai! –Ruki se levantou animado e saiu correndo em direção ao quarto, tirando as roupas no caminho. Reita correu logo atrás dele fazendo o mesmo ficando só com a cueca.
–Achei que tinha ficado triste por que estava com sono. –Reita disse o segurando contra a cama.
–Na verdade não... –Ruki o olhou corado fazendo uma breve pausa. – É que perdi um pouco do tempo que eu podia ter aproveitado com você. –Reita sorriu se inclinando, beijando calmamente os lábios de Ruki.
–Tudo bem, eu fiquei bravo com você por isso também. – Reita sorriu e então deslizou os lábios de vagar pelo tórax de Ruki deslizando em seguida os lábios por seu abdômen o fazendo afagar seus cabelos.
–Seu safado, eu achei que ia me colocar pra dormir. – Ruki o olhava enquanto ele puxava de vagar a cueca dele.
–Dormir? Fez-me gozar com pressa, agora quero recuperar o tempo perdido. –Reita riu levando a língua ao membro de Ruki, o lambendo de vagar.
–Depois eu que sou o tarado ninfomaníaco. –Ruki disse soltando um leve gemido segurando os cabelos de Reita enquanto o mesmo lhe abocanhava o membro, o chupando forte o suficiente a ponto de fazer barulho. –Akira assim eu não vou aguentar. –Ruki disse ofegando sentindo o membro pulsar e liberar o pré-gozo. Reita parou de suga-lo e pressionou o membro de Ruki com força o fazendo gemer mais alto. –O que está fazendo?
–Não vai gozar agora. –Reita sorriu com malicia o olhando.
–Seu bobo, eu sei o que quer. –Ruki se livrou da mão de Reita e se virou ficando de bruços na cama empinando o bumbum. Reita deu um tapa forte no bumbum dele deixando as marcas de seus dedos.
–Acho que já sei o que vou te dar de aniversário. – Reita afastou as nádegas de Ruki e passou a roçar lentamente a ponta da língua no orifício anal dele, logo em seguida forçando a língua a penetra-lo com força, o fazendo ofegar e gemer. Reita em seguida se ajoelhou na cama puxando Ruki pelo quadril deixando o volume rígido em sua cueca roçar entre as nádegas dele.
–Me come logo. –Ruki o olhou por sobre o ombro.
–Não posso.
–Por quê?
–Vai te machucar, agente não teve descanso nesses últimos dias e... –Reita foi interrompido pelo telefone tocando. –Cara, quem te liga nesse horário?-Reita disse franzindo o cenho.
–Eu não sei, é melhor eu atender. –Ruki levantou indo até o telefone, Reita se deitou na cama olhando o relógio que havia colocado no pulso, ainda era cedo, Reita tirou o relógio o colocando sobre o criado mudo. Ruki não demorou muito a voltar.
–Quem era? –Reita se sentou na cama olhando enquanto Ruki entrava no quarto feito um zumbi. “um zumbi pelado” ele concluiu mentalmente.
–Era a senhora Yamada, ela disse que a loja vai fechar. –Ruki fez bico e foi até a cama pulando encima de Reita. –Agora somos dois desempregados.
–O lado bom das coisas é que agora agente não tem que se preocupar com as horas.
–É mesmo. –Ruki riu e o mordeu com força, deixando a marca roxa de seus dentes em um dos ombros de Reita. –Já mudou de ideia sobre me comer ou eu vou ter que comer você?
–Malvado, me morde e ainda me ameaça? –Reita o colocou sobre a cama, o segurando pelos pulsos. –Eu vou te comer até não aguentar mais, depois vou arrumar seu café da manhã e então vamos dormir a tarde inteira.
–Acho uma boa ideia. – Ruki sorriu mordendo os lábios de Reita que aos poucos o soltou e passou a beija-lo com carinho, deixando que suas mãos percorressem o corpo de Ruki enquanto sentia as mãos dele descer por suas costas até seu bumbum, o apertando com força. Reita levou uma das mãos ao membro de Ruki o masturbando. –Espera. –Ruki se segurou em Reita o deitando sobre a cama, se sentando sobre o quadril dele, roçando lentamente o bumbum sobre o volume na cueca de Reita.
–Que gostoso. –Reita gemeu levando as mãos ao quadril de Ruki, acompanhando seus movimentos.
–Ainda não é o que eu quero. –Ruki se levantou tirando a cueca de Reita deixando o membro rígido dele a mostra, em seguida ficou de costas pra ele se sentando novamente no quadril de Reita deixando que o membro rígido dele roçasse em seu bumbum.
–Por que ficou de costas? – Reita o olhava ofegando sentindo o membro pulsar desejando o interior quente e apertado de Ruki.
–Pra você o ver entrar. –Ruki disse ajeitando o membro de Reita em seu bumbum se sentando sobre ele, fazendo o membro de Reita entrar de uma só vez. Reita o segurou pela cintura observando seu membro afundar no interior de Ruki cada vez que ele levantava e sentava novamente, passando a se mover mais rápido e com mais força com o passar do tempo, sentindo seu membro pulsar mais forte e então preencher Ruki com seu gozo.
O dia foi como Reita havia planejado, quando acordou durante a tarde Ruki ainda estava em seus braços dormindo como se tivesse passado a noite em claro. Logo ele se levantou de fininho e colocou suas roupas, não queria sair sem se despedir, mas também não queria acorda-lo.
–Aonde você vai? –Ruki resmungou de forma preguiçosa e se espreguiçou.
–Tenho que ir pra casa, não posso ficar o tempo todo aqui. –Ruki se sentou na cama o olhando, Reita quase riu do cabelo desarrumado dele, mas não riu, Ruki o olhava sério como se fosse lhe dar uma bronca.
–Por que não pode? –Ruki disse e então bocejou e se espreguiçou novamente desfazendo a expressão séria.
–Por que vou incomodar, por que estou a 3 dias com as mesmas roupas embora meu apartamento seja no andar de cima. – Reita disse procurando alguma coisa no chão. –Viu onde coloquei minha faixa?
–Tá no seu rosto. –Ruki respondeu e Reita tocou o próprio rosto percebendo a faixa lá. – Colocou quando saiu pra buscar as chaves seu bobo. –Ruki fez uma pausa e então fez uma careta de insatisfação. –Sabe, do jeito que disse parece que eu mantive você como um refém. Nunca disse que era pra ficar com as mesmas roupas ou que não podia ir pro seu apartamento. Ficou comigo desde a despedida de solteiro do Aoi por que quis.
–Vai brigar comigo agora chihuahua?
–Vou sim cacatua! Não gostei do jeito que falou comigo. –Ruki se levantou ignorando a própria nudez e foi até Reita o encarando.
–Cacatua é a mãe.
–Minha mãe não é cacatua! Não fala mal da minha mãe. –Ruki disse apontando o dedo pra Reita chegando bem mais perto.
–Então é um insulto, e eu achando que não era nada de mais quando me chamavam assim. –Reita disse pegando Ruki pelo pulso, segurando a mão com a qual Ruki apontava o dedo pra ele. –E não aponta seu dedo pra mim.
–Por quê? O que vai fazer? Dar-me uma surra por que não gostei de algo que disse?
–Você é meu e eu faço o que eu quiser com você. –Reita o segurou com mais força colocando seu corpo junto ao dele. –Se continuar assim nosso namoro não vai dar muito certo. –Reita disse baixo e com calma.
–Namoro?-Ruki disse também mais calmo como que sem entender.
–É. Namoro, você quer namorar comigo né? –Reita o soltou, mas não se afastou dele.
–Claro que eu quero. Se não eu não ficaria bravo por sair sem me avisa. –Ruki o abraçou.
–Eu só não queria te acordar.
–Tá bem, me desculpa por ficar nervoso. Achei que fosse agir feito aqueles caras que saem sem avisar e depois finge que nada aconteceu. E fiquei com mais medo depois do que disse.
–Nunca faria algo assim, só não queria ficar mais tempo te perturbando e tenho mesmo que arrumar umas coisas e trocar minhas roupas.
–Tudo bem. Vai lá. –Ruki disse se soltando dele.
–Eu vou, mas logo venho te buscar pra gente ir beber alguma coisa, pra comemorar nosso namoro. –Reita disse corando violentamente. –Tá bem, me liga quando vier.
–Ligo sim, vou chamar o Kai e o Aoi pra ir com agente.
–Agente vai contar?
–Eles já sabem. –Reita riu e então deu um leve beijo em Ruki antes de ir embora. Como havia dito Reita ligou pra Kai e Aoi, no entanto Aoi não atendia ao telefone nem mesmo o celular. Quando foi até o apartamento dele ninguém atendeu. Reita ignorou, ele podia muito bem estar em alguma situação impropria com seu novo namorado.
Kai, Reita e Ruki então saíram para ir a um bar próximo dali, no entanto enquanto saiam do prédio do outro lado da rua a mãe de Aoi os gritava.

(Cap. 6) Alucinação




Aoi se sentia estranho, sua visão estava turva e a cabeça doía, não sabia se estava dormindo ou acordado. Queria estar acordado, não queria ter o mesmo sonho, no entanto aquelas sombras que se moviam em sua direção pareciam tão assustadoras quanto seu sonho.
–Acorda. –Aoi disse baixinho cobrindo a cabeça, não queria ver o que era aquilo se movendo. Parecia um monstro de varias cabeças e as cabeças se moviam mudando de lugar.
–Yuu... Filho? Já acordou? –Não era um monstro, era sua mãe.
–Não, pode ser um monstro fingindo ser ela. –Aoi disse baixinho se encolhendo com a coberta.
–Aoi acorda! Você precisa comer e seus amigos estão aqui pra te ver. –Ela insistiu se sentando na beira da cama. Aoi descobriu um dos olhos e o abriu de vagar forçando seus olhos na sombra mais próxima em sua cama.
–Mãe? –Ele disse surpreso. –É você mesmo. Achei que fosse um monstro policéfalo comedor de gente. –Aoi disse fazendo sua mãe Ruki e Reita rirem.
–Ainda está com febre, vai ficar aqui até melhorar. –A mãe de Aoi disse colocando a mão em sua testa. –Pedi ao Yutaka pra buscar roupas limpas em seu apartamento, você dormiu a tarde toda e suou bastante.
–É verdade, tá parecendo um cão molhado. –Disse Ruki chegando mais perto.
–Verdade. Como você ficou doente cara? –Reita disse indo pra perto também.
–Vocês eram as cabeças. –Aoi riu e então continuou. –Não sei, acho que a doença que ficou eu. –Ele disse bocejando e se encolhendo enquanto tremia de frio.
–Não brinca Yuu, a tarde inteira sua febre só aumentou. Agora que você ficou um pouco melhor. –A mãe de Aoi se levantou. –Vou lhe fazer uma sopa, por favor, cuide dele enquanto isso meninos. –Ela disse si virando pra Reita e Ruki e então saiu do quarto.
–Será que sua mãe pensa em adotar mais um filho? –Ruki disse se sentando.
–Espero que não, eu não a divido com ninguém.
–Até doente você é malvado. –Ruki disse fazendo bico.
–Como souberam que eu estava doente?
–Agente passava pela rua e sua mãe nos chamou. –Ruki disse e Reita continuou.
–Ai ela disse que precisava que pegássemos roupas limpas pra você por que ela não queria sair e te deixar só.
–Ela disse que quando era mais novo tinha convulsões quanto ficava com febre, e por isso não podia deixar você sozinho. Disse também que ficou olhando a rua pela sua janela pra ver se via um de nós passar. –Ruki disse.

–Quando ela nos viu foi correndo nos chamar. Ai então nós viemos te ver enquanto Kai foi ao seu apartamento, espero que tenha escondido seus vibradores. –Reita disse rindo.
–Não tenho vibradores, e fala baixo que minha mãe pode ouvir.
–Aoi, sua mãe é mais esperta do que imagina. –Ruki disse.
–É verdade, pelo menos ela já sabe do Ruki e eu.
–Que se comem?-Aoi disse.
–Não, que somos namorados agora. –Ruki disse bravo.
–Sem querer comentamos que íamos comemorar nosso inicio de namoro. -Reita disse corado. – Comentei enquanto explicava que havia te ligado a tarde toda e você não atendia.
–O que ela disse?-Aoi disse preocupado.
–Parabéns, quando vão morar juntos? –Ruki disse mudando a voz como se imitasse a mãe de Aoi. Aoi riu de alivio e pela péssima imitação de Ruki.
–Desculpa por estragar a comemoração de vocês.
–Não tem que se desculpar. –Ruki disse e Reita continuou.
–Nosso amigo precisa da gente, isso é mais importante.
–Vocês tem que parar com isso.
–Com o que? –Ruki disse confuso.
–Vocês ficam falando ensaiado, sei lá. É como se um continuasse a falar o que o outro pretendia falar. –Aoi disse franzindo o cenho de dor na cabeça.
–Sério? –Ruki e Reita disseram juntos.
–S-sim . –Aoi disse segurando a testa.
–Onde tá o Kai com suas roupas? –Ruki disse e foi até a janela olhando por ela.
–Prometemos a sua mãe que déssemos banho em você. –Reita disse. –Ela disse que você ficaria constrangido se fosse ela te dando banho.
–Ele vem. –Disse Ruki correndo até a porta do quarto a abrindo e em seguida correndo até a sala abrindo a porta. –Demorou ein?
–Culpa do gato. –Kai disse entrando. – Senhora Shiroyama, já cheguei. –Kai disse enquanto era arrastado por Ruki para o quarto.
–Obrigada Yutaka-kun. –A mãe de Aoi disse da cozinha.
–Demorou ein? –Reita disse no mesmo tom em que Ruki disse anteriormente.
–A culpa é do gato. –Kai disse impaciente.
–Que gato?-Aoi perguntou baixinho.
–Quando eu estava indo tinha um gato atravessando a rua, ai ele me olhou e miou pra mim ai eu miei pra ele e levei-o pra casa. –Kai disse chegando mais perto de vagar como se tivesse medo que sua aproximação pudesse machucar Aoi. – Dei comida ele e peguei suas coisas.
–Você miou pro gato? –Ruki disse estranhando. –Bom, vamos levar o Aoi pro banheiro e deixar ele peladinho.
–Eu tomo banho sozinho. –Aoi disse se levantando cambaleante, Kai o segurou pra que não caísse.
–Pode tomar banho sozinho, mas vamos levar você e alguém vai ficar lá com você. –Reita disse indo ajudar Kai a segura-lo.
–É pra não se afogar Yuu. –A mãe de Aoi disse da porta. – Obrigado meninos, sinto muito por estragar a noite de vocês. Espero que fiquem para o jantar.
–Não estragou, é bom poder ajudar. Assim Aoi vai melhorar logo. –Ruki sorriu gentilmente.
–Eu fico grata pela ajuda de vocês. Muito obrigado!
–É o mínimo que podemos fazer por nosso amigo. –Kai disse enquanto passava pela porta junto a Reita e Aoi.
–Tenho certeza que ele faria o mesmo por qualquer um de nós. –Reita disse indo com Kai e Aoi para o banheiro.
–Ei, senhora Shiroyama. Onde fica as roupas de cama? Quero trocar pra quando Aoi voltar limpinho. –Ruki disse indo até ela.
–É verdade, ele encharcou os lençóis. –Ela disse e logo entrou no quarto abrindo uma gaveta. Ruki a olhou e então foi até a cama tirando as roupas de cama encharcada de suor. A Sr.ª Shiroyama pegou as roupas de cama limpas e as colocou na cama. –Muito obrigada!
–Por nada, o que mais posso fazer pra ajudar?
–Pode vir comigo e provar a sopa e me falar se ficou boa?
–Claro, não precisa pedir duas vezes. –Ruki disse indo com ela para a cozinha enquanto Kai e Reita vigiavam Aoi tomar banho. Embora estivesse um pouco zonzo Aoi não se sentia mal, só sentia um pouco de cansaço, mas devia ser a fome.
–Pelo jeito a coisa com o senhor coxas foi boa ein? –Reita disse analisando as marcas no corpo de Aoi enquanto tomava banho.
–Fala baixo! –Aoi disse bravo. –A casa é pequena minha mãe pode ouvir.
–Não sei por que o medo, sua mãe é legal e... Nossa! Isso foi um chupão ou uma mordida? –Reita aponta uma marca roxa próxima da barriga de Aoi.
–Acho que um...Para de ficar me olhando tomar banho! -Aoi disse e então jogou agua nele.
–Tenho que te vigiar, o Kai lesado esqueceu suas coisas no quarto.
–Vou contar pro Ruki se continuar me olhando.
–Ok! Não quero que ele fique bravo comigo de novo. Hoje mesmo ele achou ruim eu tentar sair sem acordar ele, acredita?
–Acredito, ele tem cara de ser possessivo e mandão.
–Cheguei! –Kai disse alegre abrindo a porta. Aoi desligou o chuveiro tremendo.
–Me dá a toalha. –Ele disse e Kai logo a entregou. –Podem ir, agora só vou me trocar.
–Qualquer coisa é só gritar como uma dama em perigo. –Reita disse saindo do banheiro junto a Kai. Ambos esperaram do lado de fora até que Aoi se trocasse. Aoi se sentia bem melhor apesar da dor no corpo e a dor de cabeça.
–Aoi seu desvairado, espera ai. –Reita disse indo até ele o segurando.
–Não precisa. Minha cabeça que dói e não minhas pernas. Posso andar normalmente. –Aoi disse andando indo para a cozinha deixando Reita e Kai pra trás.
–Yuu, o que tá fazendo aqui? – A mãe de Aoi disse indo até ele.
–Vim comer. –Ele disse e se sentou.
–Devia descansar.
–Descansar de que? De dormir mãe?
–Tá bom, mas depois não reclama. –Ela se virou e colocou a comida sobre a mesa. –Venham se sentar meninos.
–Tá com um cheiro ótimo mãe. – Aoi disse esperando que os outros se sentassem também.
–Takanori me ajudou a terminar. –Ela disse e todos olharam surpresos pra Ruki.
–O que foi? Não é só o Kai que pode ser útil na cozinha sabiam? –Ele disse emburrado.
–Foi muito útil Takanori, muito obrigado! Todos vocês me ajudaram muito hoje. –Ela disse e se sentou também. –Agora vamos comer. –Ela disse e todos se serviram, e agradeceram pela comida e começaram a comer.
–Depois disso o senhor faz o favor de voltar a descansar.
–Mãe, eu já estou bem.
–É verdade, pelo menos tá bem o suficiente pra ficar irritado. –Reita disse.
–O que fez pra irritar ele? –Ruki disse desconfiado.
–Eu falei que... que a bunda dele era bonita. –Ele disse depois de pensar um pouco e recebendo um pontapé de Ruki por baixo da mesa. Aoi ficou extremamente corado enquanto Kai e sua mãe riam da situação.
–Vocês podem se comportar? Minha mãe tá aqui. –Aoi disse emburrado.
–Sua mãe sabe lidar com casais em crise Aoi. –Ruki disse beliscando Reita.
–Agente não tá em crise, sabe que sua bunda é a única pra mim.
–Vão parando por ai. Que parte do “a minha mãe tá aqui” vocês não entendeu? Caramba! Cadê o respeito? – Aoi disse e olhou pra mãe que ria alegre como não fazia há muito tempo.
-Deixa de ser bobo Yuu, pensa que não reparei você com o Takashima? – Ela disse e Aoi a olhou assustado engolindo em seco. – As roupas dele estavam jogadas em seu quarto. Sem contar a forma que olhava pra ele. –Ela disse e embora Aoi não estivesse comendo ele se engasgou.
–Eu disse. Sua mãe não é boba Aoi. -Ruki disse apontando pra ele.
–Não sou mesmo. –Ela disse rindo. – Meu medo é que se machuque com ele Yuu, não sei o que aconteceu quando eram mais novos, mas toma cuidado com ele.
–É verdade, aquelas coxas podem ser perigosas. –Reita disse levando uma cotovelada nas costelas.
–Eu falo sério. Toma cuidado.
–Entre mortos e feridos todos foram salvos. –Kai disse interrompendo a conversa.
–Quê? –Aoi disse o olhando erguendo uma das sobrancelhas.
–É que fiquei muito tempo sem dizer nada.
–Você me salvou. –Aoi disse aliviado.
–Por quê? –Kai disse sem entender. Aoi abriu a boca e antes que pudesse responder a mãe dele continuou.
–Por que essa seria a hora que ele me falaria o porquê gosta de outro homem. Não me importo Yuu, só quero que tome cuidado pra não se machucar.
–Tá bom mãe. –Aoi disse envergonhado encarando a tigela de sopa. –Nem sei se ele me quer da mesma forma que eu quero ela. – Aoi disse baixo como se não quisesse que o ouvissem.
–Só se for um louco de não querer meu Yuu. –A mãe dele disse se levantando indo até ele e afagando seus cabelos. –Em falar nisso ele ligou umas 10 vezes pro seu celular, só atendi por que não parava de tocar.
–O que ele queria?
–Vai saber, disse que ia falar pra você ligar quando melhorasse.
-Vou ligar pra ele, onde tá meu celular?
-Vai terminar de comer primeiro, eu vou buscar seu celular. –Ela disse e então saiu da cozinha indo buscar o celular.
-Então me diga como se sente estando apaixonado pelo enigma de belas coxas? –Ruki disse o olhando.
–Por que não me diz você como é estar quase casado?- Aoi disse olhando pra ele e Reita.
–Eu não estou quase casado. Se bem que seria uma mão na roda, assim ele não perderia tempo tendo que ir ao apartamento dele. –Ruki disse ficando emburrado em seguida.
–Acho que isso foi um pedido de casamento Reita. –Aoi disse pretensiosamente fazendo Reita corar.
–Já me pedindo em casamento assim vou achar que tá gravido. –Reita disse e logo levou um tapa de Ruki.
–Voltei! Aqui o celular. –A mãe de Aoi disse colocando o celular sobre mesa. Aoi o pegou e logo se levantou. Kai, Reita e Ruki também se levantaram ajudando a mãe de Aoi tirar os pratos e lava-los.
Aoi discou o numero e chamou algumas vezes do outro lado da linha uma voz cansada atendeu ao telefone. Uruha havia acabado de chegar do trabalho, teve uma noite difícil e havia voltado pra casa mais cedo.
–Alo. –Uruha disse bufando após correr pra atender ao telefone.
–Oi Uruha.
–Aoi? Como você tá? E a febre?
–Melhorei, eu acho. Você me ligou?
–Liguei, queria saber como estava. Liguei um tanto de vezes ai quando sua mãe e disse que estava de cama fiquei muito preocupado.
–Me desculpa, nem sei como fiquei assim. Você queria me falar alguma coisa?
–Na verdade. –Uruha disse sem jeito. –Eu queria saber se eu podia te ver de novo?
–Claro que pode, agora somos membros de uma mesma banda.
–Nesse sentido eu sei que posso te ver, mas não foi nesse sentido que eu quis dizer. –Uruha fez uma pausa e se jogou no sofá empoeirado o que o fez dar alguns espirros antes de voltar a falar. –Mas se não quiser não tem problema.
–Eu quero, achei que tinha sido obvio com relação a isso.
–Como assim obvio?
–Obvio que eu gosto de você. –Aoi disse corado ouvindo um suspiro aliviado do outro lado do telefone.
–Ainda bem, achei que não ia me levar a sério.
–Por que eu não ia levar? Você foi a única coisa sem pensar que eu fiz que valeu a pena.
–Quando estiver bem melhor podemos sair.
–Claro, assim que eu estiver melhor eu te ligo.
–Tá bem, vai descansar. Boa noite.
–Boa noite. –Aoi disse desligando o telefone sendo surpreendido por Ruki.
–Então valeu a pena pegar o senhor coxas? –Ruki disse o analisando.
–Estava ai ouvindo pintor de rodapé? –Aoi disse bravo.
–Só o finalzinho, se quisesse privacidade teria ido pro quarto. Sabe, já é tarde e eu teria que passar por aqui pra ir embora.
– É verdade, foi inevitável ouvir o resto de sua conversa. –Reita disse.
–Sorte que sua mão não ouviu se não estaria planejando o casamento. –Kai disse rindo.
–Nós já vamos, já nos despedimos da sua mãe e só faltava você. Vê se melhora. –Reita disse e saiu.
–Isso ai, vê se melhora. –Kai disse indo com Reita.
–Se não melhorar agente volta e faz você melhorar a força. –Ruki disse e saiu por ultimo com expressão ameaçadora.
Já era tarde e Aoi estava cansado, a cabeça voltava a doer, o que por algum motivo o fazia lembrar-se de seu sonho e perder a vontade de ir dormir. Sem duvidas aquela seria uma longa noite sem sono, ou pelo menos seria uma noite passada em claro.
Embora não tivesse dormido durante a noite e tenha cochilado por algumas horas Aoi se sentia bem melhor. Quando se levantou sua mãe já estava acordada, havia feito o café e estava sentada na varanda pensativa. Aoi tomou o café e foi até ela.
–Mãe, já vou indo.
–Vai aonde?
–Trabalhar. Me sinto muito melhor. –Ele disse enquanto ela se levantava e segurava a testa dele.
–Tudo bem, mas ainda não acho que devia ir trabalhar. Até por que ninguém espera que vá trabalhar essa semana.
–Eu sei, por causa do casamento.
–Não, por que eu disse que estava muito doente e convenci seu chefe a manter sua folga. –Ela disse e sorriu convencida. –Posso ser muito persuasiva.
–Eu sei bem como é isso. –Ele disse e então fez uma pausa, se sentou no banco onde a mãe estava sentada. –Mãe, eu queria voltar lá.
–Lá onde? –Ela disse e se sentou ao lado dele.
–Onde morávamos antes, não lembro como era nem onde era. Queria lembrar de mais coisas.
–Não acho que deve lembrar, sei que tem curiosidade em saber o que aconteceu, mas se foi algo que preferiu esquecer acho melhor manter esquecido.
–Eu sei, mas isso tá me incomodando. –Aoi disse esfregando a testa. – Sinto que não vou parar de ter o mesmo pesadelo enquanto eu não lembrar.
–Tem tido pesadelos?
–Sim, desde que falou aquilo sobre eu conhecer o Uruha.
–Tenta tirar isso da cabeça, ele também esqueceu então é como se não tivesse acontecido. –Ela disse e afagou os cabelos de Aoi. –Mas se quer tanto lembrar depois não me diga que não avisei.
–Tá bem. –Ele disse recostando a cabeça no ombro da mãe. –Vou procurar ele, e ver se ele lembra-se de alguma coisa.
–Tudo bem, mas pensa bem. Se não for bom pra você lembrar pode não ser bom pra ele também.

(Cap. 7) Inicio


A parte da manhã passou voando, Aoi foi ao seu apartamento arrumou as coisas, ficou um tempo distraído com sua guitarra. No horário do almoço sua mãe lhe levou comida como se soubesse que se não levasse Aoi fosse comer qualquer coisa não saudável. Logo depois do almoço Aoi ficou por um tempo encarando o telefone na parede da cozinha, pensando se seria chato de mais se ligasse pra Uruha. Havia ligado no dia anterior e fazia apenas dois dias que haviam se visto, mas Aoi estava inquieto e ansioso, tinha que vê-lo e lhe perguntar se ele se lembrava de alguma, qualquer coisa que ajudasse a ele próprio a se lembrar.
–Não custa nada arriscar. –Aoi se levantou e caminhou até o telefone, discando o numero de Uruha, o telefone chamou duas ou três vezes e então a voz sonolenta de Uruha em meio a um bocejo soou do outro lado da linha.
–Alo? –Uruha disse sem controlar o bocejo já que havia acordado a pouco tempo.
–Oi Uruha, é o Aoi.
–Oi Aoi, como se sente?
–Bem, te acordei? –Aoi disse sem jeito mordendo os lábios. Uruha deu uma risada do outro lado e então falou.
–Não, já tinha acordado, mas eu estava com preguiça de levantar. –Uruha fez uma pausa e então espreguiçou. –E você, não devia estar descansando?
–Eu já estou bem. Que horas você trabalha?
-Agora eu começo a trabalhar na casa de shows então vou para o trabalho depois das 21hrs, por quê?
–É que... –Aoi corou mesmo sabendo que Uruha não podia vê-lo. –Eu queria saber se eu poderia ir ai te ver. Eu queria conversar um pouco.
–Pode sim, que horas vem?
–Em uma hora devo estar ai.
–Lembra o caminho?
–Lembro sim. Tchau?
–Tchau, até daqui a uma hora.
–Até. – Aoi disse e então desligou o telefone, tomou banho, se trocou e então saiu de seu apartamento, no corredor pode ver Ruki entrar no apartamento de Reita de forma suspeita, Ruki o olhou e acenou discretamente pra que Aoi se aproximasse.
–E ai? Você melhorou? –Ruki sussurrava.
–Melhorei sim, mas por que tá sussurrando?- Aoi disse também sussurrando sem nem mesmo saber os motivos, mas pensou que era o certo a se fazer.
–Sai escondido e fui buscar uma coisa no meu apartamento. E como Reita ainda deve estar dormindo prefiro que ele não acorde se não vai ficar bravo comigo. Ontem eu briguei com ele por algo como isso e mesmo sem motivo algum ele poderia achar conveniente ficar bravo com isso. –Ruki argumentou e então foi surpreendido por um par de mãos em sua cintura.
–O que faz na porta? –Reita disse bocejando enquanto o puxava pra perto.
–Falando com Aoi. –Ruki apontou Aoi e ele acenou.
–Oi Aoi, não tinha lhe visto ai. –Reita bocejou mais uma vez e prosseguiu. –O que veio fazer aqui?
–Er... Minha mãe me pressionou a avisar todo mundo que eu estou bem, só que tenho que sair agora então se verem o Kai pode avisar ele por mim? – Aoi se justificou, vendo o alivio de Ruki.
–Agente avisa sim. –Reita disse arrastando Ruki pra dentro.
–Vou indo, até. –Aoi se despediu seguindo novamente seu caminho. Sozinho o caminho para a casa de Uruha parecia mais longo, no entanto achou que isso seria conveniente pra que pudesse pensar em como tocaria no assunto, sobre o que falaria com ele e coisas do gênero.
Ao sair do carro deu uma ultima olhada na própria roupa, ajeitou o cabelo e seguiu até o portão. Não conseguia encontrar a campainha ou interfone e não sabia ao certo se seria indiscreto grita-lo, então pegou o celular e ligou para Uruha.
–Estou aqui na porta. –Ele disse e resfolegou se sentindo como se fosse um primeiro encontro.
–Pode entrar tá aberto. –Uruha disse e então a porta se abriu. Aoi abriu o portão e entrou indo até porta onde Uruha estava o esperando.
–Oi. –Aoi disse sem jeito.
–Oi, entra. –Uruha disse o puxando pra dentro, embora estivesse só de cueca e com uma blusa que praticamente cobria a cueca que vestia dando impressão que fosse a única peça de roupa, Uruha tinha arrumado o cabelo e se maquiado assim que soube que Aoi ia visita-lo.
–Minha mãe hoje de manhã me fez fazer uma vasilha de bolo pra trazer pra você. –Aoi disse corado ao chegar na sala com Uruha, o entregando uma sacola.
–Sua mãe? –Uruha disse pegando a sacola olhando a vasilha dentro dela.
–É que comentei com ela antes de passar mal que você tinha gostado do bolo dela. – Aoi ficou ainda mais corado e coçou a cabeça. –Ela sabe da gente. – Aoi desviou o olhar e Uruha deu uma risada.
–Se sua mãe te fez trazer bolo pra mim então acho que ela não liga, né? – Uruha disse contendo os risos.
–Ela não liga.
–Ela é legal. Esse vai ser meu café da manhã. Come comigo? –Uruha sorriu e apontou a vasilha.
–Café da manhã? Agora que vai comer?
–É que acordei a pouco tempo. –Uruha disse envergonhado. – Você vem ou não comigo comer?
–Eu já comi. –Aoi disse e o acompanhou até a cozinha, Uruha colocou a vasilha sobre a mesa e pegou duas xicaras de café.
–Pelo menos o café vai tomar né? – Uruha disse o entregando a xicara e se sentando e começando a devorar o bolo. Aoi pegou a xicara e se sentou também. –Aconteceu alguma coisa? É que disse que queria conversar. –Uruha dizia um pouco embolado devido a boca cheia, e parecia também bastante distraído com o bolo.
–É eu queria conversar sobre umas coisas.
–Sobre quais coisas?
–Três coisas, uma delas é o passado. Não consegue mesmo se lembrar de mim? Esses dias isso me incomodou mais do que alguns problemas que tive.
–Desculpa Aoi, mas não lembro. Agente devia ser muito novo. – Uruha argumentou e tomou o café.
–Esse é o problema, não éramos tão novos a ponto de esquecer com essa facilidade. Minha mãe deve ter razão, o que aconteceu deve ter afetado você também.
–Tá me chamando de afetado? –Uruha ergueu uma das sobrancelhas e colocou uma das mãos na cintura fazendo Aoi dar uma risada alta.
–Não, imagina. Mas eu queria saber o que aconteceu. –Aoi ficou sério e Uruha também enquanto encarava a xicara de café.
–Sabe Aoi, tem muita coisa que eu prefiro não lembrar, coisas que aconteceram e que deviam ser esquecidas. Mas essas coisas sempre voltam. Se você esqueceu e eu também é por que não eram coisas que deviam ser lembradas.
–Foi o que minha mãe disse.
–Eu queria poder esquecer mais um bando de coisa. –Uruha suspirou e tomou o resto do café. – E tem uma coisa! Eu não me esqueci de você completamente, querendo ou não quando te olhei bem nos olhos tive a sensação de já te conhecer. E agora é isso que importa, nós nos encontramos de novo. – Uruha e Aoi então ficaram pensativos. –Quais as outras coisas sobre o que quer conversar. –Uruha se levantou rompendo o silencio que havia ficado, foi até a pia e então começou a lavar a xicara que havia tomado café e a vasilha onde estava o bolo.
–Sobre nós. –Aoi disse em um impulso sem pensar e nem mesmo ter tempo pra ter medo. – Eu nunca tive um relacionamento longo, as vezes eu não me dava bem com a garota ou ela morava longe e eu não me dispunha de vê-la com frequência, as coisas sempre esfriavam por que eu deixava isso acontecer. E como já sabe eu ia me casar, era um casamento forçado e por isso foi algo complicado.
–Você estava quase chorando no dia que te conheci, deve ser por que tinha bebido, mas era visível que a vontade de não ter que se casar.
–Acho que se aquele papel não tivesse agarrado em mim e o Ruki não tivesse visto ele e cismado em contratar uma streeper eu teria seguido em frente com o casamento.
–Mas sua noiva não foi se casar com outro?
–É mesmo. Mas mesmo assim, os outros me falaram que eu não devia casar assim com alguém estranho, mas eu fiquei em duvida. Depois que me disse o que fazer que eu tomei coragem.
–E o que isso tem a ver com nós dois? –Uruha disse se virando e oferecendo a ele mais café.
–Bom... –Aoi recusou o café e se levantou indo até a pia e levando a própria xicara. –Eu ia me casar por causa da minha mãe, mas no fundo o que eu queria era algo constante, algo durador. –Aoi se virou olhando Uruha a que estava em seu lado. –O que eu quero mesmo saber é se você também quer algo assim.
–Geralmente meus namorados fogem quando descobrem que tenho que cuidar da minha mãe. –Uruha disse um pouco surpreso, quando Aoi começou a falar sobre seus relacionamentos acreditava que ele fosse dispensa-lo.
–Eu não vou fugir por que tem que cuidar da sua mãe. –Aoi disse franzindo o cenho. – Acho que é mais um motivo pra eu não fugir. Afinal você pode precisar de mim.
–E eu não quero que fuja, também quero algo constante. Faz eu me sentir mais normal. –Aoi o envolveu pela cintura e o puxou pra junto de si deixando seus corpos se encostarem.
–Você é normal. –Aoi disse e então o beijou com calma sentindo os dedos compridos de Uruha entrelaçar seus cabelos e o acariciar antes de afasta-lo de si.
–Qual era a ultima coisa que ia dizer? Disse que eram 3 coisas. –Uruha o olhava ainda o abraçando.
–É sobre a banda, não quero estragar as coisas com os outros então nosso relacionamento não pode interferir nas coisas com a banda. –Aoi disse o abraçando mais forte, sentir o corpo de Uruha contra o seu era algo viciante, queria senti-lo por inteiro.
–Não vai, eu prometo!
–Então tudo resolvido? E eu achando que a parte difícil seria contar pra minha mãe. Quase vomitei meu coração na hora que eu estava falando.
–Ainda bem que não vomitou. –Uruha riu e voltou a beija-lo, Aoi deslizou as mãos pelas costas de Uruha apertando seu bumbum e segurando seus corpo junto ao dele. –Aoi, espera. Hoje não dá, tenho que trabalhar.
–Mas não vai só de noite?
–Mas não quero ficar vermelho. –Uruha fez uma pausa e então sorriu com malicia levando a mão no volume entre as pernas de Aoi, o apertando de leve. –Mas posso dar um jeito nisso. –Uruha se abaixou o olhando enquanto abria de vagar o zíper da calça de Aoi e colocava seu membro pra fora. –Sabia que esses dias tenho me masturbado pensando em você? – Uruha disse e então lambeu o membro de Aoi passando a língua pelos testículos até a glande. Aoi o acariciou o rosto sentindo a língua quente e molhada de Uruha em seu membro, deixando um gemido baixinho escapar.
–Eu diria o mesmo se não tivesse passado mal. Mas senti falta de você. –Aoi disse fazendo Uruha sorrir antes de lhe abocanhar o membro e lhe fazer dar um alto gemido. Uruha envolveu o membro dele com a língua sugando com força, fazendo um alto barulho enquanto movia a cabeça em vai e vem, fazendo o membro de Aoi deslizar por sua língua até sua garganta.


(Cap. 8) Capítulo 8

Uruha e Aoi passaram a tarde tentando manter o contato físico apenas em masturbação, o que Aoi achou muito complicado com Uruha já sem as roupas encima de seu corpo, roçando o membro molhado sobre o seu.
–Uruha, não é melhor agente parar enquanto dá? – Aoi disse o olhando.
–Não, só mais um pouco. Eu estou quase. –Uruha disse fechando os olhos movendo o corpo sobre o de Aoi. De fato já havia um tempo que estavam assim e Aoi também que não demoraria muito até chegar a seu ápice.
–hum... –Aoi resmungou e puxou Uruha pra junto de seus lábios o beijando de forma lenta e carinhosa, sentindo o gozo de Uruha lhe melar o membro fazendo ele mesmo chegar a seu limite também gozando. Uruha larga o corpo sobre o dele já bem cansado, se aconchegando sobre seu peito.
–Viu? Não doeu. –Uruha disse o olhando, mantinha os lábios entre abertos ainda ofegando, seu corpo suado estava quente e o suor fazia seu corpo se grudar ao dele de uma forma que poderia ser desconfortável se não apreciasse tanto a sensação de ter seu corpo grudado ao dele.
–Não doeu, mas a vontade de te ter doeu sim, e ainda não passou.
–Se ficar aqui hoje eu sacio sua vontade quando eu voltar do trabalho. –Uruha disse deixando suas mãos envolverem o rosto de Aoi.
–Aqui? Seria meio estranho ficar aqui enquanto trabalha. – Aoi disse e Uruha fez bico desviando o olhar de forma pensativa.
–Então vem comigo? Não vai demorar, vou só me apresentar e voltar pra casa. Eu não preciso ficar lá, meu trabalho é tirar a roupa só uma vez por noite.
–Eu não sei, fico sem jeito. –Aoi disse corado e então Uruha se levantou de seu corpo.
–Vai ser divertido, vamos? Assim pode me ver tirar a roupa. –Uruha estava a sua frente o olhando e sem roupa alguma.
–Isso eu já vi, e não sei se percebeu, mas tá sem roupa agora mesmo.
–Mas é diferente. Mas se não quer dormir comigo hoje tudo bem, fica pra próxima. – Uruha deu um suspiro fingindo estar magoado.
–Tá bom, eu vou. –Aoi disse se sentando, mas logo Uruha o puxou com força o fazendo se levantar e chocar seu corpo contra o dele.
–Eba! Não vou ter que dormir sozinho hoje. –Uruha disse feliz o abraçando. –Mas nada de olhar pros outros caras.
–Eca, eu não vou olhar. Não gosto de caras. – Aoi disse franzindo o cenho.
–E o que eu sou?- Uruha disse o soltando e cruzando os braços.
–Você é diferente, só correria o risco de eu olhar pra outro homem que não fosse você se por acaso você tivesse um clone.
– Então quer dizer que você me trairia com meu clone?-Uruha erguia uma das sobrancelhas o olhando de forma analítica.
–Não é isso, eu olharia pra ele. E não por que eu ia querer ele, mas curioso por ser seu clone. –Aoi disse nervoso fazendo Uruha dar uma rizada.
–Seu bobo, eu estava brincando. –Uruha voltou a juntar seu corpo ao dele passando seus braços envolta de seu pescoço. Aoi o abraçou pela cintura o olhando. –Vamos tomar banho?
–Claro agente precisa mesmo de um banho.
–Espera ai. –Uruha disse correndo e logo voltando com uma vassoura. –Vamos?
–Vai levar uma vassoura para o banho? É um fetiche ou coisa assim? –Aoi olhava da vassoura pra Uruha.
–Não. –Uruha disse e então deu uma gargalhada. –É que tem que bater no chuveiro pra agua ficar quente, e não posso bater com a mão se não dá choque. Vamos?
–Claro! Não estou com nenhum medo do seu chuveiro ou de você com a vassoura. –Aoi disse em tom irônico, indo pra perto de Uruha como se tivesse medo da vassoura. Uruha o conduziu até o banheiro, como ambos já estavam sem roupas Uruha ligou o chuveiro e lhe bateu a vassoura fazendo a agua que no inicio saia fria passar a sair quente.
Logo a noite chegou, eles tomaram banho e conversaram sobre coisas aleatórias, como a forma como Uruha lidava com o trabalho, o que fariam na banda e o que comeriam antes de Aoi o levar ao trabalho.
–Agente come e então te levo lá. É só mostrar o caminho. –Aoi disse pegando as chaves do carro que havia deixado sobre um dos moveis da sala.
–Que emocionante, hoje tenho motorista. – Uruha disse pegando o sobretudo e o colocando e como sempre estava de short. Aoi sorriu com o comentário e o acompanhou até a porta. Antes de levar Uruha ao trabalho eles passaram em uma lanchonete comeram e seguiram direto para o trabalho de Uruha.
–Isso é estranho. –Aoi disse ao parar o carro em frente ao bar de streeper, olhando Uruha se ajeitar pra sair do carro.
–O que é estranho? –Uruha disse parecendo bastante distraído com o laço de seu sobretudo.
–Eu entrar em um lugar desses. –Aoi disse corado observando algumas pessoas que agiam de forma suspeita entrar no local. Havia alguns carros parados ali, e o lugar parecia bastante movimentado apesar de ser um bar de streeper.
–Eu entro aqui todo dia. –Uruha disse e então fez uma pausa. –Quer dizer, um dia sim um dia não. É um bar misto, uma noite homens e na outra, mulheres. –Uruha disse e Aoi ficou ainda mais vermelho. Uruha achava natural, via as pessoas entrarem normalmente no local e ele mesmo nunca se incomodou com o fato de ter que trabalhar ali, mas Aoi sentia bastante vergonha, não podia negar que gostou quando Uruha tirou as roupas pra ele quando se conheceram, mas era diferente, teria mais pessoas, mais pessoas o vendo ali e mais pessoas olhando seu namorado tirar as roupas.
–É que nunca fui a um lugar assim, nem como hétero. – Aoi disse baixinho por acreditar que dizer aqui seria como assumir que agora fosse gay.
–É só fingir que é um bar normal, e quando eu estiver sem roupa é só esquecer que tem outras pessoas. –Uruha disse em tom compreensivo.
–Tá bem, vamos nessa.
–Vamos, você pela frente e eu por traz. –Uruha sorriu e deu uma piscada para Aoi antes de sair do carro. Aoi saiu logo em seguida se despediu de Uruha e então respirou fundo antes de caminhar até a porta do bar. Na porta havia um segurança alto com expressão ameaçadora o que fez Aoi logo querer fugir. Percebendo seu nervosismo o segurança o olhou por sobre os óculos escuros que usava mesmo sendo noite.
–É a primeira vez?- O homem disse fazendo Aoi criar coragem pra chegar mais perto.
–É sim... Em toda minha vida. –Aoi disse tirando a identidade do bolço e a entregando ao segurança enquanto olhava em volta como se estivesse fazendo algo extremamente errado.
–É normal ficar assim, mas depois que entrar vai passar. – O segurança olhou da identidade para ele e então o devolveu o documento. –Lá a luz é baixa, ninguém vai te ver direito, além disso vão estar bem distraídos com nossos funcionários.
–Obrigado.
–Divirta-se. – O segurança disse o abrindo espaço pra que entre.
–O-obrigado. –Aoi disse corado e então entrou, o lugar era mesmo com pouca iluminação exceto pelo palco, e algumas pilastras onde alguns caras estavam dançando usando apenas cueca. Aoi tentou não olhar muito envolta e então caminhou em direção ao bar e se sentou em um dos bancos apoiando a testa na bancada.
–Onde o Uruha me fez amarrar meu burrinho. –Aoi resmungou com desanimo e então foi cutucado pelo barman.
–Vai beber alguma coisa senhor. – O sujeito o perguntou.
–vodca pura e sem gelo. – Aoi pediu e logo foi servido.
–É a primeira vez? – O barman disse pegando o dinheiro deixado por Aoi sobre a bancada.
–É sim, e pelo visto tá estampado na minha cara.
–É que parece constrangido. – O barman disse servindo o sujeito ao lado. – É estranho que tenha vindo sozinho sendo a primeira vez. Seus amigos não sabem?
–Eles sab... O que?
–Eles sabem que é? –O barman simplificou a pergunta pra que Aoi pudesse entender.
–Eu não sou, eu vim aqui por quê... por quê... –Aoi disse tentando encontrar uma forma de explicar. –Meu namorado trabalha aqui. –Ele disse rápido com esperança de que o outro não ouvisse. O segurança o olhou parecendo confuso, mas então sorriu como se de repente tivesse entendido o que ele quis dizer.
–Ainda não acostumou. –O barman disse baixinho rindo e então o olhou espantado. –Oh não! Não veio cassar confusão né?
–Não, sem chance. É mais fácil eu afundar a cabeça no chão que fazer algo assim. Eu vim ver ele... Tirar a roupa e depois levar ele pra casa.
–Se é assim devia ir para o palco, logo vão começar lá. –O barman disse apontando o palco onde uma drag queen chamava o nome do streeper que ia apresentar.
–Poison? –Aoi disse pensativo. –Já ouvi esse nome... Ah! É ele! – Ele disse fazendo o barman e os outros o olhar de forma estranha e então correu.
Com certa dificuldade alcançou a frente e se sentou, não havia nenhuma mulher no local, apenas homens, e alguns pareciam bastante empolgados enquanto ouviam as características de Uruha como, sua altura, peso e espessura de suas coxas. Logo as luzes do palco se apagaram e uma luz iluminou uma parte ao fundo do mesmo de onde Uruha saiu, a musica que começou era a mesma da qual ele havia dançado pra ele na noite que se conheceram, Uruha estava sério e usava outra roupa, mas ainda o mesmo esquema de short e sobretudo. Aoi o olhava com atenção e então Uruha se virou de costas deixando o sobretudo deslizar por seu corpo e cair ao chão, em seguida acompanhou o ritmo da musica e caminhou mais pra frente do palco avistando Aoi dando um sorriso discreto, Aoi retribuiu ao sorriso e o acompanhou com os olhos enquanto ele caminhava pelo palco e desabotoava sua camisa passando a mão sobre seu peito e deslizando pela barriga parando a mão no meio das pernas quando fez expressão de “menino levado” e acariciou discretamente o volume que tinha ali. Aoi engoliu em seco e então observou os outros que assistiam como estivessem sendo hipnotizados pelos movimentos de Uruha.
Uruha então voltou pra perto de onde Aoi estava e se ajoelhou ali em frente abrindo devagar o zíper de seu short olhando fixamente pra Aoi enquanto deixava a mostra suas roupas íntimas. Sem tirar o short voltou a se levantar e então puxou a liga que prendia suas meias a seu short a fazendo voltar contra sua coxa a deixando vermelhinha, em seguida Uruha as tirou e então se abaixou de costas enquanto tirava o short empinando o bumbum para todos que assistiam.
–Ele costuma tirar tudo? –Um dos caras sussurrou ao lado de Aoi pra outro sujeito que logo respondeu.
–Costuma sim, esse ai tira tudo mesmo. – O outro sujeito disse chamando a atenção de Aoi para a conversa deles por um tempo e então quando voltou os olhos para o palco Uruha já estava completamente nu apenas com as meias sete oitavos andando de quatro no palco enquanto os outros caras o jogava dinheiro ou colocava em sua meia. Eles só o tocava ali e quando tentavam toca-lo em outra parte Uruha dava lhe um tapa na mão e sorria. Uruha voltou a ir até Aoi, se virou de costas, se abaixou empinando o bumbum despido quase o encostando junto ao rosto de Aoi que sentiu uma vontade imensa de toca-lo, a vontade o fazia levantar a mão ameaçando a tocar o bumbum de Uruha, no entanto foi o cara a seu lado que o desferiu um forte tapa no bumbum. Antes que pudesse ficar bravo um dos seguranças que vigiava as extremidades do palco foi até o sujeito o levando embora dali, Uruha saia do palco esfregando o bumbum emburrado.
Logo Uruha e Aoi se encontraram no carro, Uruha ainda parecia bastante incomodado com o tapa que havia levado.
–Eu odeio isso. –Uruha disse com raiva.
–Por que não sai do emprego, você pode arrumar outro.
–Não dá, não posso ganhar menos do que ganho, lá eles pagam bem. E mesmo assim as vezes fico sem pagar a conta de telefone.
– Por que não vem morar comigo? Você vai poder mudar o emprego, agente pode dividir a despesa e vai sobrar dinheiro pra cuidar da sua mãe. –Aoi disse enquanto dirigia de volta para a casa de Uruha.
–Eu não sei, é muito cedo não acha? –Uruha disse o olhando com duvida.
–Não acho, tem gente que divide quarto com pessoas que nem conhece só pra dividir aluguel. –Aoi argumentou, queria mesmo que Uruha deixasse o emprego, queria que ele tivesse uma vida melhor e queria ajuda-lo a conseguir isso. –Além disso, assim vai ficar mais fácil fazer as reuniões da banda.
–Acho melhor eu achar outro emprego primeiro, ai eu vou morar com você. –Uruha sorriu fazendo Aoi sorrir também, durante o resto do caminho permaneceram calados, Aoi não sabia se os planos continuavam os mesmos ou se Uruha tinha perdido a vontade.
–Vem? –Uruha disse saindo do carro assim que chegaram e então correu pra dentro. Aoi o olhou e então teve que fazer o mesmo, saiu do carro e correu pra dentro. Ao chegar lá encontrou as roupas de Uruha pelo caminho fazendo uma trilha até seu quarto onde Uruha estava deitado a cama completamente sem roupa. –Não me queria? Vem me ter amor. –Uruha dizia enquanto abria as pernas devagar, Aoi o olhou e então começou a tirar as roupas, ficando também completamente nu, queria poder sentir o corpo de Uruha ao seu, queria senti-lo por dentro, ouvi-lo gemer novamente, queria sentir seu gozo preencher o interior dele e em seguida dormir com ele em seus braços.
Uruha abriu mais as pernas o chamando com a mão, Aoi logo se juntou a ele e se encaixou entre suas coxas fartas as apertando com vontade deixando que seu membro entrasse em contato com o dele. Uruha deixou um gemido manhoso lhe escapar os lábios de proposito e moveu seu corpo contra o de Aoi, roçando devagar seu membro ao dele.
–Me come Yuu, entra em mim de uma vez e me come. –Uruha disse se inclinando mordendo de leve os lábios de Aoi. Aoi sorriu ao ter os lábios mordidos e então passou a roçar a glande entre as bandas do bumbum de Uruha, o fazendo gemer de forma manhosa novamente. –Não espera, entra, enfia tudo de uma só vez.
–Não vai doer? –Aoi disse parando de roçar a glande nele, o olhando.
–Eu quero que doa. Faz com força. –Uruha o olhou fixamente nos olhos enquanto mordia os próprios lábios e então afastou Aoi de seu corpo e se virou encostando o peito contra a cama inclinando o bumbum para Aoi enquanto rebolava.
–Tem certeza? –Aoi disse com certo medo, não queria machuca-lo.
–Anda! Me come. –Uruha disse impaciente entre os dentes. Alguma coisa em Aoi o fazia deseja-lo mais do que qualquer coisa, desde quando o conheceu sempre que estava junto a ele sentia algo estranho, o coração batia mais rápido, sentia um frio na barriga e além disso, desde que teve o primeiro contato físico com Aoi tudo o que queria era poder sentir aquelas mãos quentes lhe tocar cada parte de seu corpo.
–Já vou. –Aoi segurou seu membro contra a entradinha dele enquanto se masturbava fazendo o membro ficar mais rígido para então o penetra-lo de uma só vez, colocando o membro mais fundo possível no interior do loiro que gemeu alto empinando ainda mais o bumbum. Aoi pode sentir o interior quente e apertado de Uruha se contrair contra seu membro.
–Isso, me fode Yuu. –Uruha gemeu e então moveu seu corpo pra frente e em seguida pra traz, batendo seu bumbum contra o quadril de Aoi, fazendo o membro do mesmo entrar mais fundo, o fazendo dar um gemido junto a ele. – Me deixa ardido Yuu. –Uruha disse gemendo manhoso e então Aoi o segurou pelo quadril com força, deixando as marcas de seus dedos sobre a pele clara e macia de Uruha e começou a mover seu quadril em um vai e vem rápido e com força, deixando o quadril se chocar fortemente contra o bumbum de Uruha o deixando vermelhinho. Uruha gemia mais alto ainda de forma manhosa, seus gemidos ecoavam pela casa que quase não possuía mobília abafando os barulhos do ranger da cama e do quadril de Aoi se chocando contra seu bumbum.
–Yuu, bate na minha bunda, Me bate. –Uruha pedia entre os gemidos sentindo as estocadas fortes de Aoi o alargando aos poucos, deixando sua entradinha ardida pegar fogo. Aoi logo o obedeceu, ele parecia diferente e de uma hora pra outra passou a chama-lo de Yuu, no entanto estava ainda mais gostoso do que nunca, seus gemidos, a contração em seu interior quente, a forma como movia seu corpo contra o dele a cada estocada intensificando ainda mais a força imposta por ele, tudo nele parecia mais intenso.
–Gostoso. – Aoi disse segurando o bumbum de Uruha afastando suas nádegas podendo assim observar com mais nitidez a entradinha de Uruha lhe devorar o membro.
–Isso... me come com força com essa pica grossa. –Uruha falava entre gemidos sentindo o membro de Aoi o penetrar com mais força a cada estocada, indo cada vez mais fundo.
Não demorou muito até que Aoi o preenchesse com seu gozo o fazendo gemer longamente e gozar também. Exausto Uruha deixou seu corpo desmoronar na cama de bruços, Aoi deitou sobre ele o abraçando, dando leves beijos em seu pescoço. Logo ambos caíram no sono, ainda despidos e Aoi ainda no interior de Uruha.

(Cap. 9) Insanidade

Alguns dias se passaram, Aoi tinha finalmente conseguido convencer Uruha a se mudar e viver no apartamento dele, além disso, Kai havia conseguido um contrato com uma gravadora de pequeno porte e eles passariam a ensaiar com mais frequência e também teriam que preparar o material para o single de lançamento da banda.
-Foi só isso amor?-Aoi disse entrando no apartamento com uma das caixas com as coisas de Uruha dentro. Naquela tarde Uruha estava se mudando para o apartamento de Aoi. Kai, Rei e Ruki estavam o ajudando a carregar as coisas pra dentro do apartamento.
–Olha só, como o casalzinho já tá? –Ruki entrava no apartamento logo em seguida vindo atrás dele Kai e Reita.
–Como se nunca tivesse chamado o Akira de coisas assim. –Uruha o olhou de forma ameaçadora.
–Bom isso é verdade. Mas prefiro que não me vejam chamando o Reita assim. É meigo de mais pro meu gosto. –Ruki disse e franziu o cenho colocando a caixa no chão.
–Te acho bem meigo entre quatro paredes. –Reita se aproximou colocando a caixa também no chão. Ruki se virou o olhando furioso, mas preferiu não dizer nada pra não alongar o assunto.
–Então senhor ex-streeper, isso é tudo? –Ruki disse e foi até Kai o ajudando já que o mesmo trazia com ele duas caixas.
–É sim, o resto que tinha lá eram coisas que já estavam na casa quando fui pra lá. –Uruha ignorou o apelido e olhou as caixas no chão, não eram muitas, mas eram todos os pertences de Uruha. –Olha só a bagunça que fiz em sua casa Aoi.
–Minha casa? Vai morar aqui então é só casa Uruha.
–Vou demorar a acostumar com isso, é tão diferente, limpo e claro. E a agua do banho é tão confortavelmente quente.
–Agora só falta ele falar de como é a cama e o dono dela. –Ruki disse.
–Isso ai prefiro que ninguém saiba, se não vão querer roubar ele de mim.
–Ai, credo! Que nada, eu já tenho um. –Ruki apontou Reita que estava ao seu lado observando toda a conversa.
–Oh não! Ela não atende ao telefone! –Kai disse interrompendo a conversa.
–Quem Kai? –Reita perguntou.
–A minha gata.
–Sua namorada? –Uruha perguntou.
–Não, minha gatinha. –Kai disse e todos o olharam com impaciência.
–Sério que você esperava que o gato atendesse ao telefone?-Ruki disse incrédulo.
–Claro! Como vou saber se ela está bem?
–Se você deixou comida e agua pra ela não vai ter com o que se preocupar. Gatos dormem bastante. –Uruha disse compreensivo.
–Isso eu deixei, sempre deixo.
–O Kai ficou traumatizado depois que o outro gato dele pulou da janela e morreu. –Ruki disse de forma natural fazendo Kai ficar com expressão triste.
–Ele tinha outro gato?-Reita disse espantado coçando a cabeça.
–Tinha sim. Aquele que ele achou na rua daquela vez. –Ruki disse.
–Ah é mesmo! –Reita disse se lembrando.
–Não sei se repararam, mas estão deprimindo o Kai. –Uruha disse.
–Que nada, ele supera isso. –Reita riu dando uns tapinhas nas costas do Kai. –Agora vamos ao que interessa e vamos arrumar isso logo.
–Vocês vão ajudar? –Uruha disse surpreso.
–Dissemos que íamos ajudar com a mudança, e isso quer dizer que vamos ajudar com ela toda. –Ruki cruzou os braços como se estivesse ofendido.
–É só dizer o que é e onde colocar. –Reita disse.
–Bom, isso é com o Aoi, as coisas importantes eu coloquei todas no lugar, outras coisa como utensilio domestico não precisa por que o Aoi tem, então pode deixar nas caixas mesmo. Minhas roupas eu também já guardei, então falta pouco. Tem uma dessas caixas que eu mesmo quero guardar.
–Qual? –Aoi disse e todos olharam para as caixas.
–Tá escrito livros e fotos. –Uruha disse também olhando as caixas.
–Tá aqui. –Kai disse finalmente guardando o celular e apontando uma das caixa, era uma das que ele havia carregado. Uruha foi imediatamente até a caixa a pegando.
–Onde posso colocar Aoi? Quero que isso fique bem escondido. –Uruha disse em tom baixo e triste, o que deixou todos bem curiosos, no entanto nenhum deles teve coragem de perguntar sobre o assunto. Aoi o indicou um lugar onde Uruha poderia guardar seu “segredo” e então ele e os outros guardaram o restante das coisas, colocando cada uma em seu devido lugar como se essas coisas já fizessem parte do apartamento de Aoi.
A noite logo chegou e todos estavam exaustos. Kai estava na cozinha de Aoi, havia dito que faria o jantar e que não queria ninguém na cozinha, Aoi e os outros estavam na sala conversando sobre as coisas que haviam acontecido no decorrer do dia, e sobre a gata de Kai que ele havia buscado e agora estava dormindo tranquilamente no colo de Uruha.
–Nunca tive um gato. –Uruha disse pensativo passando os dedos nos pelos da gata. –Tive um cão eu acho, não me lembro dele, mas lembro de ter tido um cão.
–Acho que vou adotar um cão, um que dê pra criar em apartamento. –Ruki disse de forma espontânea e também pensativa, não por que estava realmente pensando, mas por estar bem cansado.
–Cães são difíceis de cuidar. –Reita disse deitado no colo de Ruki.
–Fala isso por que vai sentir ciúmes do cão. –Ruki disse passando as mãos pelos cabelos de Reita.
–Não vou, cão algum pode competir comigo. E eu posso muito bem deitar, rolar, dar a pata e lamber seu rosto. –Reita disse fazendo os demais darem rizadas, Aoi estava em silencio, mas prestava bastante atenção, olhando Uruha acariciar o gato, analisando a forma como seus dedos roçavam nos pelos do felino, prestando atenção no som de sua rizada e até mesmo em seu suspiro cansado.
–O que foi Aoi? – Uruha disse percebendo que o outro o encarava.
–Nada, estou cansado só isso. O que será que o Kai tá fazendo? O Apocalipse? Está demorando muito e eu estou com fome.
-Eu também. –Uruha disse e então os demais repetiram, logo Kai os chamou. Eles jantaram passaram mais um curto tempo ali e foram embora, inclusive Kai e sua gata.
Aoi e Uruha já estavam sozinhos, Aoi deitou exausto sobre o colo de Uruha o olhando. Por um tempo aquilo era tudo o que eles fizeram até que Uruha quebrou o silencio.
–Amanhã tenho que ir visitar minha mãe, assinar uns papeis e mudar o numero de contato. –Uruha olhava Aoi fixamente nos olhos, Aoi pode perceber tristeza além do cansaço.
–Eu te levo.
–Não precisa, eu vou de taxi.
–Não, eu vou te levar sim. Deve ser longe o taxi vai ficar caro e além disso insisti pra que viesse viver comigo por que quero ser parte da sua vida e quero te ajudar no que eu puder. –Aoi argumentou, mas Uruha ficou em silencio o olhando. Aos pouco Uruha se abaixou deixando seus lábios roçarem aos de Aoi lentamente, começando um beijo calmo e carinhoso.
–Vamos tomar banho e ir dormir? –Uruha disse ao afastar os lábios dos lábios de Aoi, o acariciando o rosto levemente.
–Vamos sim, não vejo a hora de fazer isso sem pensar que no outro dia vai ter que ir embora. –Aoi disse se levantando.
–Isso é bom? –Uruha o olhou sorrindo com o canto da boca também se levantando, deixando seu corpo próximo ao dele. Aoi sorriu e o envolveu pela cintura com os braços, deixando seu rosto bem próximo ao dele.
–Isso é ótimo. –Aoi roçou seus lábios aos dele e então o pegou no colo com certa dificuldade por Uruha possuir pernas compridas. –Agora vamos para o banho!
–Tomar banho aqui ficou ainda melhor depois que colocou a banheira. –Uruha se segurou nele enquanto Aoi se movia para o banheiro desengonçadamente.
–Seu preguiçoso. –Aoi disse ao entrar no banheiro colocando Uruha no chão.
–Preguiçoso nada, eu tenho joelhos fracos. Eles ficam bambos quando faz amor comigo de pé no banho.
–Tá explicado. –Aoi se abaixou enchendo a banheira, quando se virou Uruha já estava despido. –Rápido ein?
–Eu sou esperto agora é a sua vez. –Uruha o puxou pela camisa o beijando enquanto subia devagar sua camisa e a tirava aos poucos. Aoi o beijou intensamente deixando que o mesmo lhe tirasse a camisa e em seguida a calça junto com a cueca.
–Vamos para o banho amor. –Aoi disse meio sem folego pelo beijo ao parar aos poucos de beija-lo.
–Vamos. –Uruha disse baixinho o soltando, o deixando se afastar. Aoi desligou a torneira e entrou na banheira, logo em seguida Uruha entrou também, se ajeitando no colo de Aoi.
–Confortável amor?-Aoi disse o olhando, sentindo Uruha roçar seu bumbum sobre o membro dele.
–Tem algo me cutucando. –Uruha sorriu com malicia, movendo mais o quadril sobre o colo dele.
–Assim esse algo vai te cutucar mais. –Aoi disse mordendo os lábios passando as mãos pelas pernas de Uruha, alisando levemente suas coxas.
-Eu o quero dentro de mim. –Uruha disse também mordendo os lábios, roçando mais forte o bumbum sobre o membro de Aoi.
-Então me deixe colocar ele em você. –Aoi disse apertando as coxas de Uruha, deixando as marcas de seus dedos sobre a pele macia de Uruha.
–Claro. –Uruha disse erguendo o bumbum e afastando suas nádegas com as mãos. Aoi segurou seu membro pela base e então o colocou cuidadosamente na entradinha de Uruha que logo voltou a se sentar, fazendo o membro de Aoi o penetra-lo de uma só vez. Uruha passou a se mover rapidamente sobre o colo de Aoi fazendo a agua da banheira transbordar, Aoi o segurou firmemente na cintura de Uruha acompanhando seus movimentos, fazendo seu membro entrar ainda mais forte no interior quente e apertado de Uruha. Logo eles tomaram banho e foram dormir, o dia seguinte seria um longo dia.
Quando Aoi despertou pela manhã Uruha já não estava na cama, Aoi levantou-se preguiçosamente, calçou seus chinelos e se arrastou até a cozinha, Uruha não estava lá, mas Aoi pode ouvir o barulho da agua vindo do banheiro. Aoi tomou o café e foi direto ao banheiro.
–Acordou cedo, nem me esperou para o banho. –Aoi disse ao entrar no banheiro, Uruha estava imóvel, olhando a agua de forma pensativa e em silencio. – Tem muito tempo que tá ai?
–O que? – Uruha o olhou.
–Tem muito tempo que tá no banho?-Aoi tornou a perguntar.
–Tem, já estou saindo. –Uruha disse se levantando, Aoi pegou a toalha e o enrolou.
–Aconteceu alguma coisa?
–Não, só estou com sono. –Uruha disse se enxugando e então saindo do banheiro. Aoi tomou seu banho, Uruha já havia se trocado.
–Quantas horas tem que estar lá? – Aoi disse jogando a toalha encima da cama abrindo uma das gavetas, pegando uma cueca.
–O horário de visita é as dez, mas quero chegar antes pra olhar os papeis. – Uruha disse se sentando na cama, olhando Aoi com a cabeça um pouco de lado.
–Vou me trocar e... –Aoi disse e então se virou- Estava olhando minha bunda?
–E não posso? Tem uma bela bunda, eu quero usar ela algum dia. –Uruha deixou um sorriso malicioso estampar seu rosto.
–Quê? Usar? –Aoi disse espantado cobrindo a bunda com as duas mãos, embora agora estivesse de frente para Uruha.
-Não se preocupe eu não quero agora, Mas um dia vou sim. E muito. –Uruha riu e então se levantou. –Vou esperar lá fora, se não eu não vou aguentar ficar te vendo pelado. –Uruha disse e então saiu do quarto. Aoi não demorou a se trocar e então eles saíram.
A viagem até o hospital foi longa e cansativa como Aoi havia imaginado. Uruha parecia bem distraído, durante o caminho não falava nada além de “aham” ou “tá bom”. Logo chegaram ao hospital, Aoi estacionou o carro e antes de sair do carro Uruha ficou ali parado o olhando por um longo tempo.
-Vem comigo? –Uruha disse com expressão triste.
–Vou sim. –Aoi disse tirando o cinto de segurança.
–Se não me deixar depois de hoje vou saber que vou ficar com você por um longo tempo. –Uruha disse se inclinando, acariciando levemente o rosto de Aoi.
–Não vou te deixar. –Aoi acariciou a mão de Uruha o olhando. Logo ambos saíram do carro, indo diretamente para o hospital, Uruha foi à frente e Aoi logo em seguida.
Uruha já havia arrumado alguns dos papeis, mudado as informações necessárias e estava se preparando pra visitar sua mãe.
-Aoi, eu já vou entrar. Não devo demorar. – Uruha disse parentando medo. Havia bastante tempo que não via sua mãe, tinha muito medo de ver ela. No entanto seria muita ingratidão estar lá e não ir vê-la.
–Não quer que eu vá com você? –Aoi disse e Uruha olhou para o enfermeiro que o acompanhava.
–Ele pode vir?
–O que ele é da família? –O enfermeiro o olhou com tédio. Uruha ficou em silencio sem saber o que fazer, ainda com a mesma expressão de medo. –Tá bom, ele pode vir. Mas tomem cuidado, os pacientes não são exibição de circo nem mesmo brinquedo. –O homem disse impaciente, os conduzindo pra dentro da clinica.
–Obrigado. –Uruha disse baixinho olhando Aoi enquanto o enfermeiro mal humorado falava sobre as regras do hospital e os mandava tirar qualquer coisa que poderia machucar os pacientes ou que pudesse ser usado pelos pacientes para machuca-los. Aoi e Uruha fizeram o que foi mandado e então foram conduzidos para a área onde ficavam os quarto.
A mãe de Uruha estava em um quarto acolchoado embora não estivesse vestida com a camisa de força, como os outros paciente internados no mesmo tipo de quarto. Uruha sentia muito medo, a mãe poderia estar muito brava ou quem sabe não se lembrar mais dele. Aoi percebia isso e de um serto ponto também sentia medo por ele.
–Chegamos, quando terminar grita, mas não grita qualquer coisa. Posso achar que é um paciente gritando. –O enfermeiro disse abrindo a porta, o coração de Uruha parecia querer escapar pela boca, mas mesmo assim ele entrou. Aoi segurou sua mão e o acompanhou.
–Tá bem. –Aoi disse vendo que Uruha não falaria nada. O enfermeiro então fechou a porta e se manteve esperando do lado de fora. A mãe de Uruha estava sentada em um canto olhando a quina da parede como se ali estivesse vendo televisão. Uruha apertou a mão de Aoi antes de solta-la e caminhar até a mãe.
–Mãe?-Ele falou baixinho se ajoelhando ao lado dela.
–Cala a boca Kouyou! Estou vendo o noticiário. –Ela disse sem tirar os olhos da parede, Uruha olhou a parede como se tentasse encontrar sentido naquilo.
–Mas eu vim te ver, não sentiu minha falta?- Ele disse baixo com a voz tremula.
–Você vem todos os dias, está sempre aqui. –Ela disse o olhou por um segundo, e por um segundo ele pode ver o pouco de sanidade que existia dentro dela, mesmo ela dizendo algo que não fazia sentido. –Agora fica quietinho e deixa sua mãe assistir o noticiário.
–Tá bom. –Uruha deu um jeito de se sentar ao lado dela, Aoi o observava parado ainda no mesmo lugar. Ainda estava com um pouco de medo, o enfermeiro havia dito também que ela as vezes era violenta e que poderia estranhar a presença dele ali.
–Quem? Quem é você?- De repente a mãe de Uruha o segurou com força pelo braço.
–Sou eu, Kouyou. Seu filho. –Ele disse tentando ignorar a força com que ela o segurava. Não queria chamar o enfermeiro e ter que sedar ela por algo bobo.
–Não é meu filho! Cadê meu filho?-Ela disse se levantando e andando pelo quarto ainda sem perceber Aoi ali. –Onde está meu filho? Onde ele foi? Ele pegou meu filho, ele levou meu filho de mim. –Ela dizia com desespero se encolhendo no centro do quarto, tremendo.
–Ninguém levou embora, eu estou aqui mãe. Sou eu, eu estou aqui. –Uruha disse se levantando, a olhando no mesmo lugar.
–Não! Não! Não! –Ela deu mais um berro e olhou para frente, vendo Aoi ali parado encostado na porta. Ela se levantou aos pouco parecendo mais calma e então caminhou até Aoi. –Y-UU? –Ela disse levando as mãos ao rosto de Aoi o segurando.
–Lembra-se dele?-Uruha disse incrédulo, como ele não conseguia se lembrar de Aoi e a mãe dele com problemas mentais conseguia se lembrar dele?
–Meu filho! Meu filho voltou! –Ela disse com lagrimas escorrendo por seu rosto. – Ele não levou ele embora. Homem mal, sangue nas mãos. – Ela disse voltando a entrar em desespero, soltando o rosto de Aoi, olhando as mãos. – HOMEM MAL, SANGUE NAS MÃOS. HOMEM MAL, SANGUE NAS MÃOS. HOMEM MAL, SANGUE NAS MÃOS... –Ela dizia repetidas vezes, berrando enquanto olhava as mãos e voltava para o canto da sala onde estava encolhida anteriormente.
–Enfermeiro! – Uruha caminhou com passos duros até a porta gritando, não queria ficar mais ali, nem mesmo submeter Aoi a mais uma das crises de sua mãe. Não queria mais ficar sozinho, não queria que Aoi também o deixasse.
–Estou aqui. –O enfermeiro disse abrindo a porta deixando que eles saiam. –O que tá acontecendo? Ela tem que ser sedada.
–Não, ela vai se acalmar logo. Ela vai assistir o noticiário. –Uruha disse e então o silencio voltou, o enfermeiro olhou pra dentro da sala e lá estava ela sentada, assistindo sua televisão imaginaria. O enfermeiro ficou surpreso e então os levou de volta pelo mesmo caminho que fizeram. Uruha segurava a mão de Aoi com força, suas mãos estavam geladas e tremulas.
-Eu estou aqui. –Aoi sussurrou e deu um leve beijo nas costas da mão de Uruha. O enfermeiro os entregou seus pertences e eles voltaram para o carro.
Antes de dar a partida no carro Aoi olhou para Uruha durante algum tempo, sua respiração estava acelerada como se havia corrido quilômetros e quilômetros de distancia.


(Cap. 10) Dia sem luz, Fantasma, Suruba


Complexo, era exatamente o que Aoi achava de toda aquela situação. Ele compreendia agora todo o medo de rejeição por parte de Uruha, mas ele jamais seria rejeitado por Aoi. Enquanto voltavam para casa o tempo pareceu fechar, o céu ficou tão obscuro quanto a expressão na face de Uruha que deixava a cabeça descansar no vidro do carro. Aoi não queria incomoda-lo embora estivesse bastante confuso com tudo que havia acontecido, por que a mãe de Uruha se lembrava dele e Uruha não? E por que ela falava todas aquelas coisas? Essas seriam coisas que ele queria perguntar, mas não faria isso, Uruha provavelmente não saberia explicar e ficaria aborrecido, então preferiu ficar em silencio até que chegassem em casa.
Ao chegarem Uruha permaneceu em silencio, não disse nem uma palavra e caminhou como que automaticamente para o banheiro, Aoi o observou ir, não foi atrás dele e apenas se jogou no sofá. Um temporal avisava sua chegada com trovões e relâmpagos e logo a chuva chegou caindo em grandes quantidades. Uruha ainda não havia saído do banheiro o que deixava Aoi preocupado e então de repente a todas as luzes se apagaram, o dia já havia ficado escuro. Aoi se levantou imediatamente e como conhecia seu apartamento com a palma da mão caminhou até o quarto pegando uma lanterna e então se dirigiu até o banheiro.
–Uruha, tá tudo bem ai? – Aoi bateu na porta e pra sua surpresa ela logo foi aberta.
–Onde foi a luz? –Uruha disse com a voz baixa e rouca, seus olhos estavam borrados e vermelhos de choro.
–Te empresto minha luz se prometer sair dai e ficar comigo. – Aoi sorriu tentando anima-lo e então Uruha tentou sorrir também.
–Tá bom, mas eu quero ficar bem quietinho. –Uruha disse saindo do banheiro.
-Prometo ficar quietinho com você. Mas antes vamos comer.
– Não estou com fome. –Uruha disse sem muita empolgação.
–Eu estou com fome e agente comeu muito cedo, você tem que comer. Saco vazio não para em pé. –Aoi argumentou pegando Uruha pela mão o levando consigo, Uruha não respondeu, mas Aoi compreendia seus motivos então não insistiu em falar, apenas o levou para a cozinha o fez se sentar em uma das cadeiras e lhe serviu café e um pedaço de bolo, logo em seguida se sentou ao lado dele tomando café e comendo esperando que Uruha fizesse o mesmo. Uruha não demonstrava muito animo nem mesmo vontade de comer, Aoi parou de comer e ficou um longo tempo o olhando esperando que ele comece, Uruha o olhou sério ainda em silencio e então pegou o pedaço de bolo o comendo.
–Eu gosto de bolo. –Uruha disse desviando seus olhos de Aoi olhando o escuro, a lanterna estava posta encima da mesa virada em na direção oposta a deles, no entanto Uruha preferiu olhar o escuro no lugar de observar a direção que a lanterna iluminava.
–Também gosto de bolo. – Aoi disse o olhando preocupado, pensando se essa situação se repetiria mais vezes, pensando no que se passava pela cabeça de Uruha e em como tudo o que a mãe de Uruha disse afetava a si próprio. Ela sem duvidas sabia mais do que aparentava saber. –Não fica assim, eu estou aqui Uruha. –Aoi disse tocando levemente o rosto de Uruha e logo voltou a olha-lo. Ele adorava tanto o toque, o calor e a textura daquelas mãos que não podia deixar de olha-lo.
–Ainda bem. –Uruha disse fechando os olhos sentindo o carinho em seu rosto logo sentindo Aoi tocar carinhosamente seus lábios com as pontas dos dedos, Uruha abriu levemente os lábios de forma convidativa, no entanto quando Aoi aproximou seus lábios dos dele um som estranho veio do corredor do lado de fora do apartamento. O som se aproximava e ficava mais alto quando de repente alguém começou a bater na porta freneticamente, Uruha segurou o braço de Aoi com certo medo, mas Aoi foi logo ver o que era. Quando abriu a porta Ruki quase voou pra cima dele, ofegante como se corresse do próprio diabo.
–O que foi Ruki? O que aconteceu? –Aoi o observava atento, Uruha estava na porta da cozinha olhando de longe.
–Pegou ele...Fantasma.. Akira... –Ruki disse ofegando com voz rouca.
–Calma ai! Conta essa historia direito. –Aoi disse o levando ate o sofá o fazendo se sentar
–Eu tinha ido para o apartamento dele, eu estava sem vela. –Ruki pausou e respirou fundo. –Ai o fantasma apareceu, eu sai correndo, mas ele ficou lá... O FANTASMA PEGOU ELE! –Ruki disse em desespero.
–Calma, aposto que foi só sua imaginação. –Aoi disse e Uruha se aproximou dando uma rizada discreta voltando parcialmente a agir como ele mesmo.
–Isso parece algo que o Kai faria, correr de fantasmas imaginários. –Uruha disse se sentando ao lado de Aoi.
–Eu? – A voz veio da porta, Kai estava coberto por um lençol branco com dois buracos nos olhos, Ruki deu um pulo ao olha-lo.
–Kai seu idiota! Era você! –Ruki se levantou e caminhou até Kai dando passos firmes de forma brigona.
–Foi culpa minha Ruki, agente queria te fazer medo, mas não achei que fosse levar a sério. –Reita disse aparecendo ao lado de Kai na porta.
–Seu bobo, quase me matou. –Ruki disse bravo enquanto Uruha e Aoi riam e Kai brincava com o lençol.
–Desculpa amor, eu sinceramente achei que fosse rir ou algo assim. –Reita falava demonstrando arrependimento. Kai entrou caminhou de forma fantasmagórica pela sala e então parou em frente a Uruha apontando pra ele.
–Panda! –Kai disse, Uruha e Aoi não entenderam e então disseram juntos.
–Hã?
–Seus olhos estão parecendo um urso panda, tudo borrado. –Kai disse e então deu um jeito de sentar entre Aoi e Uruha. –Mas não liga, tá escuro mesmo, é bom pra contar historias de terror. –Kai concluiu então.
–Kai seu bobo. –Ruki se afastou de Reita e se sentou na mesa de centro de frente a eles. – Acho que interrompi alguma coisa. Não foi? –Ruki disse sorrindo com malicia, olhando de Aoi para Uruha.
–Agente só estava comendo. –Uruha disse e então se levantou. –Aoi, me empresta a lanterna? Vou buscar velas.
–Eu vou com você.- Aoi se levantou usando a perna do fantasma de apoio. – E você veem se não fazem bagunça! Reita, fecha essa porta, o Ruki não vai te bater. –Aoi disse e Ruki olhou pra Reita de forma assustadora, Reita se encolheu e relutante fechou a porta ficando ainda próximo a ela. Uruha e Aoi foram juntos para a cozinha, Aoi pegou algumas velas e fosforo.
–Yuu, me empresta a lanterna, quero ir ao banheiro. –Uruha disse ao chegar a sala.
–Vai lá, vou colocar as velas aqui.
–Velhas! Que velhas? –Kai disse olhando Aoi, ainda não tinha tirado o lençol.
–Eu disse velas, estas velas. –Aoi disse mostrando as velas em mão.
–Estranho... Deviam ter um gerador pra quando algo assim acontecesse. –Ruki disse pensativo, ele e Reita já estavam aninhados em um dos sofás.
–Aqui é muito velho, e acho que não mudaram isso ainda. -Aoi disse.
–Ou o gerador queimou. Dizem que o prédio por ser muito velho ele é assombrado. –Reita disse em tom fantasmagórico.
–Nem vem, o único fantasma que já vi aqui é o Kai com esse lençol branco. E eu espero que pela sorte dele não seja um dos lençóis da sua casa. –Ruki disse se dirigindo a Reita. –Você não costuma lavar suas roupas de cama.
–Eu lavo sim, só não lavo sempre... –Reita se defendeu. –Alem disso ele já apareceu assim na minha casa. Parece até que se preparava pra luz acabar antes dela realmente ir embora.
–Sou prevenido, e também sempre quando cai um pé d’agua assim a luz vai embora. – Kai disse enquanto segurava as velas pra Aoi acender, Aoi espalhou as velas pela sala de forma que ficasse bem iluminado.
–Acho que o Uruha tá demorando. –Aoi disse de forma preocupada.
–Vai lá ver, ele pode ter entalado no vaso. – Ruki disse.
–Não brinca, estou preocupado com ele. –Aoi disse e logo se dirigiu até o corredor que levava ao banheiro, se deparando com Uruha.
–estava me procurando? –Uruha disse colocando a luz da lanterna no rosto dele.
–É que não quero te deixar sozinho. –Aoi disse cobrindo o rosto.
–Que meigo. –Uruha deu uma risada e o acompanhou de volta até a sala.
–Então ele não caiu no vaso. –Ruki disse assim que eles chegaram a sala.
–Não corro esse risco, já você não pode dizer o mesmo né? –Uruha revidou fazendo os demais menos Ruki rir.
–Não teve graça. –Ruki cruzou os braços e fez bico, algo que Reita realmente adorava ver.
–Você começou primeiro. –Uruha disse se sentando ao lado de Kai.
–Vocês querem comer alguma coisa? Beber? E já que tá todo mundo aqui o que vamos fazer sem a eletricidade.
–Agente pode jogar vídeo game. –Kai disse espontâneo.
–Não tem eletricidade, como se faz isso sem ela? –Ruki disse.
–Ah! É mesmo. Então acho que vou ficar com a ideia que dei antes de contas historias de terror.
– Por mim tudo bem. –Uruha disse.
–Tudo bem, mas se fizerem gracinha de novo eu jogo todo mundo pela janela. –Ruki disse bravo.
–Não vamos fazer. –Reita e Kai disseram juntos.
-Senta Yuu. –Uruha disse o puxando pra se sentar.
–É tão estranho. –Aoi deixou escapar, achava realmente estranho quando Uruha o chamava assim.
–O que é estranho? –Uruha o olhava ainda o puxando.
–Me chamar assim, a maioria das vezes me chama de Aoi. Mas as vezes do nada me chama de Yuu. Eu acho estranho.
–O que tem de estranho? É seu nome. – Uruha disse.
–Ele tem razão Aoi, esse é seu nome. – Kai concordou.
–Eu sei, mas sinto algo estranho. –Aoi disse se sentando.
–Tipo o que? –Uruha disse o olhando.
–Eu não sei, só sinto algo estranho. – Aoi disse pensativo.
–Então vou tentar não te chamar assim.
–Não tem problema se chamar, é só uma paranoia minha.
–Eu sou paranoico com torneiras abertas. –Ruki disse.
–Você é paranoico com tudo, nunca vi ninguém mais paranoico que você. –Reita disse se levantando do colo de Ruki.
–Sem essa, de todos nós o mais paranoico é o Kai com o gato dele.
–Eu tenho todo o direito de ser paranoico, sou mãe de primeira viagem. –Kai disse gesticulando com o lençol.
–Não é nada, já teve o outro gato.
–Ah! É mesmo. –Kai disse coçando a cabeça.
-Não vai tirar isso ai não? –Aoi disse o olhando, já estava com fobia de olhar Kai com aquele lençol.
–Não posso tirar isso.
–Por quê? –Uruha disse se apoiando em um dos joelhos de Aoi.
–É que eu estou só com o lençol. –Kai disse dando uma rizada.
-Seu pervertido! Então estava correndo atrás do Ruki só de lençol. –Reita disse indignado enquanto Aoi e Uruha riam freneticamente.
–Isso foi uma experiência traumática. – Ruki disse arregalando os olhos.
–Até parece, esse lençol é mais decente que as roupas do Sr.Coxas. –Kai disse ainda gesticulando com o lençol.
–Minhas roupas não são indecentes. Pelo menos não corro o risco de ficar com o bumbum de fora se passar um vento. –Uruha disse ainda rindo da situação.
–É verdade, como teve coragem de andar pelo prédio assim? –Ruki disse.
–Estava sem luz, e também ninguém ia saber que sou eu.
–E como vai voltar?
–Do mesmo jeito que sai. Inclusive eu tenho que ir, eu acho que deixei uma vela acesa. –Kai disse se levantando.
–Vai ficar sozinho lá no escuro? –Aoi se levantou também.
–Logo a luz volta, e não quero deixar minha gatinha lá sozinha.
–Tá bom, vou com você até a porta. –Aoi disse e Kai se despediu de todos e indo com Aoi até a porta, Aoi lhe entregou a lanterna. –Leva ela, agora tá ficando mais escuro é meio arriscado você ficar por ai com esse lençol no escuro. Pode tropeçar.
-Obrigado, vou tomar cuidado. – Kai disse e se despediu dele. Aoi o observou indo de volta para seu apartamento até que não pudesse ver mais a luz da lanterna, e então voltou para a sala.
–Aqui fica menos engraçado sem o Kai. –Uruha disse parecendo triste.
–Fica mesmo, mas ele quis ir. –Aoi disse voltando a se sentar ao lado de Uruha.
–Ainda não acredito que ele estava pelado por baixo do lençol. – Uruha disse dando uma gargalhada.
–Não duvide, ele tem cara de inocente, mas é maluquinho. –Ruki disse puxando Reita pra ele de forma brusca e o envolvendo com os braços em sua cintura, o apertando como se ele fosse de pelúcia.
–Ai! Não me aperta assim. –Reita disse ao ser apertado.
–Você saiu de perto e eu estou com frio. – Ruki disse manhoso, algo que Aoi nunca tinha presenciado, talvez por que ele preferisse não agir de tal forma perto de outras pessoas. Uruha deu mais uma rizada, algo que realmente agradava Aoi bastante, mesmo que algo ainda estivesse o incomodando preferia ver Uruha rindo daquela forma do que deprimido e com a expressão tão vazia quanto a que ele tinha mais cedo.
–O que foi isso? Tá libertando a parte meiga de seu interior. –Aoi disse se levantando novamente, o que havia acontecido naquele dia o deixou inquieto e agora estava bastante agitado, mesmo tentando deixar tudo de lado e se concentrar apenas no que acontecia naquele momento.
–Ele faz isso bastante, só não faz isso perto das pessoas. –Reita disse passando o braço por sobre o ombro de Ruki o acolhendo.
–Na verdade é por que faço isso pra te seduzir, por isso não tenho que fazer perto das pessoas.
–Faz sentido. –Reita concordou.
–Então, vão querer beber alguma coisa? –Aoi disse.
–Eu quero Aoi. –Uruha disse o olhando, o puxando a camisa. –De preferencia o que tiver de mais forte.
–Acho que também vou querer isso ai. –Reita disse olhando Ruki.
–Eu também!
–Eu vou te ajudar, afinal alguém tem que segurar a luz. –Uruha disse se levantando e pegando uma das velas e então acompanhou Aoi até a cozinha. Quando voltaram Reita e Ruki estavam quase um encima do outro, Ruki se movia contra o corpo do maior de forma sugestiva enquanto Reita alisava sua cintura.
–Dejavu? –Uruha disse olhando. –No dia que nos conhecemos eles estavam assim.
–É verdade. –Aoi disse e então tossiu alto chamando a atenção dos dois que logo o olharam.
–Já foi? –Reita disse parecendo decepcionado, Ruki se ajeitou no sofá se levantando já que estava quase deitado no sofá com o corpo de Reita sobre o seu.
–Já sim, e vocês? Estavam matando a saudade do meu sofá?
–Claro, afinal foi aqui que tudo começou. –Ruki disse mordendo os lábios já vermelhos enquanto observava Aoi colocar os copos sobre a mesa e servir uma bebida de cor verde. –O que é isso?
–Absinto. –Aoi disse o entregando um dos copos e em seguida entregando um dos copos para Reita.
–Não vendem isso assim. É falso? -Reita disse pegando o copo.
–Não, Uruha conseguiu isso. Não quis me dizer como, mas é a fada verde de verdade. –Aoi disse entregando um copo a Uruha e se sentando ao lado dele.
–Eu tenho meus contatos. –Uruha disse de forma convencida cruzando as pernas. –Agora vamos ver se tem mesmo uma fada verde.
–Eu nem bebi e já fez efeito. Estou vendo um gnomo. –Reita disse olhando Ruki e logo recebeu um tapa no braço.
–E eu estou vendo o lord Voldemort. –Ruki retrucou e então tomou um gole da bebida.
–Essa doeu. –Reita disse e os demais começaram a rir.
Não demorou muito até que todos estivessem bêbados e em uma situação estranha, Aoi não sabia como isso tinha acontecido, mas lá estavam eles. Uruha o beijava com voracidade e ao lado dele Reita e Ruki se roçavam feito cão no cio, mas isso não era o que espantava Aoi e sim o fato de sua calça estar aberta e a mão que acariciava seu falo exposto não ser a mão de Uruha e sim a de Ruki, mesmo não olhando podia saber que era a mão dele. Era pequena e as mãos de Uruha estavam em seu rosto.
–Que merda é essa? –Aoi disse afastando os lábios dos de Uruha olhando a mão de Ruki em seu membro rígido.
–Se chama orgia amor, e parece que tá gostando. –Uruha disse mantendo seus lábios no pescoço de Aoi o dando leves chupões. Ruki riu e saiu do colo de Reita e se abaixou na frente de Aoi, dando uma lambida lenta na extensão do membro de Aoi (como ele faz com o microfone em guren). Uruha o olhou levando a mão dentro da própria calça enquanto Aoi o observava esperando que ele fizesse alguma coisa. Reita se levantou do sofá e se posicionou atrás de Ruki, abrindo e puxando sua calça junto da cueca.
–Abocanha ele amor. –Reita disse dando um forte tapa no bumbum exposto de Ruki deixando nele a marca vermelha de sua mão, Ruki gemeu e então abocanhou o membro de Aoi o empurrando completamente pra dentro de sua boca, o chupando com vontade.
Aoi deixou escapar um gemido e então olhou pra Uruha como quem pede socorro, Uruha estava corado já com o membro pra fora da calça se masturbando enquanto observava Ruki abocanhar e chupar Aoi. Reita segurava o bumbum de Ruki com ambas as mãos o apertando e mantendo as nádegas separadas observando o orifício apertado de Ruki relaxar e se comprimir.
–Vai amor, mete em mim. –Ruki afastou seus lábios do membro de Aoi e olhou Reita por sobre o ombro e então voltou a chupar Aoi com vontade, envolvendo o membro do mesmo com a língua o pressionando dentro de sua boca. Reita não perdeu tempo, roçou algumas vezes seu membro rígido na entradinha apertada de Ruki e aos poucos o penetrou, fazendo cada centímetro de seu membro entrar lentamente, ainda mantendo as bandas do bumbum de Ruki afastadas, assim podendo ver seu membro entrar. Ruki deixou um gemido abafado escapar contra o membro de Aoi e passou a chupa-lo mais rápido, fazendo a glande de Aoi chocar contra sua garganta.
–Agora o sr. coxas amor. –Reita deu mais um tapa no bumbum de Ruki e moveu seu quadril bruscamente contra o bumbum dele, o penetrando fundo e com força. Uruha olhou para Ruki que agora soltava o membro rígido e babado de Aoi.
–Espera! –Uruha disse assim que Ruki tocou em suas pernas, Aoi o olhou com certo alivio achando que Uruha daria um fim naquela orgia, no entanto Uruha se levantou e se livrou de sua calça e cueca, em seguida se sentou no colo de Aoi de costas pra ele, fazendo o membro do mesmo lhe penetrar até estar completamente em seu interior. Aoi deixou um gemido alto escapar junto com Uruha e então Ruki se apoiou as mãos na beirada do sofá, levando seus lábios ao membro rígido de Uruha, chupando com força sua glande e o colocando por inteiro na boca, chupando com vontade.
Na medida em que Uruha cavalgava no colo de Aoi seu membro se movia pra dentro da boca de Ruki, Reita observava passando a aumentar a intensidade de suas estocadas, fazendo seu membro ir fundo no interior de Ruki o impulsionando contra o membro de Uruha o fazendo quase se engasgar. Aoi também se movia contra o bumbum de Uruha, colocando seu membro mais fundo que conseguia.
Os três passaram boa parte da noite naquilo, até mesmo depois que a energia voltou eles continuaram e mudaram de lugar varias vezes até estarem completamente exaustos.


(Cap. 11) Ressaca


“Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.” William Shakespeare.

Naquela manhã Aoi sentia dor por todo seu corpo, não sabia exatamente por que, mas logo ao abrir os olhos percebeu o que havia causado sua dor e mal estar. Do chão onde ele estava deitado podia ver as garrafas vazias encima da mesa e aos pés de um dos sofás Reita e Ruki estavam deitados, ambos completamente despidos um aninhado ao outro. Assim que pode firmar suas vistas percebeu a própria nudez e assustado cobriu as partes intimas com ambas as mãos olhando em volta em busca de suas roupas. Pra sua surpresa assim como não conseguiu achar suas roupas também não encontrou Uruha em nenhum lugar na sala, de fininho ele se levantou e caminhou em direção ao quarto, enquanto seguia o caminho para o quarto pode ouvir o barulho de agua no banheiro e um cantarolar baixo, instintivamente ele parou e abriu a porta, Uruha estava lá tomando banho.
-Pode me dizer o que aconteceu? Não me lembro de nada. –Aoi disse segurando a cabeça que doía muito, Uruha parecia muito bem o que espantava Aoi bastante. –Além disso, tudo em mim dói.
-Que dó. –Uruha deu uma rizada e esticou os braços na direção de Aoi o chamando, Aoi foi até ele e o mesmo lhe deu espaço dentro da banheira. – Se tudo em você dói imagine em mim?
–Não parece estar com dor. – Aoi disse fechando os olhos ao sentir Uruha molhar seus cabelos. –Por favor, me diz que o que aconteceu foi um furacão que passou e levou nossas roupas.
-Sinto muito, mas não foi isso. –Uruha disse e então desviou o olhar. – O que aconteceu foi que...
-Que o que?
-Foi algo tenso Aoi. –Uruha disse e pegou a mão de Aoi. – Nós participamos da nossa primeira orgia.
-Oh deus!-Aoi exclamou e cobriu o rosto. –Eu não fiz isso!
-Fez sim, e não foi só você que fez. –Uruha disse e então soltou a mão de Aoi cruzando os braços e fazendo bico, fingindo estar chateado. –Inclusive você fez com ele.
–Quê?!-Aoi exclamou com espanto. –Com quem?
–O Ruki horas, o Akira tentou te comer, mas eu não deixei. –Uruha em tom de falsa braveza. –Afinal eu tenho que ser seu primeiro em tudo.
-E agora? Como vou encarar meus amigos?- Aoi disse e então aporta do banheiro se abriu e Reita entrou por ela.
-E ai pombinhos? –Ele disse e caminhou até a privada levantando a tampa dela.
–Hey!! Como vai entrando assim desse jeito? –Aoi disse bravo tentando se cobrir, o que não fazia diferença por que de onde Reita estava não dava pra ver nada.
-Cá entre nós, eu já vi isso ai e não tem novidade nenhuma, e vocês estavam demorando de mais. Eu queria urinar. – Reita disse começando a urinar fazendo Aoi e Uruha virarem o rosto e Uruha soltar uma rizada baixa.
-Mas tinha que andar pelado por ai? Já penso se minha mãe resolvesse vir aqui?
-O Ruki tá procurando nossas roupas. Parece que elas sumiram tudo mesmo, não tem nem vestígios delas. E sua mãe é mais esperta do que pensa Aoi, agora que é um homem “casado” ela com certeza vai ligar antes de vir, além disso, ainda chove e ela não ia deixar o conforto da casa dela pra vir aqui se ela pode muito bem ligar se for necessário.
–É verdade não vi nem vestígios das roupas eu posso saber de tudo que aconteceu ontem a noite, mas o que aconteceu com as roupas eu não sei.- Uruha disse pensativo. – Ah, e a segunda parte também é verdade Aoi, sua mãe não é boba e ela ligou mesmo, foi isso que me acordou. Ela queria saber se estava tudo bem aqui e se eu estava cuidando de você.
–Não posso negar que quando acordei não vi minhas roupas mesmo não, será que agente jogo deixou elas em algum lugar?
–Na sala não tá. –Ruki disse entrando no banheiro
–Nossa! Agora virou reunião no banheiro? –Aoi disse ao levar um susto com Ruki entrando.
–Eu ia perguntar isso mesmo. O Reita veio e não voltava mais, então eu vim atrás. –Ruki se justificou parecendo estar muito a vontade sem roupas. –Agente tem que achar nossas roupas, se não como vamos voltar? E aquela era minha cueca favorita. –Ruki disse batendo o pé no chão.
–Agente vai dar um jeito nisso. –Aoi disse puxando a toalha e se levantando, se enrolando nela rapidamente, em seguida pegou a toalha de Uruha e a abriu, Uruha se levantou deixando que Aoi o cobrisse com a toalha. –Vocês podem tomar banho, agente vai se trocar e em seguida procuramos a roupa de vocês.
–Vou pegar toalhas secas. –Uruha disse saindo do banheiro.
–E eu vou arrumar alguma coisa pra vocês vestirem. –Aoi disse e saiu logo em seguida, ambos caminharam para o quarto. Ao chegar ao quarto Aoi jogou a toalha na cama e foi em direção ao guarda roupas abrindo a gaveta de cuecas. Uruha o observava e então foi até ele o abraçando por trás.
-Meu namorado consegue lidar muito bem com um dia pós-orgia. –Uruha disse dando um risinho enquanto dava um beijo no pescoço de Aoi e o soltava indo até a parte do guarda roupas onde ficavam suas coisas.
–Eu só quero não tocar no assunto, e as roupas sumirem ajudou um pouco a fugir do assunto. Foi você que pegou? –Aoi disse colocando a cueca.
–Não foi, sério. Quando acordei já tinham sumido. O que é bem estranho... –Uruha disse de forma pensativa jogando a toalha encima da cama. Ficou um tempo pensando ainda sem roupa atraindo a atenção de Aoi pra seu corpo. Havia alguns chupões, marcas de dedos em suas coxas e cintura.
–O que?
–Eu lembro-me de tudo, nunca fui de ter coma alcoólico. E lembro-me de nossas roupas estarem do lado do sofá no exato lugar onde a jogamos um pouco antes de pegar no sono. –Uruha disse e abriu a gaveta, pegou a cueca, mas não a vestiu e a jogou sobre a cama e então pegou suas roupas as jogando também na cama.
–Então as roupas estavam lá quando fomos dormir? –Aoi perguntou o olhando, Uruha foi até a cama ficando de costas pra Aoi dando a ele uma boa visão de seu bumbum. Aoi não pode evitar olhar e nem mesmo deixar de perceber a marca de chupão no bumbum dele.
–Estavam sim, se elas sumiram um de nós levantamos enquanto os outros estavam dormindo e sumiu com as roupas. Ou um de nós tem um sério caso de sonambulismo. –Uruha disse se abaixando e pegando a cueca e olhando Aoi por sobre os ombros. –O que foi?
–Tem uma marca na sua bunda. –Aoi disse sem jeito e desviou o olhar, pegando sua calça e a vestindo.
–Foi você que fez. - Uruha disse e deu uma rizada. –Teve uma hora que você não quis nem largar ela.
–Ninguém mandou ter uma bunda dessas. –Aoi disse terminando de vestir a camisa. –Mas então, acha que foi alguém que pegou? Mas por que?
–Eu não sei, mas se foi alguém foi algum dos dois. Não foi eu que peguei e não acho que tenha sido você.
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Algumas horas antes...
O dia mal havia começado Kai mesmo com a chuva abundante lá fora acordou cedo e ao abrir o armário percebeu que a ração de sua gata havia acabado.
–E agora Yuna? O que vou dar pra você comer. –A gata branca roçava entre as pernas de Kai miando enquanto o olhava. A gata tinha heterocromia, um de seus olhos era azul e o outro verde, o que motivou Kai de colocar seu nome de Yuna. Mesmo sem entender o que a gata queria Kai abriu a geladeira em busca do litro de leite.
–Desculpa gatinha, mas o leite acabou. –Kai disse pegando Yuna em seu colo. –Mas eu vou ver se alguém tem um pouco pra me emprestar. –Kai carregou a gata até a sala de seu apartamento e a colocou no sofá, em seguida pegou suas chaves e saiu.
Ruki morava no mesmo andar que o seu e então foi até seu apartamento, no entanto quando tocou sua campainha ninguém atendeu, então decidiu ir ao apartamento de Reita já que Ruki não estava em casa e poderia muito bem estar na casa do outro. Kai desceu para o andar onde Reita e Aoi moravam e foi ao apartamento de Reita e então Reita também não atendeu a porta.
–Eu ein, tão cedo. Será que eles conseguiram arrumar um emprego e já saíram. –Kai dizia a si mesmo caminhando em direção ao apartamento de Aoi, se Aoi não estivesse lá Uruha provavelmente estaria pois ele havia largado o emprego e ainda estava em busca de outro. Kai tocou a campainha algumas vezes e pra sua surpresa ninguém atendeu.
–Se é assim vou ver se compro em algum lugar. –Kai disse desanimado por ter que enfrentar a chuva tão cedo e então se virou rodando as chaves nos dedos. –Espera ai! –Kai disse se lembrando das vezes em que Ruki havia roubado a chave reserva que Aoi sempre deixava pra mãe. Ele procurou pela chave e então a achou, ao coloca-la na porta percebeu que a mesma não estava trancada.
–Que descuidado, sai sem trancar a porta. –Kai disse e então entrou no apartamento. Estava escuro, mas não quis acender as luzes, alguém poderia ver e achar que ele estava invadindo. Se bem que era exatamente o que estava fazendo.
Kai passou pela sala sem nem mesmo perceber Aoi, Uruha, Reita e Ruki dormindo na sala pois os 4 estavam no chão, mas quando voltou da cozinha com o leite em mão tropeçou em alguma coisa o que chamou sua atenção pra baixo.
–Caramba! –Kai disse e então abafou seu susto com as mãos, vendo os 4 dormindo no chão, a coisa na qual havia tropeçado era um montinhos de roupas emboladas. –Esses pervertidos não tem jeito mesmo. –Kai disse baixinho prendendo o riso e foi ai que teve uma ideia.
–Vou deixar Reita e Ruki sem roupas. –Kai disse prendendo mais uma vez um riso. –Só que vou ter que roubar as roupas de Aoi e Uruha pra eles não desconfiar. –Kai pegou uma camisa que estava no chão e então enrolou o montinho de roupas com ela e tornou a sair do apartamento, voltando pra seu próprio apartamento com o leite pra sua gata.
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Horas mais tarde...
–Desisto, não consigo achar nada de nossas roupas. –Ruki disse se sentando emburrado no sofá se levantando imediatamente ao lembrar-se do que aconteceu ali.
–Eu também, não me lembro delas terem sumido. A ultima vez que vi elas estavam ali. –Reita apontou para o lado do sofá onde Ruki havia se sentado. Uruha estava ajudando Aoi a pegar as garrafas sobre a mesa e os copos e então olhou os dois, ainda um pouco desconfiado.
–Também me lembro delas ali. Só não sei como roupas saem por ai no meio da noite. –Uruha disse e então foi com Aoi para a cozinha levando as garrafas e copos.
–Eu também não sei como. –Reita gritou olhando Uruha ir para a cozinha junto de Aoi.
–Tá bom, eu acho melhor agente olhar lá fora. –Aoi disse ao voltar.
–Eu vou lá dar uma olhada Yuu. –Uruha disse sem perceber e então pegou um casaco e saiu do apartamento. Aoi não disse nada apenas o acompanhou com os olhos até que ele saísse do apartamento.
–Eu acho muito estranho quando ele me chama assim. – Aoi disse olhando Reita que agora estava sentado em um dos braços do sofá e Ruki que estava praticamente no colo de Reita.
–Você é estranho sabia? Esse é seu nome, sua mãe te chama assim. –Reita disse abraçando Ruki pela cintura.
–Eu sei, mas quando ele me chama assim eu sinto medo, não sei por que. Acho que isso só vai passar quando eu lembrar do que aconteceu.
–Do que aconteceu? Como assim?-Ruki disse o olhando.
–Alguma coisa aconteceu, agente se conhecia e alguma coisa aconteceu e me fez esquecer dele.
–Vai ver era por que eram muito novos ainda. –Ruki disse.
–Não, não é por isso. Eu tinha 12 anos, eu devia me lembrar. Lembro-me de um bando de coisas, mas não me lembro dele nem do que aconteceu. Perguntei minha mãe, mas ela não soube me dizer.
–Dizer o que Aoi? –Uruha disse entrando meio encolhido por causa do frio que sentia por seu casaco estar molhado.
–O que aconteceu quando éramos criança. –Disse indo até Uruha e o ajudando a tirar o casaco molhado.
–Ainda com isso Yuu? Devia deixar isso de lado, se não lembra se não é pra ser lembrado. –Uruha disse parecendo um pouco nervoso. –Parece que não tá lá embaixo também, eu olhei no rumo de todas as janelas e pelo jeito agente não jogou a roupa pela janela.
–Elas sumiram magicamente então. –Reita disse.
–Eu quero minhas roupas. –Ruki disse batendo o pé no chão e fazendo bico. –Eu estou me sentindo muito Aoi com essas roupas.
–O que é? Agora vai reclamar das minhas roupas?
–Não, só queria as minhas de volta. Relaxa, não estou falando que se veste mal ou coisa assim.
–Tá bom. Eu também perdi minhas roupas, sei como se sente. –Aoi disse.
–Vocês reclamam, mas olha meu caso. Já nem tenho muitas roupas e ainda me some essas. –Uruha disse indignado dando um espirro em seguida.
–É verdade, já nem tem roupas né senhor coxas, e as poucas que tem ainda faltam pano. –Ruki disse e antes que Uruha pudesse chiar Reita deu um beliscão no braço de Ruki. –Ittai... O que foi?
–Para de olhar as coxas dele! –Reita disse franzindo o cenho.
–Como vou olhar as coxas dele se ele tá de calça seu doido! –Ruki disse esfregando o braço.
–Relaxa Reita, se ele olhar pras coxas do Uruha eu mesmo dou um jeito nele. – Aoi disse tentando produzir sua melhor expressão assustadora. –Mas então, aceitam café?
–Não, você vai por veneno. –Ruki disse olhando desconfiado.
–Poison! –Reita disse apontando Uruha.
–Não vou por veneno, muito menos o Uruha. –Aoi disse puxando Uruha com ele para a cozinha. –Venham, vamos tomar café.
–Vamos! –Reita e Ruki disseram ao mesmo tempo e os seguiram até a cozinha. Reita e Ruki foram logo se sentando um ao lado do outro, Uruha colocou a xicara sobre a mesa e então se sentou também esperando Aoi fazer o café.
–Isso é tão familiar. –Aoi disse se virando. –Parece o dia que conheci o Uruha, quando liguei pra minha mãe pra desfazer meu casamento.
–É verdade, só que não estávamos tomando café e o Kai dormia no sofá. –Uruha disse e então Aoi serviu café a ele e aos demais.
–É verdade, imagina como seria se tivesse casado aquele dia Aoi? Eu salvei sua vida. –Ruki disse e todos o olharam sem entender. –O que foi? É verdade, se eu não tivesse ligado pra agencia de streeper o senhor coxas não teria vindo pra cá e feito Aoi tomar coragem com o poder de suas coxas.
–É verdade, agente não conseguiu fazer isso, e tudo que teríamos feito aquele dia seria se embebedar, falar coisas idiotas, e agarrar o Ruki. –Reita disse e então completou. –A parte de agarrar o Ruki só eu faria, eu já planejava isso faz tempo.
–É verdade, obrigado Ruki. –Aoi disse rindo. –Mas você só fez isso por causa daquele papel que agarrou em mim. O papel teve sua parte em minha salvação.
–É verdade, o papel com aquelas coxas. –Ruki disse e então levou um chute triplo por baixo da mesa. –Aii! Essa doeu viu? Vai ficar roxo.
–Do jeito que fala parece que tenho só coxas. –Uruha disse bravo.
–E para de falar das coxas do meu namorado assim. –Aoi disse também bravo.
–E para de ficar querendo as coxas de outro. –Reita disse entrando no jogo, Ruki fez bico olhando pra dentro da xicara de café.
–Desculpa gente. –Ruki permaneceu olhando a xicara com cara de cão que caiu da mudança.
–Tudo bem amor, eu estava brincando. –Reita disse puxando a cadeira de Ruki pra junto a sua o abraçando.
–Agente também, nem ligo quando falam das minhas coxas. Já ganhei muito dinheiro com elas. –Uruha disse.
–É brincadeira, como se eu ligasse de falarem que meu namorado tem coxas bonitas. É não é só as coxas. –Aoi disse.
-Agente sabe. –Reita e Ruki disseram juntos enquanto se abraçavam.
–O quê? –Aoi disse espantado e Uruha corou.
–Relaxa, você acabou de dizer que não ligava. –Reita disse dando uma mordida na bochecha de Ruki que apertava os olhos no exato momento.
–Além disso, depois do que aconteceu seria estranho agente não saber. E você tem uma bela bunda. –Ruki disse se encolhendo nos braços de Reita como se esperasse que o mesmo lhe repreendesse, mas pra sua surpresa não foi o que aconteceu.
–É verdade, bela bunda. Pena que o seu maridinho ai monopolizou ela. –Reita disse e agora Aoi que estava corado.
–Dá pra parar de falar da minha bunda? Sério, tive sorte de ele resolver monopolizar minha bunda.
–Teve mesmo, eu estou com dor até agora, e só estou conseguindo sentar por que engordei o traseiro esses dias. –Ruki disse.
–Eu também estou acabado nessa região. –Uruha disse, Aoi não sabia o que fazer. Sentia vontade de enfiar a cabeça debaixo da terra.
–Como conseguem falar essas coisas com naturalidade. –Aoi disse com o rosto já bastante vermelho.
–É normal Yuu. É o mesmo que reclamar de dor no corpo. –Uruha disse e se levantou. –Vou vestir uma blusa de frio e ir ao banheiro.
–Vai lá. –Aoi disse recuperando sua cor natural.
–Eu lavo! –Ruki disse se levantando rapidamente ao terminar de tomar o café.
–Lava o que criatura?-Aoi disse o olhando.
–As xicaras. –Ele disse e então pegou as xicaras dos demais, mas quando foi pegar a xicara de Aoi o mesmo sem querer a deixou cair no chão.
–Eu pego. –Aoi disse se levantando, mas Ruki foi mais rápido e já estava abaixado pegando os cacos.
–Ai! –Ruki disse ao cortar o dedo.
–Viu? Eu disse que eu pegava. Deixa isso ai que vou pegar um curativo.
–Tá bem. –Ruki disse segurando o dedo cortado.
Uruha já não estava no banheiro, Aoi foi até lá e procurou a caixa de primeiros socorros, mas não estava lá. Foi então que lembrou que havia a colocado a caixa no armário, o mesmo onde Uruha havia guardado algumas de suas coisas.
-O que aconteceu? -Uruha disse ao voltar para a cozinha.
–Cortei meu dedo com a xicara. –Ruki disse embolado com o dedo na boca. Reita estava abaixado pegando os cacos do chão.
–Cadê o Aoi?
–Foi buscar um curativo. –Reita respondeu após jogar os cacos no lixo.
–Uruha! –Aoi disse em tom alterado, parecendo extremamente bravo. Uruha deu um pulo assustado e se virou. Aoi estava segurando uma foto e com cara de poucos amigos.
–O que foi? O que aconteceu? –Uruha disse sem entender aquilo.
–Eu que pergunto. Na verdade tenho feito muitas perguntas e não tenho conseguido nenhuma resposta. Mas me responde pelo menos esta. –Aoi disse e caminhou com passos fortes até Uruha e então colocou a foto sobre a mesa de forma bruta, assustando os demais com seu comportamento. –Por que você tem uma foto de nós dois juntos se não se lembra de mim?

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